Capítulo 1

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                          Beatrice

— COMO ASSIM EU NÃO POSSO USAR MINHAS ROUPAS AQUI? — Grito com a diretora da escola. Além de chegar e não ter ninguém para me receber com cartazes e reverência ela acaba de me entregar as vestimentas oficiais da escola.

O uniforme parece mais uma fantasia de colegial do século passado, saia xadrez, colete, gravata, meia longa e botas sem graça.

— Eu não vou usar isso — cruzo os braços ela suspira se levantando da sua cadeira e apoiando as mãos na mesa

— Primeiramente, trate de se comportar e não erguer o tom de sua voz aqui. Segundo, a mais de cinquenta anos todos os alunos usam uniforme, e não iremos mudar isso

Posso sentir as veias do meu pescoço pulsarem

— Eu sou a dona dessa escola. A anos meu irmão a comprou para mim

— Isso não te faz melhor que ninguém aqui Beatrice, agora vá, se troque, e mandarei suas anfitriãs a levar para conhecer seu dormitório

Fecho os olhos e uma funcionária me mostra o caminho para o banheiro onde irei me trocar. Aqui eu não poderei usar nada que trouxe do meu reino, segundo a diretora, teremos que nos virar com que a escola nos oferece.

Tenho que falar sobre organização - Coisa da qual esse lugar não tem - Um grupo de alunos estão jogados no chão com seus celulares e alguns lendo livros. Enquanto outros se divertem jogando objetos alheios no lixo, e zoam um garoto gordinho, isso não é uma escola da realeza. Isso é uma escola de marginais!

Ergo a cabeça e passo por eles sem sequer olhar mas para meu azar um deles corre atrás de mim e começa a andar de costas enquanto me olha tentando chamar minha atenção. Olho o broche preso em seu peito e reviro os olhos quando consigo ler seu nome.

Griffin MacLorren.

— Princesa Beatrice — ele diz e morde a tampa da caneta que segura
 
Eca.

— Prazer, eu sou...

— Eu sei quem você é, Griffin. Agora, com licença — falo e bato a porta do banheiro na cara dele

Me encosto na parede e olho fixamente para o meu reflexo. Tento repetir pra mim mesma uma frase que Esmeralda vive me dizendo "Se algo estiver errado, concerte você mesma". Mas não há como concertar a escola, só eu demolir ela mandar todos que estão aqui para casa e voltar com uma nova turma de príncipes e princesas bem educados e disciplinados.

Tiro meu vestido quase chorando por ter que abandoná-lo e coloco o uniforme ridículo. Além de ser horrendo ele é um número menor que meu tamanho o que deixa meus peitos e braços apertados.

Não destaca nada em mim. Apenas as marcas vermelhas em minhas bochechas causadas pelo sol.
Tento fazer uma trança mas pelo cumprimento do meu cabelo, é difícil o amurrar sozinha

A porta é escancarada pacificamente e eu olho o intruso de relance

Não pode ser.

Eu poderia conhecer essa ruiva até no meio de uma multidão de outras ruivas sem graça

— Eai estranha — Ariela diz e eu a olho cima a baixo — Ninguém nunca te disse que loiras precisam fazer hidratação no cabelo?

Como ela consegue ficar tão bonita usando essas coisas horríveis? Olho por cima do ombro dela e vejo Aurora entrar com vários livros na mão e duas mochilas nas costas. Uma delas tem tanto glitter que meus olhos doem.

— Oi Bea — ela diz com um pouco de dificuldade e coloca uma mecha do cabelo platinado, quase branco, para trás.

Me questiono sobre o motivo dela carregar tantas coisas mas vejo que Ariela não carrega nada e entendo o propósito. Como sempre a ruiva usando alguém, dessa vez sua própria irmã, gêmea. Como ela ama deixar claro.

Princesa, Com Orgulho - TRILOGIA PRINCESAOnde histórias criam vida. Descubra agora