Capítulo Sete.

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— Mamãe, onde vocês estavam? Vocês sumiram, nem se despediram do Jack.
— Desculpe-me, princesa, ele já foi embora? A gente só estava no jardim, eu precisava fazer uma ligação e o Diego me acompanhou. E a gente se distraiu conversando.
— Ligação? Para quem?
— Não importa, querida!
— Tá bom.
— Graziela, que ideia foi essa? Chamar outro rapaz no dia do noivado da nossa filha! E ainda por cima o Nicolas Miller!
— Samuel, eu não estou te entendendo. Nós estamos falando do Nicolas Miller, seu novo chefe e futuro dono de tudo aquilo em que você trabalha. A Isabella e ele são amigos desde crianças! Não é mesmo, princesa?! — minha mãe fala, se referindo a mim.
— Sim, mamãe, éramos muito amigos.
— Eram? Não são mais? — ela pergunta.
— Não, não somos mais tão amigos assim, ainda mais depois de tudo que aconteceu. Afinal de contas, crescemos e, naquela época, éramos apenas crianças.
— E o que foi que aconteceu de tão grave, princesa? Para vocês acabarem a amizade assim?
— Não aconteceu nada, mamãe! Não é, irmãzinha?! — Minha boca se abriu em um "o" e meus olhos se arregalaram, de tão surpresa que fiquei ao ver o Diego me defender pela primeira vez. Eu me perguntei o que estava acontecendo nessa casa.
De repente um som de estalar de dedos, me trás de volta a realidade.
— Bella? Bella? Você está bem?
— Sim, estou bem!
— Você ficou paralisada, achei que estivesse passando mal ou algo do tipo.
— Não, está tudo bem; só estranhei o fato de você me defender. Coisa que nunca fez!
— Ah! É esse o problema, então. Quer dizer que eu não posso te defender e ser seu amigo? Nós somos irmãos!
— Wow! Amigo? Agora? Você não acha tarde demais para isso, Diego? Tarde demais para me defender? Por que nunca fez isso quando éramos crianças? Porque nunca, nunca mesmo, você quis ser meu amigo, meu irmão!
Nossos pais observavam nossa pequena discursão em silêncio, até minha mãe resolver opinar.
— Princesa, por que não dá uma chance para o seu irmão? Ele só quer se aproximar de você!
— E a senhora acha que é fácil assim? Depois de todos esses anos, do nada, o Diego descobre que quer ser meu amigo? Ah, para!
— Nunca é tarde demais para nada, filha! Se seu irmão quer se aproximar de você, dê uma oportunidade a ele e veja o que acontece — falou o papai.
Meu pai, que até aquele momento não tinha falado sequer uma palavra, se pronunciou. Acho que até ele estranhou a mudança repentina do Diego, mas as palavras do meu pai são como ordens para mim. Mesmo não querendo o Diego na minha vida, resolvi dar-lhe uma chance de se aproximar ainda que ele não merecesse.
— Tudo bem, Diego, eu te dou uma chance, mas com uma condição: não force nada, deixa acontecer. Você se afastou muito de mim e não vai ser da noite para o dia que vamos nos tornar irmãos inseparáveis. Tudo bem pra você? — Estendo minha mão.
— Tudo bem, irmãzinha! — Ele pega na minha mão
— Menos, Diego, muito menos!
Internamente Diego pensava.
“Ah, irmãzinha, se você soubesse o que te aguarda!”

 Para sempre VOCÊ. ( Degustação/Disponível Na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora