⛵
Os pedidos de uma dama debute
Que o cavaleiro por eles alaúde.
🌟
20/09/1962
Eveli estava muito feliz por poder finalmente ir pedalando até o cais. Os pais nunca partiram até então, alegavam serem perigosos. Mas como era seu aniversário de quinze anos, e Murat estaria com ela, permitiram.
De fato, não era uma distância para se fazer de bicicleta, mas nada que um pouco de energia e disposição não resolvesse.
Estava usando uma saia godê abaixo do joelho com estampa de borboletas e tênis branco com meia. Na maior parte das graças, falava saia, geralmente godê, porém, também usava plissada, pregueada ou franzida.
Achava mais confortável e relaxante do que usar vestido. Saias davam a possibilidade de escolher a peça de cima, e ela preferia assim. Poucas mulheres usavam calça, e Eveli seguia o padrão mais recatado e romântico.
Os cabelos ficaram presos em um rabo-de-cavalo com um laço azul-claro, o mesmo tom de azul da saia. A blusa era branca, sem mangas, com gola e botões na frente. Um cinto azul completava o look.
Como das outras vezes que serviram ali, apostaram corrida. Como sempre, Murat ganhou e debochou dela, o que fez avanço para cima dele, para uma pequena luta com o desfecho já certo: ela com as bochechas vermelhas por conta da melhoria, os olhos faiscando por não conseguir vencer contra ele, e ele a mão facilmente enquanto gargalhava da impotência diante dele.
Por fim, quando o cansaço bateu, eles sentaram no banco com a estátua da cancioneira para admirarem o mar. Eveli deu um longo suspiro com os olhos perdidos no mar.
As lembranças de quando, em um piquenique, Murat colheu jamelões para ela e os entregou como se fossem um bolo de aniversário, dizendo para ela fazer um pedido antes de pegá-los. Ela viu os pais a alguns metros, na sombra de uma árvore, trocando carinhos e beijos, e disse que queria que ele fosse o marido dela.
Era o seu aniversário de oito anos, e Murat explicou que eles não poderiam, pois era proibido. Deus não permitia. Então para deixá-la tranquila, ele prometeu que quando chegasse a hora, ajudaria encontrar um bom marido para ela. Ela então fez outro pedido: Murat estar presente em uma festa dela de aniversário.
Anos depois, aos dez anos, novo pedido. Dessa vez, ela pediu para que o primeiro beijo fosse com ele. Novamente, ele explicou que era proibido. Então ela renovou o pedido de tê-lo um dia em sua festa.
Ali estava ela aos quinze, ainda sem beijar ninguém. Não pensou mais desde então em Murat daquela forma, finalmente havia entendido que os laços deles eram outros. Ele era um irmão. Quando criança, ela tinha dificuldade para distinguir o papel de Murat em sua vida, uma vez que moravam em casas separadas, mas após os dez anos, finalmente, entendeu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
VELEJANDO PARA AS ESTRELAS: Vol. 2(Disponível na Amazon)
Romantiek🌟🌟🌟 🌟🌟🌟⛵🌟🌟🌟🌟🌟🌟 Enquanto o casal Camponelle luta por anos na justiça pela guarda de Murat, devido a uma rixa antiga com a família Yilmaz, a pequena Eveli nutre a expectativa de que seu melhor amigo um dia vá morar em sua casa, passando a...