Sebastian : Ele Ressurgiu das cinzas

Capítulo 2

                     SEBASTIAN:
Acordo com o meu telefone tocando, meu Deus quem será essas horas.
Atendo no próximo toque.
- Alô? Quem fala?...
Minha filha aprontou na escola, em dezoito anos da vida dela, é a primeira vez que sou chamado. Tomo um banho e logo em seguida sigo o caminho da escola. Quando eu chego lá, vejo uma morena dos cabelos preto cacheados sentada de costas para a porta. Sinto o seu cheiro, cheiro de lavanda.
Olho para o seu lado, e vejo a mais bela das morenas em minha frente. Seu jeito me encantou. Mas calma....
Ela é a melhor amiga da minha filha, não posso ter esses pensamentos com ela. E outra preciso respeita a memória de minha esposa. Visto minha máscara de mostro novamente.
Tenho a minha conversa com a diretora, seguimos para casa depois de um tempo. Quando chego em casa, faço as meninas tomarem um banho, enquanto preparo o almoço, hoje será lasanha. Minha predileta.
Sinto a presença delas, olho para trás e vejo ambas sentadas diante da mesa.
- Vamos comer meninas, depois conversamos. – digo totalmente autoritário.
Depois de algum tempo, todos já almoçados, eu pergunto:
- O que foi que aconteceu?
- Bom papai... O Francis nos chamou de lésbica, eu não gostei. – diz Luz.
- E vocês são? – pergunto deixando Amora envergonhada.
- Não, pelo menos eu não. – diz Amora. – E você Luz?
- Eu? Aff imagina, da onde... Hrum. – diz Luz.
- Certeza filha? Tudo bem então! – digo para ela.
- E... E.. ele falou mal tanto de mim, tanto quanto da Amora. Foram coisas horríveis papai.
- E o que ele disse?
- Não é nada não papai....
- Fala filha, você sabe que entre eu e você não tem segredos.
- Bom, ele falou que o senhor é um mostro...
Respiro fundo, tento me acalma mas é em vão. Subo para o meu quarto, e lá eu quebro tudo o que vejo em minha frente.
Sinto uma raiva imensa, ele tem razão, eu sou um mostro. Ouço barulho da porta se abrindo, então eu vejo uma beleza em minha frente, mas então... Coloco minha máscara de mostro.
- Sai daqui, não quero descontar a minha raiva em você. – digo aos berro.
Sem dizer nada me viro esperando a porta ser fechada e ela me deixar, mas quando eu me viro vejo ela vindo em minha direção. Ela me abraça de surpresa, sem palavras eu fico, então eu caio no choro.
- Chorar faz bem, chora... Despeje suas tristezas e angustia....
E ali eu fico um bom tempo nos braços dela. Em pensar que apenas um abraço me fez tão bem, juntos caímos no sono.
Acordo de um sono tão gostoso, aquilo me fez bem, olho para o lado e lá está ela, com os cabelos esparramados sobre o travesseiro. Tão linda e meiga, mas não posso cair nos seus encantos, preciso me afastar se não, será mais um coração quebrado, no meio do caos.
Vejo que já é noite, e hoje eu terei uma grande luta, deixarei o bar por conta de Karen, minha sócia e amiga. De início Luz pensou que eu e Karen fossemos um casal, mas não... Somos amigas e ela é bem mais nova que eu, então não rola.
Saio do meu quarto e vou tomar um banho mas antes de eu entras no banheiro eu ouço uma voz:
- Papai? Vocês transaram? – pergunta Luz.
Fecho minha cara, então digo a ela:
- Mas é óbvio.....que não né filha. Ela tem a sua idade, serve pra ser minha filha.
- Não seria nada mal se isso acontecer. – diz Luz virando as costas.
Será que eu ouvi isso mesmo?







                       LUZ:
Desde da morte de minha mãe, meu pai se fechou para o mundo, menos para mim. Para mim ele tem todo amor e carinho, coisa que eu sou cercada.
Quando conheci Amora, ela era uma menina sozinha na escola. Fizemos amizade e hoje somos melhores amigas. Uma coisa que eu sempre achei errado foi a relação dela com a família. O padrasto dela não é boa pinta. Eu sei desde o dia em que ele tentou me agarrar, desse dia adiante nunca mais entrei lá.
E agora vendo a minha amiga dormindo na cama de meu pai me bateu uma felicidade por eles. Fico imensamente feliz, dois corações machucados precisam ser curados.
O final de semana se aproxima, todo final de semana meu pai some, liguei certa vez no bar, e quem atendeu foi a gerente dele, a Karen, e ela me disse que o papai não se encontrava. Confesso que fiquei encabulada.
Vou convidar minha amiga Amora e vamos segui-lo.


                       AMORA:
Depois do abraço deitamos juntos na cama, vejo que Sebastian dorme tranquilamente, me pego observando cada detalhe seu. Suas cicatrizes espalhadas pelo corpo, mostram o sinal de sofrimento, fecho os meus olhos e adormeço.
Me olho no espelho, e vejo que eu estou de vestido branco até os pés, estou com uma sandália de salto médio. Os meus cachos estão soltos e lindo. Quando eu vejo a minha barriga, ela não está normal, e grande igual uma melancia.
Quando eu vou gritar, vejo Luz entrar e dizer:
- Ela está linda, e a minha afilhada irmã como está? – diz a mesma passando a mão em minha barriga.
Arregalo os olhos, estou grávida?
E agora?
Sinto meu corpo balançar pra lá e pra cá. Dou um pula na cama. Ufa, foi um sonho.
- Vacaaaa. – digo para Luz. – olho para o lado e me toco que eu estou no quarto do pai dela.
- Você, justo você aqui.... Sua.. sua...sua...
- Por favor não é nada disso que você está pensando, eu posso explicar. – digo para ela tentando me manter calma.
- Claro né, na hora do flagra vem aquela frase clichê: “ Não é nada disso que você está pensando.” – diz caindo na gargalhada.
- Está louca? Só pode.
- Que legal.- diz Luz entre risos. – Você tinha que ver a sua cara de tacho.
- Vagabunda, me mata do coração. – digo a ela mais aliviada.
Luz me prega cada coisa, ela disse tão serie, que eu pensei que era o meu fim.
- Vem Amora, vamos sair daqui, quero conversar a sos com você.
- E o que seria? – pergunto curiosa.
- Lá no quarto eu te digo.
Saímos do quarto do seu pai, e vamos para o dela. Puxando a minha mão, Luz diz:
- Rapariga, preciso da sua ajuda.
- Diga, então.
- Essa noite vamos seguir meu pai, estou desconfiada que ele anda fazendo alguma coisa errada. – diz com convicção.
- Mais isso é errado. Não podemos, e se ele estiver indo para algum lugar proibido para menores. Você sabe que faremos 18 apenas no natal.
- Eu sei ok?! Está tudo providenciado, arrumei duas identidades falsas. – diz Luz abrindo a porta do guarda roupa e pegando as identidades. – Toma, essa é a sua.
Olho para a identidade, tentando notar alguma semelhança, mas não encontro nada.
- Uau, é de verdade.
- Sim, claro que é. – di Luz.
- Olha amiga, não sei não. Será que não vai dá errado?
- Claro que não, meu plano é infalível. Vou te contar ....
Realmente se tudo der certo, esse plano não falha.
O resto da tarde passamos assistindo filme, enquanto Sebastian ficou trancado no escritório. Depois do episódio do seu quarto, ele não deu uma palavra comigo.
A noite chegou e Sebastian bate na porta de “nosso” quarto.
- Meninas, vocês querem algo especial na janta? – pergunta Sebastian numa voz rouca e sexy.
- Hummm? Não sei, o que acha Amora? – pergunta Luz.
- Ah, o que vocês escolher tá bom.
- Vamos fazer a noite da pizza, que tal? – pergunta Luz.
- Por mim tudo bem. – digo para ela.
- Bom, então como será pizza, eu hoje preciso sair. E não tenho hora para voltar. Vou resolver alguma coisas do bar. – diz Sebastian.
- Esta bom papai.
Sem desconfiar de nada, nós tomamos banho e colocamos uma roupa de sair, por cima colocamos um roupão, a pizza chega e nós jantamos primeiro para depois seguir os passos de Sebastian.
As horas e os minutos passam e nós seguimos Sebastian. Sem ele perceber a nossa presença, nós corremos atrás dele. Entramos em um beco escuro, ficamos escondidas espionando Sebastian, realmente me sinto uma espiã.
- Espera um pouco. – diz Luz tirando uma meca de cabelo do rosto. – Aqui, é os fundos do bar. Vamos entrar?
- Você, não acha arriscado? Vai dá merda porra.
- Cala a boca e me segue. Sou a filha do dono, eles não se importam.
Dizendo entramos nos fundos do bar, realmente o lugar é impressionante, todo rústico, as mesas de madeira, as cadeiras de madeira pintada com verniz, um lugar simples, rústico mas lindo e aconchegante.
Descemos uma escada com pouca iluminação, até o momento não fomos barradas. Entramos em um ring de luta, e eu fico impressionada com a quantidade de pessoas aqui, todas estão aqui para Assistir uma luta.
Observo mais o lugar, quando eu vejo uma pessoa que eu jamais imaginaria. Jordan está aqui.
- Luz, Veja ali quem está aqui. – digo para Luz.
- Quem? Meu pai?
- Não, o Jordan. Vamos embora antes que ele me veja.
Quando começamos a andar, sinto uma mão forte em meu ombro.  Não acredito, ele me pegou.
- Olha só quem está aqui...
Quando eu me viro para trás, eu vejo o meu pior pesadelo.
- Me solta ou se não eu grito. – digo para ele.
- Imagina se a mamãe souber que você está  aqui?! – diz Jordan.
Por um impulso chuto suas bolas, e saímos correndo feito umas doidas, abrimos a primeira porta e damos de cara com uma cena inusitada.
- Vai, hummm. Mete essa porra direito, aí que gostoso caralho. Delicia, minha buceta ama essa porra. – diz a mulher ruiva.
Vendo aquela cena, me deu uma vontade de transar, saio dos meus pensamentos com o sussurro de Luz:
- Vamos sair antes que eles vejam nós.
Faço um sinal com a cabeça, e antes de sairmos ouvimos.
- As moças não querem participar? – diz um negão com o pau suculento para fora.
Minha boca cai aberta com aquela visão.
- Ficou em choque neném? – diz a ruiva. – Tem para todas.
- Muito obrigada, mas nós entramos na sala errada. – digo ao casal.
Então o moreno suculento, que eu mesma apelidei, pega a sua toalha e enrola a parte de baixo.
- Deixa eu me apresenta. Sou Enrico, sou treinador de luras marciais. E essa ruiva linda, é... Digamos...
- Olá meninas, eu sou a Cíntia, temos uma amizade colorida. – diz a ruiva já vestida.
- Falando sério, mil desculpas atrapalhar. Eu sou a Sol, e essa pamonha aqui é a Amora.
- Ei?! – digo brigando com ela.
- Sentem meninas, e me contem o que trás vocês aqui. – diz Enrico.

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Bjocas e até a próxima 😘