Querido Mafioso

Capítulo 26

Mais um dia descendo esse morro, minhas pernas  falham a cada vez que um serzinho me puxa

- Vai com calma Eric, a escola não vai criar pernas e sai andando - digo e ele se vira e me dar a língua, voltando a me puxar morro abaixo

Chegamos na porta da escolinha e entrego a mochila a ele que me dá um beijo e pequeno abraço e corre em direção ao pequeno parquinho e se junta a seus amiguinhos

Assim que tenho certeza que ele está bem com seus amigos me viro para ir embora, mais ouço alguém me chamando

- Senhorita Gabriella espere por favor - paro e viro para vê quem me chama, e se trata da professora do meu irmão

- Sim? Algum problema?

- Só queria lembrar que a mensalidade está vencida e que se não pagar, vou ser obrigada a barra a entrada do seu irmão na escola, ah e os livros novos chegaram - ela diz

- Irei pagar - falo ríspida e saio de lá resmungando

Não vou dizer que não tenho uma pra lá das melhores, mais também não posso dizer que é péssima, tenho uma vida mediana aqui no morro do Chapadão, vivo num barraco simples e pequeno com minha mãe e meu irmão, sempre procuro trazer dinheiro para casa, pois minha mãe não pode mas trabalhar e só faz o básico, como quentinhas, costura algumas roupas quando a procuram e até as vezes arruma um trampo de faxineira nas casas dos traficantes daqui, mesmo eu ia tendo dito para ela para e que sua saúde e muito frágil mais quem vai dar ouvidos a uma filha preocupada? Bem ela não, se eu deixar ela vai estar se pendurando no telhado com a desculpa de que estava muito sujo

Meu irmão tem 3 anos, ele e um verdadeiro pirralho, pelo menos comigo que sou da família com os outros é um amor de pessoa, mais acho que isso é picuinhas de irmãos, nada que vá complicar nossas vidas e nossa união, muito pelo contrário só vai nos atrai mais e mais

- Gabriella, Menor está procurando tu - olho para quem falou e se trata de um garoto aparentando ter seus 13 ou 14 de idade, só faço um movimento com a mão para sinalizar que já entendi e que já pode voltar para seus pau mandados

Aqui é assim, garotos da idade dele já são fisgados pelo mundo do tráfico e das drogas, triste mas é a verdade, vou para a boca de fumo onde sei que vou encontra Menor, e entro na mesma, sou recebida por assobios e alguns até passam a mão, mas tenho que manter minha postura então só dou alguns tapas na mãos podres daqueles que declaro não merecerem esta no meu corpo, entro no pequeno escritório sem bater e vejo o mesmo jogado em sua cadeira com os pés na mesa

- Educação mandou lembrança - ele diz soltando a fumaça do seu cigarro

- Fale o que quer pois não tenho o tempo todo, seja rápido - digo é me sento na cadeira em sua frente

- Eu que estou te pagando, fale menos e trabalhe mais - ele diz e tira os pés da mesa

- Meu valor aumentou - digo e ele só dar de ombros

Me levanto e dou a volta na mesa e abro sua bermuda e começo meu trabalho

Talvez esse não seja o trabalho que vocês imaginavam, mais não me julguem por isso, sou uma mulher de 20 anos com vários problemas nas costas, uma mãe e irmão para cuidar e com o medo de a qualquer momento alguém invadir esse morro e meus familiares serem vítimas de uma bala perdida ou até eu mesma ser atingida, sem mim o problema financeiro da minha família estaria perdido, eles iam ser despejados ou até mesmo mortos por um do traficantes daqui, cruel eu sei. Claro eu tinha outras opções de emprego mais nenhuma que me arrajace dinheiro o suficiente para pagar o aluguel, a escola do meu irmão e as despesas médicas da minha mãe