Capítulo 26

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Beatrice

O sol já deve ter nascido a horas, sei disso pelas marcas bem evidentes em minha pele e pela forma como eu sinto meu corpo arder

— Puta que pariu! cadê aquela merda!? — Griffin revira os bolsos da calça em busca das chaves enquanto eu tento ao máximo ficar segura na pequena sombra do coqueiro

Ele pega nossas roupas do chão e vem até mim

— Vai ficar tudo bem okay? — diz acariciando meu rosto encharcado de lágrimas e me leva até o carro.

Cinco segundos em que espero ele abrir a porta foi o suficiente para eu gritar de dor.

Griffin me olha assustado e fecha a porta rapidamente. Assopro as manchas em meu braço e olho para meu rosto pelo retrovisor. O fato de minhas bochechas arderem condiz muito com a cor que elas estão agora

Encosto minha cabeça na janela começo a chorar descontroladamente. Eu estou horrível, não só horrível como corri um enorme risco me expondo dessa forma

— Elisabeth, me desculpe por isso, eu... — Griffin toca meu braço mas eu o puxo com relutância

— Não encosta em mim, por favor — peço choramingando

Posso imaginar ele me olhar tristemente agora. Quando eu começo a coçar minha pele ele segura meus braços com força

— Por favor não toque em mim, não vê como isso é terrível?

— Eu seria um babaca se transasse com você, pra no dia seguinte te abandonar, eu estou com você Elisabeth, e não me importo em ter que te tocar assim

Sorrio em meio as lágrimas e ele as enxuga.

— Que porra, eu esqueci que tenho um kit de emergência aqui — ele abre o porta luvas e eu suspiro aliviada quando vejo o remédio que alivia a alergia.

O meu grau de Xeroderma não é tão grave, por isso que a coceira alivia com qualquer remédio de alergia. Mas o problema é as consequências que poderei desenvolver. Independente do grau da doença, se eu for exposta a uma extrema quantidade de radiação ultravioleta as chances de eu desenvolver câncer de pele é de quase cinquenta porcento. E creio que estar numa praia ensolarada, tenha talvez até mais do que a quantidade de raios solares que minha pele possa aguentar

Tomo o remédio e logo a coçeira passa

— Melhor?

Confirmo e passo por cima do meu banco e me sento em suas pernas

Griffin acaricia meu rosto e eu deito minha cabeça em seu peito

— Isso não podia ter acontecido — digo entre lágrimas ouvindo seus batimentos acelerados enquanto ele faz carinho nos meus cabelos

— Me desculpa, eu deveria ter voltado com você ainda a noite

— Não foi sua culpa — digo e acaricio seu peito — Mas eu tô com medo, Griffin

— Vai ficar tudo bem okay? — ele beija minha cabeça.

Colocamos nossas roupas ali mesmo no carro, já que não seria uma boa ideia eu chegar usando a camisa do meu namorado.
Percebo a tensão de Griffin enquanto nos aproximamos do castelo, ele sabe tanto quanto eu que Arthur estará uma fera quando chegarmos, e ele prometeu ao meu irmão que eu chegaria bem em casa

Quando passamos dos portões vejo Arthur e Esmeralda conversando com alguns guardas. Pelas gesticulações do rei, eu sei que ele está nervoso e Esmel tenta o acalmar

Griffin desce do carro batendo a porta com força e antes que de a volta para o meu lado Ariela aparece com um guarda-sol

— Ai meu Deus — ela diz e eu me sinto ainda pior, uma coisa é estar feia, outra coisa é estar feia e todos perceberem isso — Venha, você precisa entrar — ela diz e quando eu piso no chão Arthur suspira aliviado

Princesa, Com Orgulho - TRILOGIA PRINCESAOnde histórias criam vida. Descubra agora