Oi meuzamô!A meta de vocês eram 800 comentários, mas eu tinha uma meta pessoal que era chegar aos 100 votos. Eu queria ver as 100 estrelinhas e vocês me deram isso!
Então como presente aqui está o quinto capítulo!!!
No restante do dia em que dei permissão para que Haven usasse tanto os jardins quanto a biblioteca, não percebi nem mesmo um sussurro de sua presença, o que me deu uma falsa sensação de segurança. A mesma se foi nos dias que se seguiram.
Acabei entrando em uma nova rotina. Eu tomava meu café da manhã como sempre; nos dias de treino com Aoshi, seguia direto para sala de treinamento; nos outros, quando passava pela biblioteca a caminho do meu escritório, eu espiava se Haven já estava ali. Na maioria dos dias ela só chegava perto da hora do almoço, então podia pegar um livro para me entreter durante a tarde. Entre revisar documentos e analisar propostas, eu lia.
Nos dias em que ela chegava antes de mim a biblioteca, era como se eu a visse pela primeira vez. O choque de sua presença me atingia primeiro e depois eu notava sempre algum detalhe novo. O jeito como seu cabelo castanho caía por sobre um dos ombros, como ela franzia a testa quando estava concentrada em algum livro ou como ela sempre tinha um caderno e uma caneta para fazer anotações.
Nesses dias, eu evitava sair de meu escritório até que o céu escurecesse, pois, ao contrário da crença popular, eu não tinha super sentidos, eu era um ser humano comum, ou o mais próximo possível disso. Não tinha super força ou sentidos mais aguçados então não podia simplesmente ouvir quando ela ia embora.
Quando por algum acaso do destino, nos esbarrávamos pelos corredores, ela sempre desviava o olhar e pedia desculpas. Já eu, fazia perguntas sobre o que ela estava lendo, o que estava achando e se precisava de algo. O motivo dessa minha necessidade de a envolver em conversas era um mistério para mim, já que, em qualquer outra situação, eu fazia o máximo para evitá-la. Não que eu tivesse algo contra a moça, mas a ideia de que ela podia ser a reencarnação de Anastasia me apavorava, ela já tinha perdido tanto na vida que não seria justo lhe tirar mais nada.
Eu lembro do encontro no corredor na semana passada, quando perguntei se ela estava satisfeita com a biblioteca:
— Como eu não estaria? Sua coleção é incrível, Sr. Drakon.
— Alexander, por favor — eu a corriji.
— Ah, sim, mas você tem volumes que eu nem ouvi falar e eles são relatos tão completos, eu encontrei um que parece ter sido escrito durante as grandes navegações e difere de tudo que eu já li, este relata sem romantizar nenhuma parte da longa e difícil jornada em alto-mar. Pesquisei se havia mais alguma coisa escrita pela mesma pessoa, mas não achei nada, nem mesmo o livro — contou-me com sua voz doce e seu olhar distraído.
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Através do Tempo
RomansaAlexander Drakon eterniza seu sobrenome através das gerações há muito mais tempo do que seria de se esperar para um humano. Ser imortal é uma incógnita e um castigo para ele, que tão cedo em sua existência encontrou sua alma gêmea apenas para perce...