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Seis anos atrás...

    As ruas daquela cidade estavam movimentadas como sempre acontecia naquele horário do dia,pessoas caminhavam pelas calçadas com seus guarda-chuva de forma apressada, algumas olhando frequentemente em seus relógio de pulso indicando que estavam atrasados para algo,as gotas de chuva escorriam pela vidraça daquele cafeteria na qual Samantha estava tomando seu café da manhã acompanhada de seu tutor que lhe observava de forma curiosa e atenta. Embora quisesse saber o que tanto aquela garota pensava, Ryan não sabia a melhor forma de lhe questionar, não sabia quais palavras usar para que demonstrasse todo carinho que senti por si.

   — Acho que passamos da fase da exitação...

  Com o olhar sob aquela xícara de café a sua frente sobre a mesa  de madeira na qual estava sentada afastada de qualquer movimentação e barulho, Samantha não negava sentir que o rapaz a sua frente gostaria de lhe perguntar algo. Ela o conhecia bem, sabia de todos seus defeitos e qualidades, quais hábitos tinha,seu passatempo preferido,seus hobbies, Samantha sabia detalhadamente de tudo relacionado ao jovem sentado a sua frente, obviamente não passaria despercebido a curiosidade e o desejo de lhe perguntar algo.
 
   — Ainda não me acostumei com o fato de nada passar despercebido por você — Ryan sorri segurando em uma de suas mãos que se encontrava sobre aquela mesa — você está muito aérea em seus pensamentos, sequer tocou em seu café ou está a falar de seus planos para o dia de hoje. Está tudo bem?

   Suspirando pesadamente, Sam ergue seu olhar em direção a Ryan e sorri fracamente. Sua mente está em meses atrás,em 27 de abril, às sete horas da noite, exatamente o dia em que perdeu seus pais e a viu desolada e sem um plano de vida. Samantha se lembrava perfeitamente de como se sentiu ao ver os corpos de seus pais sem vida naquela sala de reconhecimento, se lembrava de como sentiu a pior dor mundo,de como as lágrimas caíam com intensidade e os soluços causavam dor em sua garganta. Naquela manhã, Sam percebeu que não poderia encontrar seus pais após um dia cansativo,soube que não os veria chegar em casa para um jantar em família ou que sequer poderia receber um abraço repleto de carinho e amor que ambos lhe davam antes de uma viagem de negócios, Sam percebeu que não sentiria a felicidade completa pelo restante de sua vida. Era uma dor que se ameniza,mais jamais poderia ser esquecida.

   — Acho que sabemos a resposta... É difícil conviver com a realidade de que não os terei comigo.

  As lágrimas começavam a se forma em seus olhos assim como a dor que jamais a abandonou após a morte de seus pais,sua respiração ganhavam um ritmo mais acelerado a fazendo tentar se acalmar,pois havia prometido ao homem a sua frente que não ficaria se martirizando com uma coisa considerada natural da vida humana,uma coisa pertencente a natureza,mas que provoca uma dor profunda nas pessoas,uma dor que não se cura ou se esquece. Ryan sempre a lembrava estar a disposição para qualquer coisa que precisasse,para ser seu alicerce e garantir que sua vida tenha momentos nos quais pudessem a fazer se afastar de algo que possa lhe ferir sempre que relembrado.

  — Conversamos sobre isso Sam! — Ryan suspira sentido por tudo que a jovem passou — fizemos o acordo de que você buscaria algo para se apegar e que mantenha sua mente em cosias que possam ser motivo de felicidade.

  — Sei disso Ryan,mas é difícil para mim,ainda mais sendo tão recente os acontecimentos. Passou-se apenas meses,será impossível me manter distante desse tipo de lembrança.

   Se levantando da cadeira a frente se Samantha,Ryan paga o café da jovem e a puxa para que se levante. Embora tentasse a fazer se sentir bem com o presente no qual viviam,o rapaz sabia que para uma filha que perdera os pais em um trágico acidente de carro a menos de um ano, reviver aquele fato seria algo que jamais a permitiria se sentir bem,seria algo que não lhe deixaria seguir em frente. Ryan sabia o que era aquela dor,ele a conhecia perfeitamente,pois a menos de cinco anos,o rapaz perdera sua mãe por uma doença que o pegara de surpresa naquela época.

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