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Soliloque

          Passamos por um lugar escuro e fomos parar em um quase igual, um pouco mais claro e que cheirava a fumaça, parecia que estávamos encima de uma fabrica. Laila estava segurando meu braço e começou a me puxar para outra sala maior, onde tinha muitas pessoas parecidas com ela... a pele, os olhos, o cabelo, os olhos. 

         Paramos em frente a uma mulher estava sentada em um trono no meio da sala. Laila me jogou no chão, se ajoelhou ao meu lado e disse para essa mulher.

         — Vovó trago aqui a filha de Bevron que atrapalha os meus direitos a coroa. Desejo desafia-la para ver quais das duas está mais apta para a coroa — a mulher gargalhou de Laila, e disse ainda recuperando fôlego.

         — Que piada minha neta, devolva-a para o povo dos ares essa jovem que você encontrou em algum beco. Trate seu pai com respeito e não volte aqui para passar mais vergonhas — risadas se espalharam pelo salão, Laila agarrou meus cabelos e puxou meu rosto para cima.

         — Olhe os olhos dela vovó. Confirme com seu filho. E não me pergunte quem é a mãe dela isso é problema de Bevron — Comecei a reparar melhor na mulher... ela não era negra que nem os outros, ela era branca que nem papai os cabelos negros lisos e os olhos pretíssimos, parecia ser de idade já e parecia assustada em me ver, não sei se ela me conhecia, mais ela começou a ficar brava.

         — ONDE ESTÁ BEVRON??? — Ela se levantou, agarrou meu rosto e analisou meus olhos. Eu me senti naquele lugar escuro novamente. Mais não era o de papai, e nem por onde Laila nos levou. Ele era frio, e não tinha nenhuma claridade.

        — Quem é você? É você que a Laila diz ser? Filha de Bevron? Minha neta? Herdeira da coroa dos luzes? E quem é sua mãe? Da onde vem esse brilho de ares? — ela começou a me apertar dentro daquele lugar, eu me sentia sufocada.

        — Eu não vou te falar nada! Aonde está meu pai? — ela não falou nada sobre minhas irmãs então não deixei meus pensamentos irem até elas.

         — Ah menina você não sabe o que eu posso fazer. Mais não vou fazer nada até eu descobrir onde Bevron está, e se você for mesmo a filha dele, ele vai sofrer.

        Voltamos para o salão e a mulher já se afastava de mim, voltando para seu trono.

       — Não fomos ainda devidamente apresentadas raio de Sol. Eu sou Eleanor, Rainha do povo luzes, minha família está no trono há mais de séculos e não é um erro do meu filho que vai tirar ela. Me diga seu nome e da onde você veio — eu não ia dizer nada, mais minha boca começou a se mover sozinha. E aquela escuridão estava na minha mente a forçando.

       — Meu nome é Soliloque. Venho das terras humanas — a pressão em minha mente aliviou, mais deixou uma marca.

        — Estava perdida então? E não meça forças comigo. Até acharmos Bevron tranquem ela em alguma cela do último corredor. Breu leve ela, Laila vamos conversar — Um rapaz parecido com Laila, de uma beleza indescritível me agarrou belo braço e me levou por uma escada para baixo, não dava para ver o fim.

       Eu estava atenta a Breu e as escadas, mais alguém me chamou naquele lugar escuro, um outro lugar escuro diferente dos três últimos onde estive.

       — Prazer sou Breu, o jovem mais cobiçado entre o povo luzes. Você é bonitinha raio de sol, se não fosse uma mestiça de dois povos até que você poderia ser uma opção.

       — Não me interessa. Leve-me para aquele lugar e me chame quando meu pai chegar.

      — Sabe? Nossas famílias são amigas há tempos, sempre apoiam uns aos outros. Seu "possível" pai foi meu tutor quando eu era criança. Mais como você não tem interesse eu não falo que te vi por aqui quando eu encontrar ele.

       — Você sabe aonde ele está?

       — Não... mais eu poderia procura-lo.

       — Eu acho que Eleanor já vai fazer isso... mais você poderia encontrar umas... amigas minhas.

       — Quem seriam essas suas amigas? De quais povos? Das terras humanas? Se for já vou logo avisando que é melhor você esquecer aquele povo.

       — Eu não sei aonde elas estavam... elas estavam comigo quando Laila apareceu  e mandou elas não sei pra onde, uma é morena dos cabelos castanhos e a outra tem a pele clara e o cabelo ruivo...

       — Espera aí, como você conheceu essas meninas dos povos mares e plantes?

        — Se você as encontrar quero só que você procure saber se elas estão bem. Se você conseguir, te conto sobre elas.

        — Gostei de você loirinha. Combinado. Aliás chegamos, tenha uma boa estadia.

       Quando eu saí do transe, Breu havia sumido e eu estava em um lugar mais escuro ainda, com uma cama e uma mesa. Eu ainda não tinha visto o céu desde que cheguei aqui, eu me sentia incompleta, sem minhas irmãs e seu o céu.

Amor de irmãsOnde histórias criam vida. Descubra agora