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Seis meses depois

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Seis meses depois

O tempo passa como um furacão, igual daqueles que passou por Miami depois que saímos de lá.
Estou casada a seis meses e quase nada mudou, nossa rotina é ótima, Diego trabalha, eu estudo, cuido da casa e do Pop.
Diego vive dizendo que sou tudo que ele quer na vida, mas não sei, as vezes ele chega a ser forçado e isso tá me deixando com uma pulga atrás da orelha.

Essa semana fizemos três anos de namoro, muitos param de contar depois que se casam, mais eu não, nosso namoro foi muito importante pra ser esquecido assim.

Nesse momento estou sentada na cama, por acaso achei nosso bauzinho de imagens e fotos antigas, não tão antigas assim.
Encontro uma foto de quando nós conhecemos o idiota do Ed Sheeran em um show em Angra dos Reis.
Em baixo dessas, estão fotos de quando eu estava grávida da Larissa, sem ter tempo de pensar começo a chorar.
Se eu não tivesse a perdido, esse ano ela faria dois aninhos, minha bebê, eu desejo com todas as minhas forças, faria qualquer coisa pra tê-la aqui comigo.
Aperto a foto contra o peito e sinto meu abraço favorito, o do Diego.

– O que foi meu amor?
Ele pega uma das fotos, olha e depois as guarda novamente, até a que estava comigo.
– Está tudo bem.
Ele me abraça e faz carinho no meu cabelo.
– Eu quero ela aqui comigo Diego, por que teve que ser assim?
Digo entre soluços.
– Eu também, agora descansa.
Ele me deita, põe o cobertor sobre mim e sai.
O que tá acontecendo com a gente?

Uma horinha depois

Acabei pegando no sono, sem vontade.
Já são seis e meia, a luzes da rua já estão acesas, indicando que a noite já chegou.

Tiro minha roupa e entro no banheiro, preciso de um banho gelado pra ficar bem.
Acabo olhando no espelho da pia e vendo a mulher sem vida na minha frente, só uma carcaça que esqueceu de cair.
Vejo alguns remédios que eu tomava pra depressão e ansiedade e vários outros, ponho todos eles na minha mão e sem pensar viro todos ele na minha boca, tomo mais de quarenta comprimidos de uma vez.

Abro meus olhos e uma luz forte me faz fecha-lós de volta

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Abro meus olhos e uma luz forte me faz fecha-lós de volta.
Será que estou no céu?
Minha dúvida e tirada, quando meus ouvidos são preenchidos pelos mesmos sons que escutei naquele dia, em que perdi a minha filha.

– Alguém?
Chamo.
Não consigo gritar.
Uma moça vestida de branco vem até mim.
– Olá, você dormiu por bastante tempo.
– Estou em um hospital?
– Sim querida, vou chamar o seu médico.
– Espera.
Tarde demais, ela já se foi.

Como eu vim parar aqui?
Tento me mexer meu braço, mais vários tubos estão ligado a ele, injetando coisas nas minhas veias. Que porra tá acontecendo aqui?
Só então percebo que estou respirando por tubos, arranco eles, mas meus pulmões ardem e eu os coloco de volta. Droga! O que eu fiz.
Além disso tudo, vejo alguns monitores de ultrassonografia, que merda eu fiz.
Começo a ficar nervosa.

A porta abre e o Diego entra acompanhado da minha mãe.
Meu Deus que eu não tenha separado nós dois de novo, por favor! Peço a Deus.
– Diego.
Digo e meus olhos se enchem de água.
– Sou eu meu amor, como você tá?
Ufa! Ela não quer me matar.
Matar. Essa palavra ecoa na minha mente assim que penso nela.
– Sim.
Digo a verdade, estou bem.

O meu médico me examina, anota algumas coisas e me passa alguns remédios. 
Remédios. E outra palavra ecoa pela minha mente, como se eu quisesse lembrar alguma coisa, então tudo fica claro como água pra mim.
Eu tentei me matar, com remédios.
Meu Deus o que eu fiz? E ainda fiquei viva, eu não mereço viver depois do que eu fiz.

– Você tá sentindo alguma tontura, Stefany?
– Não.
– Ok, sinto muito mais vocês terão que passar mais uma noite aqui.
Vocês?
Como assim? Só estamos eu e ele aqui.

Assim que o médico sai o Diego entra com uma enfermeira, que me ajuda a sentar pra nós dois podermos conversar melhor.
Abraço meu marido com forças que não sei de onde saíram, porque me sinto fraca.
– Me desculpa meu amor, me desculpa por favor.
– Eu te encontrei no chão do nosso banheiro...
Ele para um pouco e continua.
– ...nua, fria e pálida, achei que você tava morta, liguei pra emergência e te trouxeram pro hospital. Eles te trouxeram de volta, eu quase perdi você.
– Eu...
Não consigo dizer nada, não tenha nada que eu possa dizer, pra tapar a burrada que eu fiz. Até a minha mãe está se sentindo culpada, por me proteger disso por tanto tempo e agora que eu sou adulta, faço essa bobagem.
–  Eles fizeram um monte de exames em você e acabaram descobrindo uma coisa.
Meu coração acelera.
– Oquê?
– Nós vamos ser pais, Stefany. De novo.
Uma lágrima escorre pelo seu rosto ao mesmo momento que uma escorre pela minha.
O que?
Eu não posso acreditar. Isso é impossível.

– Mas amor...
– Sim, eu sei, segundo os médicos você não podia mais engravidar, mais aconteceu, Deus é maravilhoso meu amor.
– Diego...
Abraço ele.
Isso só pode ser um milagre, eu pedi tanto a Deus por meses, que ele me desse outro bebê. Meu Deus é tanta felicidade que não cabe dentro de mim e só de pensar que eu quase acabei com três vida, a minha, do bebê e a do Diego, ele não aguentaria perde nós dois.
Eu sou uma idiota, preciso pedir muito perdão a Deus.

Beijo o Diego inúmeras vezes.
– Deus nos deu mais uma chance.
Digo sorrindo.
– Sim, ele deu.
– Eu te amo tanto.
Falo alisando a minha barriga, ainda reta. Não dá pra acreditar que tem um bebê aqui dentro, de novo, é tanta emoção. Muito obrigado meu Deus, muito obrigado.

O médico me dá alta no dia seguinte.
Até quem enfim vou pra casa, agora tenho muitas coisas com que me preocupar, nossa família vai aumentar.
Já estou tão ansiosa, meu Deus.
Dessa vez vai dar tudo certo, eu creio.

 Dessa vez vai dar tudo certo, eu creio

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