"Existem diversas formas de iniciar uma boa história, mas esta não se enquadra em nenhum padrão existente, pois nunca teve um começo, - ela sempre existiu. Então como começá-la?"
Skade Gladoree, a famosa Guardiã dos Dragões de sua época. Primeira mu...
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Skade estava uma pilha de nervos, todos os dias, na verdade. Estava ficando a cada dia mais difícil de controlar sua língua para não sair falando tudo o que pensava.
Ao sair do grande salão, se dirigiu com urgência para o jardim e lá ficou sozinha por um bom tempo. Embora tivesse nascido em Aksasurin, todas as vezes que ia ao jardim ficava encantada com o lugar. Flores de se perder de vista, árvores verdes e saudáveis que não se podiam contar nos dedos.
O chafariz de mármore branco que soltava águas cristalinas era o seu favorito, vez ou outra ela mergulhava a cabeça ali para relaxar — atitude que sua mãe julgava inadequada para uma princesa, mas que ela fazia questão de repetir mesmo assim.
Por longos minutos ela ficou tentando relaxar, dessa vez, não afundou a cabeça no chafariz. Os flashbacks da reunião percorriam sua mente, ela pensava em respostas que poderia ter dado, em soluções para o casamento indesejado, mas já era tarde, ela já havia concordado. Pensava tanto em respostas que faltava sair fumaça de sua cabeça. Ela estava tão distraída do mundo à sua volta que não percebeu seus amigos se achegarem.
–Ali está ela! — Elijah aponta a cabeça por cima de um muro coberto de folhas – Skade, precisamos conversar. — ela ouviu a voz de Dove e sorriu no mesmo instante
Dove era a "mãe" do grupo. A mais ajuizada, podemos dizer assim. Ela tomava conta de todos, aconselhava, ajudava... Skade a tinha como sua segunda mãe. Dove não era tão velha assim, tinha seus 24 anos, tinha baixa estatura, cabelos loiros e uma beleza estonteante, não apenas a beleza, ela era gentil e sábia, atributos que Skade tentava imitar.
–Precisamos, mesmo! — ela diz sorrindo para a loira e abrindo os braços para a abraçar — Meus parabéns pelo casamento! – Obrigada, minha amiga. - Dove sorri a abraçando, mas logo torna sua expressão severa — Só que esse não é o assunto. – Do que se trata, então? — ela perguntou observando os outros amigos se juntarem a elas, todos com expressões assustadas no rosto. – Audrey. Passei na casa dela ontem e não a encontrei, nem seus pais. Até então, eu só tinha batido na porta e chamado. Hoje resolvi passar novamente, ninguém atendeu, então resolvi entrar...
Dove abaixou a cabeça e Skade pôde notar os olhos marejados da amiga.
– O que aconteceu? — ela perguntou começando a se preocupar – O senhor e a senhora Thywold... — Dove diz limpando a garganta e passando a mão sobre o rosto — Os encontrei mortos dentro da cozinha. Ambos com punhais negros encravados contra o peito. Já estavam fedendo...
A loira diz mostrando os dois punhais negros, a marca da feiticeira. Aquela foi uma notícia que chocou a todos ali. Dove deixou algumas lágrimas caírem. Skade sentou-se e abaixou a cabeça sentido os olhos arderem anunciando as lágrimas que foram caindo aos poucos. Os pais de Audrey eram muito queridos pelo grupo de amigos, assim como os pais de todos ali. Um silêncio se formou por poucos minutos, ninguém se atrevia a falar uma palavra.
