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No meio da correria acabo saindo de sandálias rasteiras mesmo, mas também vamos para praia então meio que é isso mesmo que devo usar.
Meu primeiro réveillon na praia e com o amor da minha vida.

Faltam apenas dez minutos para meia-noite.
Ano novo.
Vida nova.
Último ano na escola.
Mais um ano com o Diego, tudo perfeito.
Minha vida tem sido tão perfeita, que as vezes eu desconfio de coisas que não existem, crio coisas que não existem na minha cabeça.

Contagem regressiva.
Nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois...um.
Todos gritamos e abraçamos que está do nosso lado, eu abraço o Diego com todas as minhas forças e ele corresponde na mesma intensidade.
– Feliz ano novo! Eu te amo Diego!
Grito por conta dos folgos.
– Feliz ano novo meu amor! Eu te amo, Ste. Quer casar comigo?
Paraliso na hora e penso ter ouvido mal. Casar? Foi isso que ele disse?
– Você tá falando sério?
– Super.
– Sim, eu aceito, sim, sim e sim.

Comemorarmos o ano novo e o nosso noivado ao mesmo tempo.
Ele não podia ter feito um pedido mas lindo, minutos depois de entrarmos em um novo ano, novas fases da nossa vida, com um plano de fundo perfeito de folgos de artifício. Eu amei, amei de verdade, agora sim me sinto livre, porém mas presa a ele.

 Eu amei, amei de verdade, agora sim me sinto livre, porém mas presa a ele

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Um ano.
Um ano.
Não dá pra acreditar que dia vinte e dois de janeiro do ano passado que nós nos tornamos oficialmente namorados, eu o amo tanto, a ficha não caí, tudo que já passamos juntos pra chegar até aqui, só isso me faz ver que isso tudo é verdadeiro, ele é meu e eu sou dele.

– Oi mozão.
Oi.
Diego me responde com uma voz estranha.
– É, hoje é um dia especial né?
Porque?
Como assim?
– É um dia especial, Diego.
Não sei porque.

Desligo na cara dele.
Não acredito, filho da mãe, desgraçado.
Como ele pode não lembrar desse dias que nós tanto esperamos? E eu aqui toda boba que hoje faz um ano que estamos juntos e ele nada, se é assim não posso fazer nada, filho da mãe.

Mesmo querendo não ligar, não consigo, me tranco no meu quarto e choro.
Como ele pôde? É um dia tão especial pra nós, pelo visto só pra mim. Agora ninguém pode falar que mal nos conhecemos, por seria mentira, esperamos tanto por isso, pra poder dizer que não somos um casal que acabou de se conhecer e ele esquece, como?

Uma hora depois

Acabei pegando no sono enquanto chorava, meu rosto deve estar horrível.
Já são quatro da tarde e ele nem se manifestou ou veio aqui.

Alguém bate na minha porta e eu digo um entra forçado.
Me sento na cama e cruzo as pernas, com certeza é a minha mãe vindo conferir se eu não morri, mas infelizmente é o esquecido do Diego, espero que não tenha vindo pedir perdão.

– Oi mozão.
– O que você quer?
– Vim te dar uma coisa bravinha.
Ele tira as mãos de trás das costas, movimento que eu nem percebi que ele tava fazendo e em suas mãos está um buquê de rosas brancas e uma caixa de presente, que filho da mãe, ele não esqueceu, choro de novo.

Pulo da cama e o abraço.
– Eu te chinguei muito mentalmente.
– Foi preciso, agora abre e me dá um elogio pelo menos.
Pego a caixa da mão dele e me sento na cama.
Começo a desembrulhar, quando acabo vejo somente um cartão vermelho e uma faixa preta.
– O que é isso?
– Lê.
Abro o cartão e lá diz:

"Meu amor eu não esqueci de nada, esse dia é muito especial pra mim, eu te amo tanto Ste, eu nunca amei alguém assim, na verdade eu nunca amei ninguém, só minha mãe é claro..."

Dou risada entre as lágrimas que não param de cair, ele é um fingido, fingiu muito bem que tinha esquecido.

"... Minha vida mudou tanto nesses doses meses ao seu lado, eu me descobri, descobri que eu sou e quem eu quero ao meu lado pro resto da minha vida, só com você eu pude saber o que é amor verdadeiro e recíproco, eu te amo pequena.
Agora coloca a venda por favor.

Com amor, seu Bonitinho."

Ai meu Deus!
Como esse menino consegue mexer comigo até por uma carta?
Olho de relance pra ele e não penso em mais nada, só coloco a faixa nos olhos.
Daí em diante ele me ajuda a levantar, calçar minhas sandálias e a andar até o tal lugar.

Minutos depois

Andamos uns mil quilômetros de pura tortura, brincadeira as parte, eu devo estar com vários hematomas pelo corpo.
Finalmente o Diego para e anuncia:
– Chegamos.
– Finalmente!
– O que foi?
– Nada não.
– Tá bom, vamos lá, fecha os olhos, que eu vou tirar a faixa.
– Já estão fechados.
Ele retira a venda devagar e no final ela acaba enroscando no meu cabelo, meu Deus. Ele rir do meu desespero e consegue tirar a faixa totalmente.
– Agora pode abrir os olhos pequena.

Ao abrir os olhos me deparo com a cena mais linda e romântica que eu já vi na minha vida. A pracinha do meu bairro está toda, todinha enfeitada com luzinhas lindas e flores, muitas flores lindas e delicadas, não acredito que ele fez tudo isso, deve ter dado o maior trabalhão e eu em casa chingando ele, tadinho.

– Que lindo amor.
– Gostou mesmo?
Abraço ele pelo pescoço, limpo as lágrimas que caíram sem eu nem perceber, agora não é hora de mais choradeira.
– Eu sou muito sortuda por ter você.
– Eu que sou meu amor, você é a mulher dos meus sonhos.
– Eu te amo demais.
Não deixo nem ele falar, o beijo no rosto, na boca, no nariz, nas bochechas e por fim nessa boquinha linda que só ele tem.
Nenhuma demostração de amor ou afeto pode mostrar ou explicar tudo que eu sinto por homem, não mesmo, ele me faz a mulher mais feliz do mundo, com tudo, não só pelas surpresas, que eu amo, mais sim por como ele me trata, como mulher.

Meu dia não podia terminar melhor.

Meu dia não podia terminar melhor

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