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Min Li

Mais uma vez a manhã se resumia ao meu despertar ofegante e assustado. Chan estava morrendo em meus sonhos de novo, era sempre a mesma coisa, ele aparecia e depois morria, a cada noite mais severamente.

Levantei da cama e me concentrei em tomar um banho frio, talvez chorar no chuveiro uma ou duas vezes na semana não seja o suficiente, já que eu o via morrer de noite e tinha que estudar com ele durante o dia. Ser o mais invisível possível foi a única solução para evitar qualquer desastre.

Meu nome é Min Li, faço faculdade de música e sou da turma do tal do Chan, o garoto com quem eu tenho sonhado desde pequena. Foi complicado quando o curso começou, quer dizer, encontrei Chan na minha sala logo após acordar de um sonho onde ele era baleado. Na verdade, tem sido difícil por todos os recentes meses.

Não sei o que você chama de azar, mas 'pra mim é equivalente a sonhar com um desastre no show de talentos, no dia do show de talentos. Todos estavam me esperando, me comprometi a cantar, entretanto as lembranças começaram a invadir meus pensamentos, não deixando sequer algum vestígio de coragem. Olhei pela cortina, ele estava lá, naquele mesmo lugar, a professora de blusa vermelha ao seu lado, Jisung atrás da cortina cuidando dos últimos detalhes, tudo no devido lugar para que aquele loiro idiota morresse. Então fiz o que tenho feito por muito tempo, corri, o mais rápido possível para o mais longe a se alcançar.

Bolinhos de arroz eram o remédio para o fracasso, para sonhos ruins, sensações ruins, além de serem deliciosos. Bolinhos de arroz eram meus favoritos, mas passei a odiá-los quando o jovem loiro adentrou a lanchonete. Não, não, não, ele só pode fazer de propósito.

- 'Tá brincando? Ela é uma diva! Não vi nem o rastro - ouvi a voz vinda da mesa dos rapazes.

Certo, tive um pouco de medo e fugi, mas salvei a vida dele, caramba. Por que aquele garoto era tão egoísta ao ponto de não enxergar meus motivos? Eu sei, ninguém acreditaria que sonho com ele por mais tempo do que me recordo, mas ele deveria reconhecer que tenho uma razão.

Sem querer ouvir o restantes daquele absurdo, apenas me retirei do lugar, deixando para trás o violão acidentalmente. Eu já estava no estacionamento quando vi Chan me chamar com meu instrumento em mãos, ele queria que eu o levasse, mas eu nunca, repito, nunca, vou perder uma oportunidade de me vingar.

- Eu não preciso dele - respondi, fingindo estar mais brava do que realmente estava.

- Uai, por que não?

Francamente! Ele é sonso assim ou se faz? Encarei seus olhos o mais profundamente possível, convencendo tanto Chan quanto eu mesma de que era tudo 'pra causar mais impacto.

- Porque eu sou uma diva - descarreguei nele as palavras repletas de sarcasmo e amargor.

Mas Chris não pareceu se abalar, aquele infeliz estava mais seguro do que nunca, perguntando meu nome que eu apenas respondi tranquilamente.

- Min Li, você acredita em destino?

Por que eu não acreditaria, quando sonho com ele todas as noites? E que raio de pergunta é essa?!

- Christopher, você me chamou de dramática.

- Já sabe meu nome?

Seria estranho se eu não soubesse.

- Sei tudo sobre você, bobão.

Coloquei fim na conversa, abandonando o estacionamento como abandonei o show, pelo bem do loiro e de novo sabendo que me daria mal. Porque Christopher sempre morria nos meus sonhos, mas ele nunca compreenderia o que é acordar com o coração apertado sentindo luto por alguém que não morreu, se apaixonando aos poucos por quem não se conhece e tampouco estava interessado em conhecer. Ele não sabia e nunca saberia o que eu sinto.

Depois de toda aquela cena me preocupei apenas com meu novo emprego, um senhor solicitou minha presença quando minha antiga chefe enviou uma recomendação, era na sorveteria dentro de um clube de baseball.

O local era frio e obviamente tinha um cheirinho gostoso de sorvete. A única coisa esquisita era o uniforme, composto por uma saia branca e uma blusa azul marinho, parece normal assim de primeira vista, mas eu não poderia nem mesmo arriscar subir a escada com aquela saia, que o dono me prometeu arranjar um tamanho maior.

Faltando pouco para abrir a sorveteria, recebi um pedido de distribuição de casquinhas, provavelmente seria na plateia da competição infantil. Comecei a anotar o mais rápido possível os pedidos, me perguntando onde estava o outro atendente.

Até que, por puro azar, o bloquinho de anotações foi 'pra longe na minha tentativa falha de olhar o preço de um sabor, me estiquei para pegar o maldito e foi aí que eu descobri, aquela saia era a definição de infernal. Travei totalmente quando ouvi passos atrás de mim, sem conseguir voltar para uma posição confortável, o tecido branco um pouco levantado, meu rosto violentamente corado.

- Com licença - a voz me chamou, eu reconheceria aquela voz em qualquer situação.

- Olha, é você! - descaradamente sorri para o loiro, que me encarava sem jeito.

Equalize - Bang ChanOnde histórias criam vida. Descubra agora