10 - Ade

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Jade

          As plantas começaram a me contar a conversa de papai e Mari quando nos afastamos da mesa, mais eu não queria ouvir. Eles também não falaram muito e falaram coisas sem sentido. As plantas começaram a reclamar sobre o tipo de conversa que eles estavam tendo, uma tal de conversa mental, mais eu não confiava nelas. Ade escolheu os nossos sorvetes e voltamos para mesa, onde estava tudo tranquilo. Parem de falar!!! Deixem que eu passe um tempo com minha família em paz!!!. 

          Elas obedeceram e não voltaram a falar comigo até na hora de dormir, quando eu escutei as vozes delas em meu sonho, mais não das plantas do restaurante, eu escutei a voz da Mari e da Sol sussurrando no telhado de novo, a Sol ia começar a falar, mais Mari a impediu e foi chamar papai, daí pra frente só tinha vento. As plantas se alvoroçaram, agora eu me entreguei as voes delas, que me pediam para ouvi-las, me pediam para retornar. Retornar? Eu perguntei.  Sim. Responderam elas. Sua família a espera jovem princesa. Princesa? Eu não devia ter escutado elas. Qual família? Aquela da qual papai falou pra Sol de manhã? Ele disse que eles não sabem da gente. As plantas riram. Ah eles estão descobrindo e logo chegaram. Para levar vocês e dar ao herdeiro o que ele merece.

           Eu acordei desesperada. Eu estava toda suada, e já era de manhã, eu me levantei e fui tomar um banho. Eu devia falar para papai e as meninas sobre o que as plantas me contaram? Eles não estão me contando as coisas... eu deveria não contar isso pra eles também... mais as plantas disseram que eles já estão descobrindo... 

           Não aguentei, desci as escadas correndo e não encontrei ninguém lá. Será nossas famílias já haviam chegado? Não, não pode ser, eu subi para o telhado pela passagem do quarto da Sol e os encontrei lá, observando o amanhecer.

          — Minha doce Jade — disse papai calmamente, ele parecia estar feliz, e Mari e Sol estavam abraçadas com ele — Venha se sentar com a gente, já já desceremos para tomar café.

           — Vocês passaram a noite inteira aqui? — Eu ouvi eles ontem a noite, tomara que eles não achem a pergunta estranha.

          — Sim, acampamos aqui fora, você estava dormindo tão profundamente que não ouviu quando a chamamos, docinho — percebo agora os sacos de dormir. Eles me chamaram? Deve ter sido na hora que eu estava conversando com as plantas.

         — Eu preciso conversar com vocês. Uma conversa séria — papai estava com uma expressão serena e relaxada, mais Mari e Sol se sentaram mais retas e ficaram apreensivas — Aconteceu algumas coisas estranhas comigo ontem, bem, ainda estão acontecendo — papai levantou e chegou mais perto de mim.

         — Eu sei docinho, você já sabe da maioria das coisas, não tenho mais muitas coisas para te falar, só as daquelas conversas mentais — as meninas ficaram muito confusas, papai virou pra elas e disse — Eu contei pra vocês, das suas famílias não da dela. Vamos conversar docinho?

          — Sim... — papai me puxou pra um lugar escuro, eu consegui ver uma silhueta azul e outra amarela, mais não as distingui e nem enxerguei o papai.

          — Olha o dela é verde! Combina com os cabelos dela, mais o meu destaca a minha pele — a voz parecia a de Mari e vinha da silhueta azul.

          — Por  favor, poupe-nos de seus pensamentos egocêntricos. Ade isso é uma conversa mental, nos conversamos por pensamentos. Isso é da família de papai, mais ele só nos disse isso sobre a família dele — era a Sol a amarela.

        — Tudo ao seu tempo Soli. E essas cores representam as suas famílias Ade, da onde vem seus dons. Ah... você queria nos falar alguma coisa, o que as plantas te disseram? E você poderia falar pra elas pararem de espionar as conversas dos outros, elas te obedecem mais contam pra qualquer um.

         — O dela tem sentido ela sempre gostou de plantas, mais que que o céu tenha a ver com os dons da Sol? Você também não contou muito sobre eles pai...

         — Por favor Mari, me deixe falar!  estava apreensiva  Elas me contaram... que... que... nossas famílias sabem da gente e estão nos procurando, e falaram alguma coisa sobre um herdeiro...

         — Elas sabem sobre mim? Não é possível, alguma de suas mães deve ter contado, eu preciso ir embora mais cedo meninas, vocês podem aprender a controlar seus poderes uma com as outras, isso as fará mais fortes do que suas famílias, sejam discretas e vão para o litoral quinta feira, lá decidimos melhor as coisas.

        — Você vai estar com sua família esses dias papai? Vai contar a eles sobre nós?

        — Eu não sei... conversamos melhor quinta feira, beijos meninas.

        De repente estávamos de volta ao telhado e papai sumiu deixando uma fumaça preta aonde ele estava. As meninas estavam alertas e preocupadas, a Sol falou que os dons dela ainda não se manifestaram então a família dela deve estar mais atrasada, mais que eu e a Mari temos que tomar cuidado aonde praticar. Decidimos continuar normalmente até quinta feira, e que nós nos reuniríamos as noites na no quarto da Mari para tentar entender melhor essas coisas.

Amor de irmãsOnde histórias criam vida. Descubra agora