I.

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Bem, o luto estava completo. O luto de ambos, para ser mais exato. Ou talvez só o meu.

Minhas mãos trêmulas se fechavam contra o volante e minha visão embaçada tentava ao máximo prestar atenção no trânsito levemente caótico de Sheffield enquanto eu dirigia para o meu apartamento.

As lágrimas teimosas que escorriam através de meus olhos e passeavam pelo rosto caíam sobre o volante e percorriam um caminho até pingarem no banco de couro. Eu odiava isso do fundo da minha medíocre alma.

Eu não sabia se ela também estava da mesma forma que eu, e não ousaria me certificar disso, embora ela estivesse sentada ao meu lado no banco do passageiro, provavelmente encarando sem emoção a janela enquanto a paisagem mudava diante de seus olhos em um milionésimo de segundos devido à movimentação rápida do carro.

Poderiam se passar várias horas ou semanas severas conforme o ponteiro do relógio mudava e a caneta marcava mais um dia que ia embora no calendário.

Eu me atreveria a dizer que são igualmente desanimadoras depois que eu estacionei o carro.

Dσ Mҽ α Fαʋσυɾ | Aʅҽx TυɾɳҽɾOnde histórias criam vida. Descubra agora