Thor - Amor e Trovão

Capítulo 5

Peter Parker não podia conter a vontade de ser possuído. Mesmo que tentasse.

Nenhum outro homem mexeu tanto com a sua cabeça quanto o deus de cabelos loiros. Ele podia tentar negar seus impulsos, podia jurar amor a sua namorada o quanto quisesse, mas a única verdade era que ele queria por o pau de Thor Odinson na boca outra vez.

E se dependesse do deus do trovão...

Isso não demoraria a acontecer.

•••

PETER POV

Pus uma música do Coldplay nos fones de ouvido, porque não queria conversar hoje.

ᵐᵘˢⁱᶜᵃ ᵃᵐᵇⁱᵉⁿᵗᵉ

••• Caso deseje ler enquanto escuta: Coldplay – Magic. •••

Eu não estava acompanhado, mas era apenas uma questão de tempo até uma velhinha aparecer.

Velhinhas de Nova Iorque adoram conversar com garotos que parecem os netos delas. Acontece que depois de um tempo, percebi que devo me parecer com o neto de metade das vovózinhas novaiorquinas porque em todo vagão tinha uma idosa afim de me dar conselhos genéricos e dicas de chás para desafogar o estômago.

É como uma tradição local. Elas falam sobre seus gatos, dão conselhos aleatórios sobre os perigos no manuseio de forno microondas e também perguntam sobre namoradas.

A última coisa que queria era falar sobre namoradas.

Logo, descansei a cabeça no vidro e assisti as paredes cinzentas dos túneis se moverem para trás em borrões. Não queria pensar em Thor de novo, mas quanto mais pensava em não pensar no que não queria pensar, mais pensava no que não queria pensar.

A maneira como ele segurou minha cabeça, pensei enquanto recordava do infame momento em que fiz um boquete para um deus, ele gostou daquilo.

Não tinha certeza se era uma impressão ou minha própria vontade, mas parte de mim acreditava que não era o único que tinha aproveitado aquele momento.

Não, Peter. Alucidei a mim mesmo. Hoje é a noite da MJ. É seu aniversário de namoro e você vai comemorar com a garota mais incrível do colégio, então tire Thor Odinson da sua cabeça.

Fiquei olhando para os cartazes do metrô, tentando focar meus pensamentos em absolutamente nada. Foi quando o vagão parou de se mexer e um silêncio claustrofóbico se instalou lá dentro.

As luzes se apagaram.

— Merda... — xinguei, retirando meus fones de ouvido para olhar ao redor.

Por sorte, não tinha nenhuma vovózinha por perto para repreender minha boca suja. Deve ter sido um pane no sistema, acontece vez ou outra em Nova Iorque.

— Peter.... Parker... — uma voz grave e desajustada soou entre os chiados dos alto-falantes — Se entregue em cinco minutos... — o som me fazia ter arrepios — Ou vou matar todos nesse trem.

Os passageiros ali presentes compartilharam uns com os outros olhares cheios de pavor e subitamente o caos tinha tomado conta do vagão.

Porcaria. Xinguei, tateando a máscara no bolso de trás da calça.

Não tinha como vestir o traje em um vagão lotado sem revelar minha identidade. Também não posso usar meus poderes sem máscara, não aqui.

Estava encurralado e nem sequer sabia quem estava enfrentando. Pela voz parecia mais um et do que uma pessoa, só que os sistemas de alto-falantes de Nova Iorque nunca foram conhecidos pela regularidade do som. Tanto que nos dias normais se não prestasse atenção na janela durante a viagem, provavelmente erraria minha estação por não entender os avisos.