Princesa, Com Orgulho - TRILOGIA PRINCESA

Capítulo 2

                         Beatrice

ERGO A MÃO PARA RESPONDER A SR. LANS SOBRE ECONOMIA.

— Se pararmos para pensar na quantidade de bailes e festas sem necessidade que fazemos dentro um ano, é uma boa quantia para ser guardada, cortando esses eventos

— Isso pra você que é de Cadloe— Ariela resmunga na cadeira do fundo e eu a olho com uma sobrancelha erguida — O valor que é gastado em um baile em Cadloe, é suficiente para reerguer e até fundar mais países do que estão representados aqui. Portanto Beatrice, não fale o que não sabe, você nunca viu seu reino afundar em dividas

Volto a olhar para frente de braços cruzados

Graças a minha linhagem, nós nunca tivemos um momento de crise em Cadloe. Nossas finanças sempre foram bem controladas e por isso nosso reino se tornou o mais rico de todos a anos atrás.
Diferente de todos dessa sala que estão sujeitos a passar por crise, meu país é sujeito a ataques rebeldes para roubar o que temos. Hoje esses ataques já não acontecem com tanta frequência graças a meu pai que começou a pagar mesada para todos os necessitados logo quando assumiu o trono.

A porta é escancarada pacificamente e mudo de posição na cadeira quando os olhos verdes de Aslan encontram os meus.

Ele procura um lugar que não seja do meu lado na sala mas logo percebe que não tem pra onde fugir e acaba se tornando meu companheiro de carteira.

— Oi — falo baixinho

— Oi — ele suspira e apoia o queixo nas mãos com os cotovelos colados na mesa.

Creio que Aslan não teve muitas aulas de etiqueta, caso contrário, saberia que é falta de educação colocar os braços na mesa

Ele me olha de relance e eu sou capaz de ouvir as batidas aceleradas do meu coração

— Desculpe-me pela forma como a tratei hoje — diz — Você não deveria ter falado daquela forma. Mas eu também não poderia ter agido daquela forma com você, eu fui insensível e rude. E eu não sou assim

Sorrio envergonhada

— Tudo bem

— Não gosto que falem do meu pai como se ele fosse morrer a qualquer momento — diz abrindo sua mochila e tira seus materiais de dentro — Você perdeu sua mãe, então suponho que saiba como eu me senti quando insinuou que ele morreria

As lembranças das quais queria fugir voltam a tona e rapidamente meus olhos se enchem de lágrimas

— Com licença — faço uma reverência e saio correndo da sala ouvindo Ariela me chamar de estranha

Tudo de repente começa a se passar em câmera lenta pra mim.

A cinco anos atrás dia 29 de Outubro de 2020 eu vi minha mãe ser morta a sangue frio na frente, e eu tinha apenas onze anos e presenciei a pior cena que alguém poderia ter presenciado.

Abro a porta da saída e corro o mais rápido que consigo para o bosque em frente a escola. As mechas do meu cabelo grudam no meu rosto encharcado pelas lágrimas

— Ei! — ouço alguém gritar quando estou chegando perto do precipício — Ei, ei, ei! — a pessoa segura meu braço e continuo olhando para o buraco que não parece ter fim

— Me deixe em paz — choramingo

— Por favor, deixe-me ajudar

— Nada vai trazer ela de volta, nem apagar o que vi

— Okay — ele suspira e calmamente larga meu braço e em passos curtos se põe a minha frente para olhá-lo.

Blake Davis Moore é o nome que está escrito em seu broche.