Na segunda-feira acordei bem cedo, mesmo que minha aula fosse mais tarde, levantei para fazer algumas coisas finais da faculdade, porém não poderia adivinhar que a campainha ia tocar, trazendo alguém que eu não esperava ver naquela manhã. As coisas são tão inevitáveis, como o amor e isso nos deixa confusos a ponto de enlouquecemos ou, ao menos, acharmos que estamos loucos.
- Já vai, caramba! - Digo enquanto a campainha não parava de tocar.
Abro a porta e dou de cara com Liliane parada em minha frente.
- O que faz aqui? Vamos nos ver mais tarde, meu amor...
- Deixa de ser patética, Ariela.
- Quem tem que deixar de ser patética e cabeça dura é você, não estou fugindo dos meus sentimentos como você faz, querida.
- Vim conversar com você sobre a sua última mensagem.
- O que tem ela, querida? Entra, vamos tomar café juntas. - Ela me olha confusa mais entra. Talvez ela tivesse em sua mente a ideia de que eu a trataria mal por todas as coisas ditas, mas a verdade é que eu jamais poderia fazer isso com ela, eu a amava demais para machucá-la novamente como fiz em meu passado conturbado.
- Ariela, eu não aguento mais, não posso viver assim. - Ela diz com os olhos marejados.
- Eu sei... Eu também não aguento mais meu amor. - Digo pegando em suas mãos.
- Vou me separar, eu quero ficar com você, mas não posso agora. Você me desconcerta, me tira do eixo e eu não sei para onde correr, sabe? Eu tenho filhos e preciso de um tempo para prepará-los. Preciso de 1 anos, Ariela. Preciso que faça isso por nós duas.
- Um ano para exatamente o que? Não há mais o que nos separe, eu tenho tudo o que você queria. Quanto tempo mais você vai escolher aquele boçal? Você merece ser feliz e eu também, mas só posso ser feliz ao teu lado e é por isso que sempre vou ir atrás de você, pois nos amamos e sei que sou totalmente correspondida.
- E você é, querida! Por favor, se me ama de verdade saberá esperar mais um pouco...
- Já fazem dois anos... - Digo cabisbaixa...
- Mas eu continuo amando você como se estivéssemos juntas.
- Eu também amo você.
- Então pronto! Vamos nos organizar e fazermos nosso futuro juntas, vai ser lindo, tenho certeza. Só serei feliz com você, pois você é o amor da minha vida e sempre será. - Beijei Liliane naquele exato momento. Eu estava com tanta saudades daqueles lábios que a beijei com veemência, seus lábios ainda tinham o mesmo gosto adocicado de sempre e causava o mesmo efeito em meu corpo. - Senti sua falta, todos os dias! - Ela disse e me beijou novamente. Ficamos ali com nossas bocas ligadas e grudadas como imãs no metal.
As horas foram passando e com elas o dia, trabalhei naquela manhã e no final da tarde. Liliane e eu ficamos nos olhando, era inevitável não olharmos para ela. Tudo naquela mulher me atraia como uma força magnética conduzindo-me a um outro plano cujo qual eu me perdia em toda sua beleza.
Perfeição era a palavra correta para ser dita à Liliane, eu amava cada traço e cada curva de seu corpo, o som que sua voz transmitia era doce e sensível, mas ao mesmo tempo provocativa para meus ouvidos. Ela era uma criatura distinta das outras, sua beleza era única, completa, complexa de naturalidade.
Liliane é o ser humano mais lindo que tive o prazer de conhecer, mas fico com medo de estar enchendo minha mente com expectativas que não são reais, penso, às vezes, que minha mente e corpo então querendo se jogar em um poço profundo demais e que no final, não terá água para me trazer à superfície. É tão ruim viver assim, com medo das pequenas coisas que podem acontecer, da dor que seu corpo sente por estar longe de quem se ama, é de "rasgar a alma". Infelizmente é o meu destino, ou uma escolha que imponho a mim, já não sei mais. Estou perdida e não sei como voltar para quem eu era, a vida não tem um controle remoto cujo qual você pode decidir voltar àquelas cenas perfeitas e continuar voltando só para se satisfazer. As coisas aqui no mundo real não são como queremos, nem como planejamos e a única coisa que nos resta é ter fé... fé que tudo vai dar certo... tem que dar...
— Ariela, o que você acha disso? — Pergunta Pedro, mas sua voz chega em meus ouvidos como um pequeno sussurro, a distração tinha nome e sobrenome. — Ari? Você está bem?
— Perdão... Não estava prestando atenção, do que falavam?
— Estávamos falando da Liliane, ela anda bem distante nos últimos dias... — Diz ele preocupado.
— Não percebi, para mim parece a mesma. — Menti.
— Claro que não parece, Ariela, conhecemos ela... está estranha sim.
— Talvez ela tenha problemas, como qualquer pessoa normal.
— Você é outra que está estranha.
— Impressão sua, estou normal.
Pedro ficou calado e eu continuei a olhar para Liliane, eu gostava de olhar para ela, aquilo me resgatava de certa forma. Era como se todos os meus problemas fossem embora quando ela estava por perto e tudo o que eu sabia fazer era me apaixonar diariamente por ela, todos os dias...
O dia foi se despedindo e com ele a noite dava seu primeiro suspiro ao tomar conta do céu, e lá estava eu, sozinha mais uma vez, lembrando quão bom era estar ao lado da mulher que eu tanto amava. As lembrança atormentavam meu ser e a inquietude se instalava, meu corpo entregava o desprazer que era estar tão longe do calor de seu corpo. O destino é cruel, eu sei, mas a saudade é pior ainda, pois ela se resume em você querer a pessoa naquele exato momento e não poder ter, é doloroso demais.
OI PESSOAL, DESCULPA A DEMORA DE ANOS ATRÁS KKK, MAS ESTOU BEM OCULPADA ULTIMAMENTE. VOU TENTAR POSTAR MAIS EM SEGUIDA OS CAPITULOS PARA QUE VOCÊS NÃO SE DECEPCIONEM COMIGO KKKKKKKKKK. BJOS
