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LILY COLSON.


ACORDO COM OS gritos de K entrando no meu quarto, hoje era sábado, eu geralmente tenho entre oito a dez horas de sono, entretanto, essa noite, eu só tive cinco por causa da festa e agora por culpa da minha irmã de fraternidade, que com tanto barulho, acabou por me acordar.

"VOCÊ TEVE A AUDÁCIA DE RECUSAR O BILL SKARSGÅRD?" Grita se jogando na minha cama, reviro os olhos e a menina ainda me encarava como se fosse um crime.

"Eu nunca me envolveria com ele." Respondo simples.

"Você nem o conhece!" Rebate e eu apenas rio da garota.

"Você já ouviu a fama dele no campus? Ele, no mínimo, deve ter dormido com umas vinte freshmans." Respondo, eu jamais me envolveria com um cara desse, ele é nojento.

"E daí? Só o que importa é se ele é bonito, além de que, o Bill não é do tipo que fala com quem dormiu, quem sai desesperada para contar são as meninas com quem ele dorme." Sua voz soa tão mesquinha que podia sentir meu estômago enjoar, como alguém banalizava tanto uma atividade de intimidade com outra?

"Eu não vou sair transando com qualquer pessoa, eu quero alguém especial, além de que, ele nem é tudo isso." Por mais que eu tenha mentido na última parte, na minha fala anterior a essa, eu afirmava aquilo, eu nunca transaria com alguém que só me quer por algumas horas e depois nem lembraria meu nome.

"Lily, minha querida." Kani pega na minha mão, acariciando. "Você é...?" Franzo o cenho. "Você sabe... Você gosta da mesma fruta que o Bill?" Solto uma pequena risada baixa ao notar o seu medo de me ferir caso eu realmente fosse.

"Não, Kani, eu gosto da mesma que você." Respondo entre risadas. Por mais que, eu já tenha tido certas experiências com meninas, eu não confiava o suficiente na Kani para falar sobre isso, nunca se sabe quem é realmente o seu amigo. "O Bill é um fuckboy, eu não quero nenhum fuckboy."

"Enfim." Se levanta da minha cama e naquele momento noto que a garota usava o uniforme de vôlei. "Eu tenho que ir pro meu treino, você quer ir assistir?"

"Não, mas obrigada." Respondo tentando ser o mais simpática possível. "Eu tenho que estudar, que horas são?"

"Oito e meia, por quê?"

"A biblioteca abre às nove mas hoje fecha mais cedo, então eu preciso me arrumar logo para ir caso eu queira acabar a matéria hoje."

"Você não deveria se cobrar tanto, as vezes tem que relaxar, tirar a cabeça tanto dos livros." Fala em tom de conselho. "Você é muito inteligente mas, acaba cansando a cabeça por estudar tanto."

"Eu só preciso de notas boas, K." Respondo me levantando da cama. "Depois que eu estiver passada de semestre, eu prometo reduzir esse meu horário doido de estudos, obrigada por se preocupar." Recebo um pequeno beijo na testa e a minha amiga fecha a minha porta, finalmente indo ao seu treino.

Vou no meu banheiro, tomando um banho e tentando me renovar das energias da noite passada, tanto cheiro de álcool e cigarro, além da maconha, fazem com que eu me sinta suja. Depois escovando o meu dente e usando o secador para rapidamente deixar o meu cabelo seco, em seguida, indo até o meu quarto e vestindo um moletom de harvard e colocando por dentro de uma calça social bege, por fim, calçando o meu tênis all star e indo até o andar de baixo, pegando uma maçã e seguindo o meu caminho.

Pela minha sorte, eram apenas cinco minutos de caminhada da minha fraternidade para o campus, depois tento que subir apenas uma escadaria à direita. Assim que completo o meu percurso, vou até o fim do corredor, pegando um livro de filosofia. Eu planejava me formar em Direito porém, para isso, eu precisava, primeiramente, entender filosofia, para passar do primeiro semestre. No momento em que pego o livro, vejo o local dele sendo substituído por um par de olhos verdes, um olhar sereno e profundo. Tento manter meu foco indo em direção ao fim do corredor com o objetivo de encontrar outro livro, mas achando outra coisa, ou melhor, pessoa.

"Que surpresa." Diz em um tom, até então, indecifrável.

"É aqui que você acha as novas vítimas pra sua listinha?" Pergunto ironicamente em um tom baixo, devido estarmos em um local que exige silêncio absoluto.

"Geralmente, eu vejo pra cá fugir delas."

"Até porque você na biblioteca soa até mesmo como algo irônico."

"Você tem dificuldade em filosofia?" Levanta uma sobrancelha e eu franzo o cenho, em seguida, o garoto aponta para o livro nas minhas mãos. "Eu sempre fui bom nisso."

"E o que te faz pensar que eu quero a sua ajuda?"

"Não sei, eu to sendo educado, se não quiser, é só falar, eu não vou te obrigar e me ouvir caso não queira." Diz simples. "Eu não to dando em cima de você, eu to tentando ser legal."

"Ta, eu aceito a sua ajuda."

𝐅𝐔𝐂𝐊𝐁𝐎𝐘, bill skarsgårdOnde histórias criam vida. Descubra agora