Capítulo 19

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Beatrice

Acordo sentindo uma leve dormência no meu ombro. Abro os olhos e vejo o braço de Griffin por cima de mim.

Saio de seu abraço com cuidado para não acordá-lo mas quando coloco os pés no chão ele segura meu pulso

— Desculpa, não queria te acordar

— Tudo bem — diz e esfrega os olhos

Seu cabelo está espalhado para todos os lados da cômoda e eu sorrio da cena. Ele não consegue ficar feio nem acabando de acordar

— Vou buscar alguma coisa pra gente comer, hoje faz oito dias que não me alimento direito — digo e ele me olha confuso — Efeitos colaterais de ficar presa na escola vazia e sem você

Okay. Eu poderia ter dito isso de uma forma menos direta

— Não, não. Eu peço para alguém trazer alguma coisa, se virem você saindo daqui eu tô fodido — diz e tira o telefone do gancho para ligar para o refeitório.

Griffin faz o pedido do café da manhã e enquanto espera vai até o banheiro.
Minutos depois uma funcionária trás uma bandeja de café

— Se disser que me viu aqui você nunca mais pisa na minha escola — digo e ela confirma compulsivamente quando sai

Griffin suspira e se senta na cama olhando fixamente para os alimentos

— Posso usar seu banheiro?

Ele afirma com a cabeça e eu entro no banheiro

Me olho no espelho suspiro ao perceber tudo o que fiz. Eu dormi com um garoto, beijei ele, não só uma mas duas vezes, e agora estou aqui sentindo essas coisas por ele.
O que aconteceu com minha vida?

Antes da Griffin tudo parecia tão simples.  Eu viria a escola, me casaria com Aslan, seria rainha, teria herdeiros e viveria feliz pra sempre ao lado do meu amado. Agora só quero estar com ele a todo momento, e um segundo sequer longe do gêmeo do mal me faz sufocar

— Okay Beatrice, foco.

Abro o armário reserva que todos os quartos tem com itens de hiegenes novos e pego uma escova de dente e pasta.
Faço minha hiegene matinal e enxugo o rosto com a toalha de Griffin. O cheiro dele é tão bom, e se não fosse tão estranho eu pediria essa toalha pra mim

Saio do banheiro torcendo para que ele não me pergunte por que o beijei ontem e vejo que o príncipe nem tocou na comida

— Meu Deus Griffin, você tem que se alimentar — digo me sentando na cama ficando de frente a ele

— Tem um nó na minha garganta, não consigo engolir nada

Suspiro e tento arrumar seu cabelo rebelde

— Olha eu não posso dizer que essa dor vai passar rápido, porque não vai. Faz cinco anos que minha mãe morreu, e até hoje há momentos que eu me sinto sem chão — digo e ele me olha aflito — Tenho certeza que ele não ia querer te ver assim

— Você nem imagina — murmura e então pega uma fatia de torta

Pego um pedaço de kiwi e ele faz uma careta

— Qual é? — sorrio — Você só não gosta porque não comeu do jeito certo — digo e coloco um pouco de leite em pó no pedaço e o ofereço — Experimenta — falo e ele revira os olhos.

Espero anciosa por sua reação e ele diz:

— Maravilhoso

Sorrio aliviada e abro as cortinas de seu quarto e ele xinga baixinho, quando olho para trás o vejo cuspir o kiwi no lixo.
Acho que já estou tão acostumada a ouvir esse seu vocabulário sujo que nem consigo mais me escandalizar

Princesa, Com Orgulho - TRILOGIA PRINCESAOnde histórias criam vida. Descubra agora