Capítulo 2

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As calças do colégio ressaltavam a bunda de Peter.

Foi a primeira coisa que notei quando o encontrei em frente ao Central Park, vestido como um almofadinha. Calça cáqui, camisa polo, calcando o mesmo converse de ontem, ele caminhou meio perdido pela área verde, antes de me encontrar.

Estava vestido em um short de corrida e camiseta sem manga a prova de suor. Peter me encontrou no meio da corrida matinal.

— Bom dia, Thor!

— Bom dia, garoto! Gostei das calças. Não tinha para homem quando você comprou?

Peter fez uma careta de reprovação.

— Ha ha ha, são do meu uniforme do estágio. É o último ano no colégio, tenho que cumprir horas extracurriculares se quiser ir para faculdade. O que viemos fazer aqui?

Sorri olhando ao redor. Notei algumas damas fazendo yoga embaixo da sombra de um salgueiro. Adoráveis posições.

— Deixa isso para lá. Você não quer aprender a ter atitude? Está um dia lindo para cortejar belas mulheres no parque. Educadamente, é claro. Não somos primatas.

Peter avaliou meu rosto, como se não acreditasse na seriedade de minhas palavras.

— Eu tenho namorada... — relembrou.

— É, você tem. Mas flertar de manhã no Central Park não é trair de verdade, é sobre ser novaiorquino. Tá vendo aquelas mulheres fazendo yoga ali? — apontei-as com queixo discretamente — São todas casadas, Parker. Tem muitas opções melhores e mais baratas de fazer Yoga em Nova Iorque que não incluem estender o tapete perto de cocô de cachorro, mas elas ainda preferem vir aqui, sabe por quê?

— Contato com a natureza?

— Para sair do tédio, garoto. — garanti — Todo mundo em Nova Iorque flerta antes das dez. É o ritual matinal dos adultos. Não é traição até estarem todos acordados.

Peter franziu o cenho completamente confuso.

— Isso não faz o menor sentido.

— Trouxe calção de corrida? — perguntei com um sorriso sacana nos lábios.

— Só o da educação física...

— Serve. Anda, vai se trocar. — dei duas batidinhas no traseiro de Peter e ele corou, engolindo seco.

Parker ficou rígido de repente, como se meu toque tivesse o eletrizado por inteiro.

— O que foi?

— Nada.

Ele respondeu antes de partir.

■■■

Eu não achei que garotos pudessem demorar tanto para vestir bermuda, mas Peter se superou. Quase quarenta minutos até ele voltar vestindo a mesma camisa polo, tênis de corrida e calção de basquete.

— O que é isso? Você vai jogar mini-golfe?

— Eu não trouxe camisa para correr, só bermuda.

Que merda.

Deixa eu arrumar isso para você.

Me aproximei de Peter e baguncei seu cabelo até parecer um pouco mais descolado. Na verdade, ficou parecendo um mendigo.

— Para com isso...

— Estou tentando ajudar. — justifiquei, segurando o cós de sua polo — Tira a camisa.

— O quê?

— Camisa polo é para mauricinho, tira isso logo.

Puxei a camisa de Peter para cima e revelei seu físico recém-conquistado. Os músculos adolescentes enpalidecidos pelo pouco contato com o sol. O garoto parecia envergonhado.

Thor - Amor e TrovãoOnde histórias criam vida. Descubra agora