Capítulo Oito.

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                          A festa


— Eu não acredito que o Diego me convenceu a vir para essa festa!
— É, com certeza é meio estranho esse negócio de ele querer ser seu amigo! Dois dias atrás ele nem te suportava!
— Para você ver, ele e a mamãe estão agindo de forma estranha ultimamente. Não sei o que é, mas alguma coisa eles estão armando!
— Tá bom, Bella, que é estranho, é! Mas a gente já tá aqui, a festa tá ótima, então vamos curtir porque nós merecemos.
— É, você tem razão!
— Eu sempre tenho razão! — Sorrimos. — Vou pegar bebida. Você quer?
— Ai, Mirela, só você viu!
— E aí, vai querer ou não?
— Vou sim, sua maluquinha!
Mirela sai para pegar as nossas bebidas enquanto eu procuro um lugar para sentar. Depois de alguns minutos procurando, eu finalmente encontro um espaço vazio, longe dos casais que se pegam nos sofás. Quem está dando a festa é o Caio Junqueira, um crush da Mirela. Nunca nos demos bem; assim como o Diego, eu e o Caio nunca fomos melhores amigos. E, sinceramente, não sei qual é o motivo de ele me convidar para uma festa que está dando, isso nunca aconteceu.
O Caio e a Mirela sempre ficam juntos escondidos, mas nunca assumem que se amam. Senão, qual seria o motivo de ele ir todos os dias no restaurante onde a gente trabalha?! E tem mais: todas as vezes em que o Caio aparece, a Mirela some. Volto dos meus devaneios quando escuto alguém se aproximar.
_Isabella, não acredito que veio! — Caio fala, quase gritando quando se aproxima, devido à música alta. Ele se senta ao meu lado com dois copos de bebida na mão; me entrega um.
— Obrigada. Sabe, eu achei que, quando se convida alguém para algum lugar, é porque se espera que a outra pessoa vá! Ou estou enganada? — falo alto para que ele ouça.
— Está certíssima! Eu que sou um idiota. E o Jacob, não vem? Eu também o convidei.
— Ele vem, sim! Só está um pouco atrasado.
— Ah, entendi. Bom, fique à vontade, eu vou dar uma volta... — Ele se levanta, mas para logo em seguida. — Bella! Posso te perguntar uma coisa?
— Se quer saber se a Mirela veio, sim! Ela veio e foi pegar bebidas para a gente.
— Quer dizer que ela está aqui?
— Sim, está! Como eu já disse, ela deve estar na mesa de bebidas.
— Valeu! Fui.
Ele sai todo sorridente, e com certeza sei para onde foi. Sorrio de canto e penso que esses dois ainda vão dar em casamento.

Já havia se passado um tempo, em que a Mirela tinha saído para buscar as bebidas, mas como acontece todas às vezes. Ela não voltou, deve estar com o Caio, com certeza. Por falar em Caio, a bebida que ele havia me entregado já tinha acabado. Ao longe, vejo o Diego vindo em minha direção.
— Irmã, eu não te vi a noite toda, onde você estava? Não me diga que ficou sentada aqui esse tempo todo?!
— Sim, fiquei! Abandonada pelo meu noivo e pela minha amiga!
— E eu, não conto?
Reviro os olhos.
— Tá tudo bem, esquece. Vem, vamos nos divertir. Afinal, foi para isso que você veio! Sim? — Ele estende a mão.
— Mas, Diego, eu já estava indo embora, amanhã tenho que acordar cedo e... — Meu irmão me olha em repreensão.
— Qual é, Bella, acordar cedo em pleno sábado? Amanhã você nem trabalha; vem, por favor!
— Tá, tá bom, mas só um pouquinho.
Seguro na sua mão e ele me arrasta até o bar improvisado. Pegamos novas bebidas e, até aquele momento, nenhum sinal do Jack ou da Mirela. O Diego, por outro lado, está sendo super legal comigo e, sinceramente, eu estava me divertindo ao seu lado.
— Vem, vamos dançar um pouco.
Saímos do bar, deixando nossos copos vazios. Viramos de uma única vez por se tratar de tequila. Depois, fomos para pista de dança e foi aí que tive a pior visão de toda a noite.
— Aquela ali não é a Raquel Junqueira, a irmã do Caio? — Aponto na direção dela.
— Sim, é ela! Ela chegou hoje pela manhã de Miami. E olha, já está acompanhada, ela não perde tempo mesmo, hein?! Mas quem é aquele cara que está com ela? — meu irmão pergunta.
A Raquel Junqueira é uma garota que teve um rolo com Jacob quando eram jovens, mas ela nunca superou. E vive correndo atrás dele; ou pelo menos vivia, até ela finalmente sumir das nossas vidas. Os nossos olhares se cruzam, a menina dá um sorriso e beija o homem que está com ela.
Ele parece não gostar do beijo e a afasta. Com o polegar, ela limpa o batom borrado no canto da boca e olha para mim sorrindo. O homem, então, se vira, e meu mundo desaba.
O Jacob, era o Jacob quem ela beijou! Minha única reação naquele momento foi sair correndo dali, enquanto lágrimas rolavam pelo meu rosto. Meu coração doía e, ao longe, ouvia meu irmão chamar por mim. Olhei pra trás e vi Jack vindo em minha direção, mas Diego o parou. Depois de empurrar praticamente todos que ali estavam, consegui sair e a única coisa que eu queria era ir embora daquele lugar o mais rápido possível.

(...)

Algum tempo depois, já longe dali, andando pelas ruas, vejo pelo canto do olho quando um carro se aproxima. Eu estava sozinha em uma rua deserta. Meu coração acelera e começo a andar mais rápido. O medo me consome quando o carro para.

 Para sempre VOCÊ. ( Degustação/Disponível Na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora