Dia 0

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A porta se fechou um pouco depois das oito naquela noite, e Jimin reagiu ao estrondo que ele mesmo causara com um susto leve. Pendurou seu agasalho no hall de entrada do sobrado e deixou sua pasta de trabalho no chão.

Aquele dia havia sido longo, mas ele tinha certeza de que Maia havia preparado-lhe um bom jantar, como ela sempre costumava fazer. E, durante a licença maternidade da segunda filha dos dois, ela parecia estar melhorando nessa habilidade ainda mais.

— Bem-vindo de volta, amor. — Ela falou, sentada na mesa enquanto dava comida para a filha mais velha, que tinha apenas três anos. — A gente ouviu você chegando, acho que foi a intenção.

Aquilo era o jeito dela de repreender Jimin por ter batido a porta, e era assim que ela o repreendia por todos os outros deslizes que ele causava, que sempre eram pequenos, já que ele se cobrava demais. E Park era muito grato por ela ser tão calma quanto a isso.

— Eu sei, amor. Me desculpe. — Pediu mesmo assim, seguindo até ela para deixar um selinho demorado e amoroso em seus lábios. Depois, deu um beijo na bochecha da filha, que comia ao lado da mãe. — Oi, Reese. O papai teve um dia longo e cansativo de trabalho hoje.

— E eu já tô rezando pra não ter acordado a Tory. — Essa era a mais nova, de apenas seis meses, e Jimin sabia o quão difícil era para fazê-la dormir. — Ela adormeceu faz pouco tempo.

— Pode deixar comigo caso ela tenha acordado.

Então, Jimin começou a fazer seu prato. Naquela noite, Maia havia cozinhado um macarrão com queijo delicioso, desses que Jimin sentia água na boca apenas de sentir o cheiro. Comeu tudo em poucas garfadas, as pernas tremendo e a ansiedade atacando como de costume.

— Relaxa, amor. Você já tá em casa. — Maia disse, pegando Reese no colo para brincar com ela assim que a pequena terminou de comer.

— Eu sei... Mas a gente teve tanta coisa pra resolver hoje. — Ser engenheiro de produção em uma das maiores multinacionais do mundo tinha seus lados positivos, mas também tinha muitos lados negativos. — Você vai entender quando voltar a trabalhar. Tá uma correria danada na empresa.

— Como se cuidar de duas bebês já não fosse correria o suficiente...

— Não foi isso o que eu quis dizer... — Jimin tentou, mas percebeu que ela realmente tinha razão; o trabalho de Jimin na empresa não se comparava com o de Maia em casa, principalmente durante a licença. — Desculpa, amor.

— Tudo bem, eu entendo que esteja sendo puxado. — Ela falou, levantando-se com Reese no colo para acariciar o cabelo e o rosto do marido, que aceitou o gesto de bom grado. — Mas você só tem um tempinho de descanso até amanhã, então tenta aproveitar bem. Pode segurar ela pra eu ir colocando a louça na máquina?

Jimin estendeu os braços e colocou a filha no colo, dando mais algumas garfadas do macarrão para ela quando o pedia. Reese era extremamente fofa e, mesmo sendo filha dele com Maia, ainda tinha os olhos pequeninos e a boca carnuda do pai. Tory, por sua vez, puxara a família da mãe e tinha os olhos grandes e redondos, com bochechas para dar e vender. Igualmente adorável.

E aquela havia se tornado a vida de Jimin. Ele, que pensou que iria para os Estados Unidos apenas para fazer faculdade e então voltaria para a Coreia do Sul, acabou se casando com uma americana que conheceu no trabalho e que era o maior amor de toda a sua vida. Suas filhas eram seus bens mais preciosos, dos quais eles dois tinham o orgulho de dizer que colocaram no planeta juntos.

Eram uma família linda e de dar inveja em muitas outras, com muito amor envolvido em tudo o que faziam.

Park colocou Reese no chão quando acabou de comer e ajudou a esposa a colocar o resto da louça na máquina de lavar. Quando terminaram, ele disse que iria dar banho na filha mais velha e assim o fez, antes de ir para seu próprio banheiro e se arrumar para dormir.

STILL WITH YOU • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora