Capítulo Três.

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— Oi, maninha, que bom que se lembrou que tem irmã! — falei sarcástica.
— Bella, Bella! Dramática como sempre! —rebateu minha irmã.
— Sabe como é, né?! Minha especialidade. Mas me conta que novidade foi essa? Não me diga que vai voltar!
— Ai, irmãzinha, sabe o que é.... Arrumei um estágio aqui por mais um ano. E resolvi aceitar.
— Sério, Maya?! Que máximo, irmã! Vou sentir saudades. Mas pelo menos no Natal você vem, certo?
— Claro que sim! Não perco por nada a ceia preparada pela Joana, hum... Só de pensar já me deu água na boca — minha irmã diz com os olhos fechados. — E então, alguma novidade por aí? E o Jack, como está? A mamãe já parou de pegar no seu pé por causa do namoro de vocês?
— E quando ela parou? Ainda mais agora que...
— Que...? Isabella Barcellos Santini, o que você está me escondendo?
Minha irmã fica me olhando pela tela do notebook,  à espera da minha resposta, mas eu não consegui falar.
Comecei a me perguntar o porquê de não contar a ela. A Maya sempre me apoiou com o Jack, ela dava um jeito de a gente se encontrar mesmo quando a mamãe me colocava de castigo e não me deixava sair por nada. Minha irmã estava ali em todos os momentos, me apoiou enquanto éramos pequenas. Diferente do Diego, ele nem ligava para nada que me envolvia.
— Bella? Então, vai me contar ou não?
— Então... O Jack meio que me pediu em casamento. E eu aceitei!
— Meio que pediu? Ou pediu de verdade?
— Tá, pediu de verdade, com direito a anel e tudo olha.
Coloquei a mão em frente à tela para que ela pudesse ver.
— Wow. Casar? O Jacob não brinca em serviço. Mas você não me parece estar esbanjando felicidade. Aconteceu alguma coisa?
— Não, não é isso, estou super feliz. Mas a mamãe... você sabe ela nunca gostou do Jack e disse que não vai aceitar esse casamento, blá, blá, blá.
— E você ainda se importa com o que a mamãe fala? Bella, não fica assim, você sabe como a nossa mãe é! Pelo menos, o papai te apoia, não é?
— Claro que sim! Inclusive ele me pediu para convidar o Jack para um almoço, eu ia ligar para ele quando você ligou.
— Ah! Então corre e vai ligar pra ele menina. E, Bella, não liga para o que a mamãe diz, depois ela se acostuma. E também, daqui há trinta dias estarei aí. Até lá, irmã, vê se não esquece: você já tem vinte e um anos, quase vinte e dois; trabalha, é independente e pode fazer o que quiser.
— Tudo bem! Até o Natal, então. Beijos...
Prestes a desligar a ligação, Maya volta a falar.
— Bella, já ia me esquecendo. Você não sabe com quem eu encontrei! Ninguém mais, ninguém menos do que o seu melhor amigo — ela diz animada.
— Quem? — pergunto.
— O Nicolas! E você não imagina: ele está voltando para o Brasil. Parece que o avô dele está doente e o menino tem que tomar conta dos negócios, sei lá, alguma coisa assim.
— Nossa, o Nicolas de volta. Acho que eu não o vejo tem o quê? Dois, três anos! Depois de tudo que aconteceu, a gente se afastou, mas vai ser bom vê-lo novamente.
PAHH!!!
Escuto um barulho no corredor, viro na cadeira na esperança de ver o que foi. Meu pensamento vai logo para o meu pai. Doente como ele está, pode ter desmaiado.
— Que barulho foi esse? — Minha irmã pergunta com preocupação.
— Não sei, vou dar uma olhada, calma aí.
Saí do meu quarto com a porta entreaberta e olhei pelo corredor, mas não havia ninguém.
Levei a mão ao peito e suspirei de alívio por não ser o que eu pensei.
Havia um vaso quebrado no chão. Vaso esse que ficava próximo ao meu quarto, em um criado-mudo. Estranhei... Quem poderia ter quebrado, já que ninguém estava no corredor e o silêncio predominava no lugar?!
Voltei ao quarto e Maya continuava a esperar.
— Então, o que foi? — Maya me pergunta.
— Um vaso quebrado. Aquele vaso que fica próximo ao meu quarto.
— Ah, menos mal! Então eu já vou, preciso resolver algumas coisas da faculdade. Beijinhos, irmã, se cuida!
— Você também! Tchau.
Depois de nos despedirmos, desligamos.
Voltei ao corredor e olhei novamente aquilo estava muito estranho. Resolvi esquecer. Desci as escadas e fui até a cozinha para pegar vassoura e limpar os cacos. Depois de tudo limpo, voltei ao quarto e liguei para o meu amor. Ele, como já esperado, confirmou a presença.
Conversamos mais um pouco e desliguei. Resolvi tomar um banho e descansar um pouco, pois às duas começaria a trabalhar.

 Para sempre VOCÊ. ( Degustação/Disponível Na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora