Capítulo 3

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Após a assembleia que mudou o destino de Aksasurin, o tempo seguiu seu curso, transformando dias em anos e moldando histórias

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Após a assembleia que mudou o destino de Aksasurin, o tempo seguiu seu curso, transformando dias em anos e moldando histórias. A pequena Skade crescia tão rápida quanto o joio se infiltrava no trigo dourado dos campos, uma presença vivaz em meio aos mistérios de um reino tão antigo quanto os próprios dragões que sobrevoavam suas montanhas. Desmond, Esmeralda e Lawrence a envolviam em lições sobre a governança e os costumes de sua terra, como se plantassem sementes de sabedoria em um solo fértil.

Ainda assim, com apenas oito anos, Skade já havia decorado cada espécie de dragão existente no mundo — suas formas, cores e habilidades extraordinárias. Os dragões a fascinavam mais do que qualquer outro tema, suas mentes jovens brilhando com perguntas e descobertas. Era muito mais emocionante voar ao lado de uma dessas criaturas majestosas do que tentar entender os detalhes rígidos das leis ou das tradições seculares que regiam Aksasurin.

Sua avó, Nour, sabia disso melhor que ninguém. Com um espírito rebelde que o tempo nunca apagou, ela se tornara cúmplice de Skade, ajudando-a a escapar das rígidas lições sempre que via o cansaço pesando em seus ombros. Nour, que também havia lutado contra as tradições em sua juventude, jamais conseguiu mudar o sistema. As leis que ditavam que um rei deveria segurar a taça de vinho com a mão esquerda ou que uma rainha jamais deveria vestir calças eram, para ela, relíquias tão absurdas quanto imutáveis. Mesmo assim, ao lado de Skade, Nour encontrou novas formas de resistência: pequenos momentos de liberdade que faziam suas almas voarem juntas.

Aos oitenta e dois anos, Nour deixou este mundo. Não houve dor ou doença, apenas o chamado silencioso do tempo. Skade tinha doze anos quando perdeu sua avó, sua confidente e amiga. Durante meses, cada menção ao nome de Nour fazia seus olhos brilharem com lágrimas que ela se esforçava para segurar. O luto foi longo, mas aos poucos, Skade encontrou força nas memórias, nas histórias e nas lições que Nour havia deixado como um legado indestrutível.

Quando completou dezessete anos, o destino a levou para além das fronteiras de Aksasurin. Durante três anos, ao lado de seu tio Lawrence, Skade percorreu as Oito Moradias do Dragão, aprendendo sobre seus povos, costumes e tradições. Cada vila e castelo, cada planície e montanha lhe revelavam fragmentos de um mundo vasto e pulsante, onde as semelhanças e diferenças com sua terra natal pintavam um quadro vibrante da vida sob a proteção dos dragões. O aprendizado era duro, mas fascinante; a conexão com os dragões, porém, permanecia sua maior paixão.

Enquanto isso, em Aksasurin, Desmond e Esmeralda sentiam a ausência de sua filha, mas se ocupavam com tratados e alianças que moldariam o futuro do reino. Eles sabiam que cada dia fora fortalecia Skade para o que estava por vir.

Quando chegou o dia de seu retorno, o reino inteiro estava em festa. Os aksasurianos, sempre ávidos por celebrações, transformaram a ocasião em um espetáculo. A música ressoava nas ruas, e o ar se enchia do aroma de especiarias e risadas. Era uma alegria vibrante, quase palpável, que contagiava a todos, uma energia que parecia surgir das próprias montanhas que protegiam Aksasurin. Nesse dia, enquanto o sol mergulhava no horizonte em tons de ouro e rubi, Skade cruzou os portões do castelo, recebida como não apenas uma filha, mas como a esperança e a força de um reino inteiro.

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