O Melhor Amigo Do Meu Irmão

3°

Acordo com uma baita dor de cabeça. Porra! O que aconteceu?

Levanto e fico sentada na cama, eu não tava no Quioscão?
Como cheguei em casa? Jesus.
Eu não me lembro de nada.

A porta se abre e uma Mariana com cara de quem sabe tudo, senta do meu lado.

– O que aconteceu?
– Depois que a gente chegou lá na outra resenha...
Interrompo ela.
– Resenha? Não me lembro disso.
– Pois é, foi até o Diego quem te levou.
Diego? O Bonitinho, me lembro de ter dado um fora nele, poxa, maldito seja o meu irmão.

– Deram maconha pra você e você ficou doidona, também te deram bebidas por isso a ressaca, te recomendo beber muita água.
Ela diz tudo isso rindo da minha cara, filha de uma boa mãe, eu morrendo de dor de cabeça e ela rindo cara.
– Valeu, agora some chata.
– Tá, tá, fui maconheirazinha.

Taco um travesseiro na cara dela e sai correndo. Idiota! Mais ela sempre sabe de tudo, querendo ou não eu á amo, minha segunda melhor amiga.
Que a Tânia não ouça isso, nunca.

Sigo o conselho da Mari e bebo bastante água. Tomo um remédio pra dor de cabeça, sorte que não tenho aula, porque se não eu iria ter que faltar. Ir pra escola com essa dor de cabeça e esse cansaço não ia adiantar de nada, com certeza eu iria dormir a aula inteira.

Acabo pensando no Bonitinho mais do que devia, depois que a ressaca passou é claro, ninguém merece ficar com dor de cabeça e com a cabeça cheia.

Como fui dar um fora naquele gato? Dele eu me lembro muito bem, cada detalhe, até aquele cabelo lindo, que dá todo um charme pra ele e aquele sorriso, aí meu Deus! Infelizmente por causa do meu irmão, que segue muito a ordem dos meus pais de me vigiar e não deixar nenhum menino se "aproveitar" de mim, eu perdi a chance de conhecer um cara super legal. Ele não foi igual ao Jonathan ou o José, que são uns atrevidos e ficam sempre me secando na maior cara de pau, meu irmão finge não ver porque são seus amigos

Acabei ficando em casa a semana toda, porém hoje estou decidida a sair, preciso experimentar de novo, não a maconha, pelo amor de Deus. Mais a sensação de sair, de me sentir livre, pelo menos por algumas horas.

A Mari entra no meu quarto cheia de bobs no cabelo, já arrumada.

– Você vem com a gente hoje? Seu irmão tá bonzinho.
Confirmo com a cabeça, enquanto procuro um cropped lindo que eu tenho. Cadê ele!

– Vai ser um milagre os seus pais e o Felipe deixarem, depois da semana passada.
Me viro pra ela.
– Aquilo foi um acidente Mari, não vai mais acontecer e eu quero ver o Bonitinho de novo.
Fico vermelha.
– Quem?
– O Diego, achei ele legal.
– Legal é?

Amo esse cropped, olha que tenho muitos, mais a minha paixão por esse é diferente.
E essa saia colada ficou tudo.

– É Mariana, legal.
Dou risada.
– Ele é melhor amigo do seu irmão, sabe disso né?
Hum.
– Ae? Então ele é o amigo mais legal e bonito que ele tem, agora trança meu cabelo por favor.
Que merda em, tanto menino pra Deus colocar na minha direção, não que eu esteja reclamando, jamais. Porém vai ser bem difícil me envolver com o Diego depois de saber isso.
– Tá bom madame.

Como sempre ela arrasa, essa menina é muito babadeira no que faz. Faço uma make, ponho meu salto alto, hoje ele não me escapa. Nem que eu tenha que ficar sentada a noite toda, mais esse look pede um salto alto bem tra.

Parece que o destino quer ver nós dois no mesmo lugar, assim que saiu para o lado de fora, dou de cara com ele, lindo como sempre, que vê assim até pensa que vi ele muitas vezes. O que é muito estranho, como ele pode ser melhor amigo do meu irmão, se eu nunca vi ele aqui em casa ? Felipe tem que rever quem ele trás aqui pra casa.

– Iai vai comigo hoje?
– Com certeza.

Ponho meu capacete e subo na moto dele. Diego dá uma risadinha e arranca com a moto.
Encosto minha bochecha nas suas costas e sinto seu perfume, tão gostoso, cheirinho de homem. Ele não é um garoto tarado, apesar de ter me abordado naquela festa, mais não ficou insistindo depois que eu disse não, ele parece ser um cara legal, quantos anos será que ele tem?

Como não pensei nisso antes, eu só tenho quinze anos, é óbvio que ele não vai querer uma garota de quinze anos, né ?

Interrompo meus pensamentos assim que vejo que chegamos na tal festa, vejo muitas luzes e o som muito alto. Será que vão me deixar entrar? Ser menor de idade é um saco, sempre tenho essa palavrinha na mente, será que vão me deixar fazer isso, será que vão me deixar fazer aquilo.

– Ste ?
Meu irmão vem até mim e põe a mão no meu ombro.
– Vem comigo que você não vai ter problemas.

Dito e feito.
Meu irmão parece ser o dono de todos esses lugares, é só ele falar alguma coisa com os seguranças e eu estou dentro.
Talvez não seja tão ruim ter o Felipe como irmão.

Continua...