Dia 8

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🗽

Acordamos mais cedo que o necessário. Eu acordei antes, no caso, e logo dei alguns toques leves em seu braço, para que fizesse o mesmo. Pegamos nossas roupas e fomos direto para o banheiro.

Aquela foi uma das segundas-feiras mais irresponsáveis da minha vida. Acordei fora de casa, tomei banho junto do cara pelo qual me apaixonei em poucos dias sem ao menos saber a data de aniversário dele e tinha certeza de que faltaria a aula para me despedir de você. Na verdade, por mais que fosse cedo, eu tinha quase certeza de que não conseguiria chegar na escola em tempo o suficiente mesmo que saísse do motel naquele exato momento.

E, naquela manhã, aconteceu algo muito estranho. Pela primeira vez, você não estava distante. Eu estava.

Eu hesitei quando você me chamou para tomar banho contigo, hesitei quando nos beijamos um pouco mais enquanto nos limpávamos dos "incidentes" da noite anterior e hesitei quando você segurou minha mão ao sair do quarto e andar pela rua. E não demorou para perceber que aquela era a minha forma de autodefesa. A minha forma de dizer para mim mesmo "foi bom enquanto durou, mas agora acabou e você precisa seguir em frente".

Por sinal, Jimin, desculpe-me por agir dessa forma logo em nosso último dia juntos. Eu queria muito te dar toda a atenção possível, mas algo mais forte que eu me impedia de fazer isso. E, quando chegamos em casa, vimos que nossos host parents realmente já haviam saído para o trabalho e que estávamos, mais uma vez, sozinhos. Sabendo disso, eu entrei no seu quarto contigo.

Mas foi apenas para te ajudar a arrumar a mala.

Doeu ver todas as suas coisas sendo colocadas em uma mala tão pequena. Era como se aqueles oito dias coubessem em pouquíssimo espaço, todas as roupas que você usou enquanto fazia suas lembranças comigo sendo apertadas em um local tão pequeno e limitado. Em minha cabeça, você ocupava quase tudo.

— Esses dias foram tão bons, Jungkook... — Você falou e eu acenei positivamente com a cabeça, concordando.

— Eu tô muito feliz, hyung. Muito mesmo. — Foi o que eu consegui responder, por mais que sentisse que minha expressão denunciasse o quanto eu, na verdade, só queria poder te segurar ali e nunca deixar que você fosse.

Quando terminou de arrumar suas coisas, você seguiu para o banheiro. Tomou um banho rápido, catou algumas coisas suas que ainda estavam por lá e, depois de colocá-las em sua mala, seguiu em direção ao meu quarto. Eu estava deitado em minha cama, apenas esperando o momento em que eu iria me despedir de você e o veria seguindo em direção ao aeroporto. Em direção à vida real. Ainda tentando, ao máximo, não me chatear com a sua partida.

— Tá doendo, sabia? — Você afirmou, deitando-se ao meu lado, e, como sou emocionado, achei que você falasse do seu coração. — Mas valeu à pena.

Eu ri ao perceber que você massageava a sua própria bunda, com uma careta no rosto; finalmente entendi o que queria dizer e onde estava sentindo a tal dor. E, sem saber uma forma melhor de reagir àquilo, falei o que me veio à cabeça, assumindo a minha responsabilidade:

— Desculpa mesmo, hyung... Eu sabia que não precisávamos...

— Não diz isso, Kook. Foi muito bom. — Você me interrompeu e se aninhou contra meu abraço, deixando um beijo em meu rosto. Então, continuou: — E, como eu já disse: valeu à pena.

Eu não sabia se realmente havia valido à pena para você, mas decidi acreditar em suas palavras. Digo, você ainda enfrentaria um dia inteiro de viagens e entraria em dois aviões diferentes; com certeza sentiria um incômodo e se arrependeria de ter tomado uma atitude tão drástica um dia antes de voltar para a casa.

STILL WITH YOU • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora