Capítulo 11

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Dias se passaram, Skade se tornou mais uma das escravas de Charlize. Ela trabalhava nas Minas de Diamante da feiticeira todos os dias doze horas por dia. Era uma rotina cansativa, mas ela tinha tempo para arquitetar maneiras de fugir, algo que não fazia quando estava em sua cela.

Bom, depois de vãs tentativas de fuga, Skade estava começando a se irritar. Todos os dias ela arrumava uma contenda, que gerava briga e às vezes, a morte de alguém. Ela apanhava, mas também batia. Para que os guardas conseguissem lhe "castigar" era necessário a prenderem e assim aproveitavam disparando chutes, socos e algumas vezes chicotadas.

Charlize por outro lado, vestia, alimenta e tratava todas as prisioneiras de forma gentil, o que a deixava com um pé atrás. Algumas vezes ela se negava a crer que aquela mulher era a mesma que quase derrubou Aksasurin.

Já se fazia quase um mês presa. Estava exausta, depois do jantar, se negou a tomar um banho e foi direto para a cela. Apagou por poucas horas, mas logo acordou bruscamente assustada, se levantou e observou que todas dormiam, inclusive, o guarda que guardava o calabouço. Era um ótimo momento para roubar a chave e fugir e foi exatamente o que ela fez. Estava fácil demais.

– Onde você vai? — Ada sussurrou a olhando assustada
– Embora desse inferno. — ela diz em tom normal de voz, mas o guarda nem se move — Sabe se essa chave abre as outras celas?
– Não, só a sua. Esse guarda está te vigiando. — Ada sussurra
– Podemos dizer que ele está fazendo um ótimo trabalho... — ela debocha do homem adormecido ao pé da cela — eu vou tentar tirar vocês daqui também.
– Não. Nem tenta que você vai acabar perdendo a única chance que tem de escapar. — Ada a repreende
– Vai embora logo, garota. — Natisha diz aborrecida — Antes que venham e te peguem.
– Eu vou tirar vocês daqui. Vou arrumar um jeito.

Ela diz e sai dali às pressas. Estava tudo muito calmo. Um silêncio ensurdecedor emanava de cada canto daquele castelo sombrio. Não tinham guardas, era só ela prendendo a respiração com receio de que alguém a ouvisse.

Caminhou em silêncio, em busca de uma saída, mas ouviu passos se aproximando, então entrou em uma sala e ficou a ouvir quem era do lado de fora.

Percebeu se tratar de alguns guardas patrulhando o perímetro, então respirou fundo e esperou eles irem. Estava tensa e quando ia abrir a porta:

– Creio eu, que era para estar em sua cela. — diz uma voz familiar.

Ela se virou bruscamente e viu Charlize a encarando, a mulher estava com um vestido de cetim branco amassado e os cabelos presos no topo da cabeça em um coque bagunçado. A feiticeira conseguia exalar uma beleza e charme, algo que ela não compreendia o porquê de ficar abobalhada ao vê-la.

– Não se preocupe, não vou chamar os guardas. — diz a feiticeira removendo o vestido e ficando nua

Sim, a mulher estava nua e aquilo deixou Skade desconfortável de alguma forma.

Charlize tinha um corpo estrutural, parecendo ter sido esculpido a mão pelo proprio Alie, pele clara sem resquícios de que um dia tomara sol na vida, curvas acentuadas que a deixavam com inveja.

Skade ficou estranhamente fascinada, gostava do que via e sentiu-se um nada perto da beleza da feiticeira. Se assustou com o que estava sentindo e então só aí ela percebeu que se tratava de um banheiro particular da feiticeira ao observar logo atrás da mulher uma pequena piscina com águas cristalinas. Era um lugar para relaxar e descansar.

– Devo estar incomodando... Eu já me vou e para nunca mais voltar. — ela debocha se virando para sair
– Espere um pouco. Por que a pressa? — Skade tornou a olha-la nos olhos e sentiu uma sensação estranha que a deixou com náuseas
– Que lugar é esse? — ela perguntou desviando o olhar da mulher e passando as mãos no rosto
– Um lugar de tranquilidade. Usado para pensar e relaxar. — diz a mulher se virando e descendo à piscina

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