Capítulo 14

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                         Beatrice

Ele me olha claramente assustado. Todos sabemos que é proibido a entrada de animais de estimação aqui, e se eu quisesse contar a alguém, Aslan certamente ganharia um castigo dos bons.

— Doze? — franzi a testa e ela lambe meu rosto me fazendo sorri — Faltou criatividade?

— Não, não foi isso — ele passa a mão entre os fios loiros acobreados.

Com certeza Aslan já está pronto para ir dormir já que usa uma camiseta branca folgada e uma calça xadrez vermelha. Nunca consegui o enxergar sem as vestes reais ou o uniforme, mas agora que vejo, não é nada mal, ele não fica feio de forma alguma

— Ela é a décima segunda que adotei, por isso, Doze — explica e eu fico boquiaberta

— Você tem Doze cachorros?

— Não — ele sorri e pega a vira lata de pelo caramelo do meu braço — Tenho vinte e quatro, todos os outros se adaptaram sem mim. Menos ela — diz e dá um beijo na cachorra

Eu parei de prestar atenção em sua fala desde quando ele disse que tem vinte e quatro cachorros.

— Bea, eu sei que não estou no direito de lhe pedir nada mas...

— Não conto. Pode ficar tranquilo

Olho para Doze novamente com um sorriso mas ele se desfaz quando me lembro o motivo de Ariela ter ido passar o fim de semana em casa. A alergia a pelo de animal a atacou, e agora eu sei de que animal foi.

Sinto uma pontada de ciúmes ao perceber que não fui a primeira a saber do segredo de Aslan, sei que é bobagem minha, mas não consigo me controlar com relação a ele.

— Obrigada — ele sorri e então percebe suas vestes — Desculpe por isso eu estava pronto para dormir quando ela fugiu

— Tudo bem — abro um sorriso amarelo — É até estiloso

Ele ri e eu peço para pegar Doze no colo novamente, ele sequer hesita.

— Acho que você ficaria linda de roupinha — digo e ouço o som da risada de Aslan atrás de nós duas.

Coloco Doze no chão e me agaixo para pegar uma rosa

— Eu te corôo princesa desse jardim senhorita Doze — falo formalmente e coloco a rosa em sua coleira e novamente ela pula no meu colo

Dessa vez eu sedo completamente e me deito no chão com ela brincando em cima de mim.

Em meios as lambidas de Doze e minhas gargalhadas estranhas eu olho para Aslan e ele está com os braços cruzados nos olhando e sorrindo também.
Se eu pudesse escolher uma uma única coisa para ver o resto da minha vida seria ele me olhando de pijama e sorrindo sem motivo algum.

Eu me levanto e tiro o excesso de grama em minha roupa.

— Agora que minha coroou minha cachorra, acho que vocês tem um tipo de ligação, talvez você seja a fada madrinha dela, ou algo assim — ele brinca

Comemoro com ela no colo e lhe entrego novamente.

— É melhor entrar Bea, está ficando tarde — ele diz — Muito obrigada por não surtar por isso, eu prometo que ela não irá fugir novamente

Sorrio

— Só tome cuidado, a direção não iria concordar com isso, embora eu sempre saiba como dar um jeito neles

Ele sorri sem vontade. Sei que Aslan gosta de fazer as coisas certas. Lembro-me de uma vez que estávamos num bosque e tentávamos colher maçãs, eu era a menor do grupo e não alcançava os galhos, então pedi para minha criada pegar uma pra mim.
Aslan chorou por quase um minuto pela minha trapaça, e só parou quando Ariela jogou uma maçã na cabeça dele. Ele ficou com tanta vergonha que engoliu o choro na hora.

Princesa, Com Orgulho - TRILOGIA PRINCESAOnde histórias criam vida. Descubra agora