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Um mês depois

Um mês inteiro se passou, hoje eu estaria com seis meses de gravidez e mais ansiosa ainda pra conhecer o meu anjo.
A ideia de que a minha menininha agora é um anjinho é tão dolorosa.
Meses atrás a ideia de ter um filho erra horrível pra mim e cortava o assunto sempre que alguém tocava nisso, "eu sou muito nova" eu sempre dizia e ria pra pessoa. Hoje meses depois eu não me vejo fazendo outra coisa a não ser sendo mãe de uma menininha linda de sorriso torto e pele parda, correndo pela casa deixando os meus pais de cabelo branco, mais a amando com todas as forças, não mais que eu.
Eu queria de verdade ser mãe da Larissa, ensinar tudo pra ela, brincar de boneca, mais eu não consegui, eu não consegui nem trazê-la ao mundo com segurança.

De quebra ainda perdi o amor da minha vida.
Eu e o Diego não nos falamos desde aquele dia no hospital, meio óbvio, eu matei a nossa filha com a minha estupidez.
Se eu tivesse prestado mais atenção...

A minha mãe entra no meu quarto e senta na minha cama, de onde eu não tenho saído muito.

- Vou na Maísa e quero que você venha comigo.
- Não, eu não vou.
Tanto lugar pra ela querer me carregar e ela quer me levar logo pra aonde eu posso encontrar ele.
- Você vai sim, você não pode ficar assim, eles sabem que não foi culpa sua e eu ainda mando em você, então você vai sim senhora.
- Foi tudo culpa minha sim, eu caí, eu não prestei atenção...
Começo a chorar pela quarta vez no mesmo dia, porra!
- Filha não é culpa sua, você não tem culpa de nada, quantas vezes vamos ter que repetir que foi um acidente.
Só consigo chorar e soluçar.
O Diego deixo bem claro que a culpa foi minha e eu também me lembro de tudo daquele dia, as lembranças voltaram a correr como água em um rio.
Doendo e me destruindo por dentro.

Minha mãe acaba me fazendo ir junto com ela.
Visto uma roupa que ela escolheu.

Eu com certeza escolheria algo bem mais feio e nada combinando, muito menos colocaria tênis

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Eu com certeza escolheria algo bem mais feio e nada combinando, muito menos colocaria tênis.
A minha mãe tem me ajudado tanto nesses últimos tempos, ela é a única pessoa que não me deixou desistir de tudo e cometer uma loucura.
Eu também cortei conversa com muitas pessoas, com a Tânia e o meus amigos, com a Mariana e o meu irmão, sei que todos estão preocupados comigo, sempre me mandam mensagem, mais eles sabem que preciso do meu espaço, porém a única que sabe que isso é um perigo é a dona Giovanna.

 Eu também cortei conversa com muitas pessoas, com a Tânia e o meus amigos, com a Mariana e o meu irmão, sei que todos estão preocupados comigo, sempre me mandam mensagem, mais eles sabem que preciso do meu espaço, porém a única que sabe que isso ...

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A dona Maísa me recebe com um abraço apertado e quentinho.

- Como você está querida?
- Bem, na medida do possível.
Controlo as minhas lágrimas, quando percebo que ela está olhando pra minha barriga que hoje não exesti mais, durou menos de vinte dias pra ela sumir, inacreditável.
Ela ver que estou prestes a chorar e me abraça novamente.
- Não minta pra sua sogra.
- Ela não está nada bem, vive chorando e se culpando pelo o que aconteceu.
Obrigada por me expôr mamãe.
Dona Maísa beija o topo da minha cabeça e olha nos meus olhos, como o Diego fez.
- Não foi culpa sua.

Saiu do abraço dela e corro pro quintal.
Me sento em um dos balanços que tem por aqui.
Esperava encontrar o Diego por aqui, mais com certeza ele está fugindo de mim, soube que eu viria e saiu.
Tento limpar minhas lágrimas em vão, não foi uma boa ideia vim até aqui.

Porque o Bonitinho tinha que me abandonar logo agora? Eu estou precisando tanto dele. Mais eu entendo ele, eu matei a nossa filha, sou um monstro.

Pego um galhinho que encontro no chão e desenho um coração vazio na areia. É assim que eu me sinto, vazia e sozinha.

- Porque um coração vazio?
Diego!
Me assusto com a sua chegada.

O que ele tá fazendo aqui?
Esqueci que eu sou a intrusa aqui, a casa é dele.

- Talvez por que eu me sinta assim, vazia.
Ele se senta no outro balanço e fica em silêncio por um tempo.
- Fui um idiota em pensar que a culpa foi sua, lógico que foi um acidente, eu que pedi minha mãe pra chamar a sua, não tive coragem de ir na sua casa, então.
- Não precisa, eu sei que a culpa foi minha.
Ele enruga a testa e eu olho pro outro lado.
- Não foi pequena, como você iria saber do lençol arrastando no chão? Como?
- Não sei, eu não sei.
Mais lágrimas saem dos meus olhos, o Diego tem razão, como eu ia saber? Estávamos tão felizes que eu não pensava em lençóis.

Ele para na minha frente e eu levanto pra ficarmos cara a cara.
Pra minha surpresa ele me abraça.
Sinto uma sensação tão boa dentro de mim, coisa que eu não sentia a muito tempo.
Muitos me abraçaram, muitos me disseram que não era minha culpa, mais eu precisava que essas duas coisas viessem dele.

Penso em beija-lô, mais tenho medo dele não retribuir. Não dá nem tempo de saber, porque ele mesmo toma iniciativa e me beija.
Senti tanta falta desse gosto maravilhoso que só ele tem.

- Eu te amo, mozão.
Uma lágrima escorre e eu sorrio.
- Eu também te amo, Bonitinho.
Digo de volta e abre aquele sorriso torto que eu tanto amo.
- Vem vamos entrar.
- Ok.

Entramos em casa abraçados.
Olha envergonhada pra Maísa, fui muito infantil em fugir correndo dela, ela só tava querendo me ajudar.

Assim que o Diego me solta, a Dakota me arrasta pro quarto dela e as nossas mães riem do ato.
Sequestro isso?

- Vai me conta?
Saudades de falar com ela.
- Contar o que ?
Me faço de boba.
- O que o meu irmão te falou, eu meio que dei uma cutucada nele.
Óbvio que ela deu.
- Ele disse que eu não tinha culpa, que não tinha como eu saber, me abraçou e disse que me ama e depois de um mês eu me senti viva de novo.
Ela suspira fazendo cara de apaixonada.
- E o beijo?
- Não começa, Dakota. Agora vamos a minha mãe trouxe rocambole.
- Opa.

Essa menina.

Essa menina

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O Melhor Amigo Do Meu Irmão Onde histórias criam vida. Descubra agora