Capítulo 4- A Kim

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Após o toque de saída, fui o primeiro a sair da sala, tinha de encontrar a Kim, para lhe entregar esta carta que já estava a fazer peso na minha mochila e no meu coração.

Não demorei muito para encontra-la estava no mesmo sitio do costume com as amigas, assim que me aproximei ela esmoreceu o sorriso.

-Meninas podem ir andando, que eu já vou lá ter com você-disse ela para as amigas, estas afastaram-se sem saber o que se passava-O que foi?-entreguei logo a carta, decidi ir direto ao assunto-O que é isto?

-Uma carta do Mateo, antes de morrer -os olhos dela arregalaram-se de surpresa e admiração, ela agarrou a carta com as mãos a tremer.

-Porque? Ele mandou só para mim, ou para ti também? E o que diz?-interrompi-a antes que ela me enchesse de perguntas, eu percebia, também as tenho, mas com o tempo percebi que não adianta ter duvidas só temos de aceitar tal como é.

-Não sei, sim também me escreveu e eu ainda não li a minha.

Ela olhou para a carta e depois para mim.

-Obrigada.

-Não é a mim que tens de agradecer- e fui andando sem olhar para trás.

Eu sei, desculpa, não devia ser tão ríspido com a tua ex, mas ela nunca me convenceu e tu sabes e para tu teres feito uma carta para ela é porque também sabes, as vezes sinto que estou dentro da serie "thirteen reasons why".

Isto fez-me lembrar como a conhecestes, foi no ano passado ela tinha entrado para a escola e logo nesse dia ficastes vibrado nela.

Não sabia muito bem porque, ok, ela era bonita, mas eu não via nada para alem de rosto bonito e corpo do caralho, mas tu vistes não sei o que mas vistes.

-Meu, ela é tão bonita e inteligente e simpática...acho que estou apaixonado-dissestes assim que chegamos ao meu quarto

-Meh, nada demais-disse preparando as coisas para o nosso trabalho de geografia.

Sentaste-te na cama a olhar muito serio para mim.

-Estas a falar a serio?!

-Sim-olhei para ti e tu estavas de queixo caído.

-Então deves ter sido o único, pois toda a gente olhou e achou a mesma coisa.

-Acho que não passa de uma menina que quer atenção-sinceramente já estava farto de ouvir falar dela. -Podemos começar o trabalho?

Começamos mas sempre tinhas algo para acrescentar sobre ela e disseste que um dia ia ser tua namorada, embora não acreditasses muito nisso e dito e feito um mês depois de conversa, já tinham acontecido beijos e o tal pedido de namoro que tu fizestes com a minha ajuda.

Estavas tão nervoso nesse dia, podia ate sentir o teu coração a bater rápido cada vez mais que chegamos ao refeitório.

-E se eu não conseguir?-paraste antes de chegar à porta do refeitório.

-Porque não havias de conseguir? Tu és o Mateo Dias, que não tem medo de nada, embora ache que seja melhor um pedido de namoro em particular.

-Assim é impossível ela dizer que não, se fosse em particular era mais complicado-dissestes mordendo a bochecha coisa que fazes quando estas nervoso, agarrei a tua mão suada e quente.

-Não importa o que aconteça eu estarei aqui-e sorrimos entrando juntos no refeitório.

O pedido correu muito bem houve beijo e um salto no colo e toda a gente aplaudiu, ate eu embora me apetecesse chorar, sem saber muito bem porque.

Os primeiros messes de namoro foram uma tortura para mim, quase nunca estavas comigo nos intervalos e quando estávamos tínhamos a penetra atrás.

Chegamos a ficar chateados algumas vezes, contigo a acusar-me de ciúmes, talvez tivesse mas não deixava de ser verdade o que sentia, mas sempre resolvíamos as coisas e eu evitava ter crises de ciúmes só para manter a amizade, aguentava tudo ate as vozinhas de bebe que faziam um para o outro.

Mas não houve só as nossas zangas, também houve as vossas, pois ela andava distante de ti e ela sempre negava isso.

-Diz que não precisamos de andar sempre juntos e eu dou-lhe o espaço que ela precisa, mas eu sinto que ela quando esta comigo, não está, percebes?- desabafastes olhando para mim, como se estivesses à procura da resposta na minha cara

Embora eu ficasse "feliz" por estas situações eu não gostava de te ver assim triste e desamparado o que me fazia odiar mais a Kim.

-Não sei, acho que tens de falar com ela mais uma vez. -tu metias a mão na cabeça e suspiravas de frustração.

Mas passado alguns dias vocês voltava a ficar bem e voltavam as mesmas vozinhas de bebe um para o outro eu ficava amuado e ciumento como sempre, mas se tu estavas feliz eu também estava e isso é o que importa.

Ao meu melhor amigo.Onde histórias criam vida. Descubra agora