Capítulo 1

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Sebastian:
Há treze anos minha vida mudou, eu tinha na época 35 anos... Hoje com os meus 48 anos, vivo um dia de cada vez, até porque tenho minha princesa Luz, que o próprio nome já diz, Luz da minha vida.
A morte de minha esposa foi uma triste tragédia, o que era para ser um dia bom e alegre termina em tristezas. Desse dia em diante eu larguei a empresa que foi passada para mim, eu era um grande CEO, hoje quem comanda é o meu irmão Lucas, deixei tudo o que conquistei para ele.  Não me arrependo de nada, pois deixei um legado que era para ser dele mesmo, sai de São Francisco e vim para no Texas, sou dono do Bar Fênix... E claro que além disso eu luto, são lutas clandestinas, ninguém sabe, nem minha filha.
Estou preparando um café delicioso para minha filha, Luz hoje está com 18 anos, saindo do ensino médio.
- Filha, o filha se apressa que você vai se atrasar. – grito da cozinha para ela.
- Calma pai, não me apressa que eu não trabalho sob pressão. – diz ela do quarto.
Descendo as escadas eu vejo a figura fiel da minha falecida esposa. Luz é igual a mãe, linda e delicada... Igual coice de mula.
- Bom dia papai. – diz ela me dando um beijo em cá da minha cicatriz.
- Filha, papai não gosta que você beije em cima da minha cicatriz... Não me sinto bem com isso. Me sinto um mostro. – Digo para ela lembrando do incêndio.
- Papai... Você sabe, você foi e sempre será o meu herói, se não fosse você me tirar de lá, provavelmente eu teria morrido. – diz minha Luz.
- Com você eu sou um homem feliz. Ainda bem que tenho você aqui. Te amo minha pequena.
- Também te amo papai. – diz Luz pegando uma xícara de café. – Papai, tem problema se a Amora vim dormir aqui em casa? Novamente ela brigou com a mãe por causa do padrasto. – diz Luz mexendo no celular.
- Não filha, até que enfim conhecerei a tal Amora. Mas me conta o porque dessa briga. – digo curioso.
- Ah papai, é complicado sabe. Você não entenderia. – diz Luz num breve suspiro.
- Tudo bem, quando quiser conta, estou aqui.
- Obrigada papai, mas isso tem que vim da Amora. – diz Luz pegando mais uma fatia de pão. – Papai?
- Sim querida.
- Vai abrir o bar hoje novamente?
- Sim meu amor, todas as noites eu abro. Por que?
- Será que eu e a Amora poderíamos ir no seu bar hoje?
- Claro... Que não né filha, lá não é o lugar para vocês.  – digo tomando um gole do meu café.
- Mas papai....
- Não adianta fazer esse beiço.  Não é não meu amor.
- Então vou para a escola, beijo meu velho lindo.
- Beijos e se cuida bebê do papai. – digo a minha menina.
Luz sai para ir a escola, e eu fico ajeitando as coisas em casa. Sozinho novamente, as vezes eu penso que eu preciso de uma mulher, mas então eu paro e penso. “Não, eu não preciso, tenho a Luz.”
Mas então a insegurança bate, ninguém ira me querer com essas cicatrizes espalhadas pelo corpo. Meu rosto, é o rosto de um mostro, já me acostumei com os olhares de medo, nojo das pessoas. Em meu bar, e no tatame sou conhecido como Fênix. Em 13 anos de minha vida, não pedi nenhuma luta, sempre ganhei e pretendo ganhar sempre, até porque se perder, tudo bem, faz parte da vida.
Termino meu serviço, e volto a dormir, pois fecho trade o meu bar, e não durmo logo em seguida. Primeiro faço o café de minha filha, espero ela ir para a escola pra depois ir dormir.











                  Amora:
Sinto minhas pernas tremerem, novamente essa tortura, há 4 anos já não aguento mais... Mamãe não acredita em mim, ou não quer abrir os olhos para a realidade. Quando tentei contar a ela, ela não acreditou em mim, foi aí que eu apanhei como uma condenada. Me sinto suja, me sinto um lixo. Muitas vezes eu pensei em desistir da vida, foi então que eu decidi viver, eu posso ser uma pessoa boa, eu posso mudar o mundo, da minha maneira, mas eu posso.
Quando conheci a Luz, na escola, ela foi a única a querer ser minha amiga, até porque as pessoas de nossa escola pensam que o pai dela é um mostro, e muito mau, até hoje eu não conheço ele, sempre que vou em sua casa, ou ele está dormindo ou está no seu bar.
Sinto o meio de minhas pernas doloridas novamente, graças a Deus esse ano eu termino o colégio, e saio dessa casa. Quero me livrar deles de uma vez por todas. Não quero mais saber deles. Quero trabalhar e juntar um dinheiro e sair pelo mundo, vou sem rumo, quero conhecer lugares, pessoas novas.
Paro de sonhar com essa tal liberdade e me arrumo as pressas para ir para a escola, mesmo com essa dor incomodativa coloco a minha roupa, e coloco uma peça a mais em minha mochila, pois hoje dormirei  na casa da Luz. Não aguentarei mais uma noite aqui, ainda mais nas sexta-feira.
Depois de algum tempo chego a escola, e vou ao encontro da Luz.
- Fala rapariga. – digo a Luz dando-lhe um abraço.
- Fala minha putinha, tudo bem? – pergunta Luz preocupada.
- Não aguento mais, me tira lá de casa. – digo ao choro para ela.
- Dorme lá em casa, ontem pelo celular eu imaginei que você estava mal, até falei para o papai que você ficará conosco.
- Obrigada, você tem sido minha irmã. – digo agradecendo ela.
- Que isso, se precisar estou aqui.
- Iii olha lá, as duas sapatonas. Vão se beijar agora suas ridículas. – grita um menino.
- Toma no cu você não quer né. Ficar cuidando da vida dos outros é o primeiro né. – diz Luz em voz alta para todos ouvirem.
- Vamos, deixa esses arrombados pra lá. – digo tentando evitar confusão.
- Nossa, falou a outra estranha. Que anda toda encolhida, que é amante do próprio padrasto.
- Ooooooo. – diz outros colegas ali presente.
- Cala boca seu merda. – grita Luz.
- Cala a boca você, filha de um mostro. Matou a própria esposa no incêndio, e fica aí se achando a rainha. Sim, teu pai além de ser um mostro com marcas horríveis pelo corpo, é um ASSASSINO. -Gritou Francis para todos ouvirem.
Quando me dei conta me vi no meio da confusão, Luz pegando o Francis pelas pernas e eu pelos braços, e juntas batendo e socando a cara dele. Juntas socamos o seu saco, rosto.
- Vou te deixar com uma marca pior do que a do meu pai. Seu mostro. Mostro é você, seu lixo. – diz Luz entre socos.
-  E eu vou te mostrar quem é amante aqui. – digo dando-lhe chute no saco, e logo partindo para os soco no seu rosto. – Em primeiro lugar Francis: Você não mora comigo, pra sabe da minha vida.  Segundo: Você não vive a minha vida. E terceiro: cuida da sua vida ridículo, cadê o machão? Ei, cadê aquele valente? – digo me sentindo aliviada.
- Mas o que significa isso aqui? Minha escola virou zona é? Todos para minha sala. – diz a diretora.
Na sala da diretora, estamos nós três: Luz, Eu e o nojento do Francis.
- Será que alguém pode me explicar? – diz a diretora.
- Foi elas quem começaram. – diz Francis.
- Foi ele, ele provocou a gente. – diz Luz.
- Não quero saber, os três serão advertidos. Uma semana em casa.
- Mas... Eu não posso, por favor. – digo tentando explicar.
- Você briga, e agora não quer levar advertência? Olha mocinha, eu não quero saber, os três sairão daqui só quando os pais chegar.
Minutos ou quem sabe as horas se passaram, Francis foi embora, resta apenas eu e Luz aqui.
- Olha só dona Amora, seus pais não atendem o telefone, e o seu. – diz apontando o dedo para Luz. – Já está aqui.
Ouço uma batida na porta, meu coração por algum motivo está acelerado.
- Pode entrar. – diz a diretora.
- Com licença. Por qual motivo fui chamado? – diz uma voz grossa.
Nunca me senti quente só de ouvir uma voz grossa, sinto minhas pernas encharcada, será que eu estou excitada pelo pai de minha amiga?
Estamos sentadas de frente para a diretora, sinto um cheiro de perfume, um perfume amadeirado. Não tenho coragem de olhar para o cara que está parado ao meu lado.
- Chamei o senhor aqui, pois sua filha e amiga baterão em um colega. O mesmo alega que ambas baterão sem motivo algum. Já ambas das duas, dizem que o Francis provocou elas, até elas chegarem no ponto de partir para agressão. Enfim, não sei em quem acreditar, por isso fui justa: dei uma semana de advertência para os três. – termina a diretora.
Não aguento a curiosidade, meus olhos vão subindo aos poucos. Vejo suas botinas de couro preto, sua calça jeans preta, sua camiseta preta, mostrando os músculos lindos e torneados. Que homem, quando olho em seu rosto, vejo cicatrizes espalhadas nele, mas isso não deixa apagar a sua beleza. Que olhos meu Deus.
- Perdeu alguma coisa aqui bebê? – diz ele me fazendo molhar a calcinha com sua voz rouca e grossa.
- Na-na-na... Não senhor – digo nervosa.
- Olha senhora diretora. Para minha filha ter batido no menino, ela teve suas razões. Minha filha não bate a toa, e outra: primeira vez sou chamado aqui, por causa de briga. Então vou confiar nas palavras de minha filha. – diz ele dando uma piscadela para Luz.
- Olha senhor, eu peço que isso não se repita. Pois agora elas estão saindo do ensino médio...
- Tudo bem, já entendi. – diz ele cortando a diretora pelo meio. – Vamos meninas?!
Dizendo isso, Luz e eu nos levantamos quando eu ouço:
- Espera. A Amora não está autorizada a ir. Pode ficar aqui. – diz a diretora.
- Luz? Ela é a Amora? – pergunta o pai de minha amiga.
- Sim papai. Ela é a minha melhor amiga.
- Ótimo, ela irá conosco, e fim de papo. – diz Sebastian com uma cara fechada.
Saímos da sala da direção sem esperar a resposta. Quando chegamos no estacionamento Sebastian diz:
- Deixarei você em casa primeiro.
- Não precisa, por favor! – imploro para ele.
- Papai, deixa ela dormir lá em casa, depois a gente explica. – diz Luz.
- Tudo bem, será que os seus pais não vão brigar?
- Eles estão nem aí pra mim....









Sebastian : Ele Ressurgiu das cinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora