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Não passava das nove da manhã quando Louis despertou. Percebeu que o som da chuva já não era mais audível, muito pelo contrário, a luz forte do sol atravessava a janela, doendo-lhe a vista. Gemeu manhoso e mal humorado, cobrindo os olhos com o cobertor.


—Você acordou? —Uma voz rouca e arrastada perguntou numa proximidade inédita.

O menor sentiu um frio na espinha por um segundo até reconhecer o dono daquele timbre tão familiar. Descobriu a cabeça e tentou rolar pela cama, mas percebeu que estava dentro de um abraço confortavelmente apertado, arregalou os olhos.

—Harry... ? —Meio em choque, observou os braços fortes em volta do seu corpo, segurando-o firme no lugar.

Uma das únicas coisas que podia pensar era: como trocaram as posições naquela noite?

—Viu como hoje o sol tá consideravelmente forte? O verão deve estar perto. —Styles ignorou a expressão perplexa do menor e agiu naturalmente, sorrindo de lado como o habitual.

—Essa é uma das minhas épocas favoritas do ano. —Louis desistiu do seu quase protesto para/com o carinho de Harry e tentou agir normalmente também —O final de primavera. Daqui a pouco os dias quentes e longos vêm aí.

—O verão de Los Angeles é o melhor de todos, não é, Lou?

—É, sim... —Ambos tinham um tom triste e nostálgico em suas vozes —Sinto falta das praias quentes e lotadas.

—Contato humano nunca pareceu tão único e necessário quanto é agora. —Abraçou o menor mais forte, como se não quisesse que ele fosse embora dali nunca.

—Só quando perdemos que damos valor para coisas tão simples assim. —Tomlinson finalmente se rendeu ao carinho e o apertou de volta, envolveu seu braço pelo torso do maior e aconchegou a cabeça em seu peito.

Não disseram absolutamente nada depois disso, não precisavam, ficaram apenas curtindo o carinho e calor um do outro. Ah! o calor humano, haviam perdido a conta de quantas semanas se passaram sem qualquer contato por mais de cinco segundos. Aquele momento estava sendo único e, pela carência ou não, gostoso pra caralho.

Mais tarde naquele dia, Louis vestiu o uniforme completo de um time europeu, pegou vários refrigerantes e salgadinhos que viu pelos armários e se sentou na frente da televisão. Harry apenas cortava alguns pães em torradinhas para o lanche da tarde, observou toda a agitação do menor com um sorriso confuso.

—O que você tá fazendo? —Perguntou, pausando seus afazeres para preparar um café.

—Hoje vai reprisar a última final da Champions League. —Seus olhinhos azuis brilhavam de empolgação.

—Que isso, é de comer?

Louis revirou os olhos.

—De que adianta te explicar, você não gosta de esportes.

—Ei! Eu gosto sim.

—Aham, e qual é o seu favorito? —Cruzou os braços, aguardando uma resposta.

—Já te disse que gosto golf, e no meu tempo livre costumava praticar vôlei de praia, era bem educativo. —Sorriu orgulhoso.

—Vôlei? —Tommo olhou aquele poste de cima a baixo —Previsível, Styles.

Harry se irritou com o seu deboche.

—E qual é o seu, Tomlinson? Tenho certeza que basquete não é, né. —Sorriu forçado.

O menor semicerrou os olhos e apontou um dedo pra ele.

—Vou te descer um tapa, seu merdinha.

Harry gargalhou, adorando tê-lo provocado e voltou a fazer suas torradinhas. Por um segundo percebeu que estava comendo muitas torradas ultimamente, bom, ele comprava muitos pães e não dava conta de comer tudo, e pelas leis da química ou algo do gênero, é natural que a massa endureça. Mas não era sua culpa se pães eram tão irresistíveis, tão fofos, gordinhos e quentinhos, parecem sempre deliciosos, não dava para dizer "não" pra eles.

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