S U B M I S S O | WOOSAN. (+18) *EM HIATUS*

Mais um show.

Eu olhava meu reflexo no espelho enquanto Jaemin arrumava meus fios de cabelo, deixando-os levemente desordenados, olhei para o lado e vi Chanyeol se aquecendo, ele era o meu parceiro e nós éramos a dupla mais requisitada desse prostíbulo.

Sinceramente, nós éramos extremamente gostosos e sabíamos atuar, nossa química na cama era impecável e a nossa amizade colorida já tinha nos tornado um só, cujos prazeres e orgasmos aconteciam juntos enquanto nosso ato sexual nos envolvia e contaminava os voyeurs que nos observavam.

Se eu era um prostituto? Assumo que sim.

Se eu tinha vergonha? Claro!

Afinal eu transava com outro homem enquanto pervertidos nos observavam atrás de um vidro fume, contudo por mais humilhante que fosse a minha situação, o meu serviço mantinha eu e o meu pai longe de encrenca, se é que posso dizer que ficar com meu pai já não é uma encrenca das boas, mas diante das ameaças dos traficantes para quem ele deve, sua companhia até que não me é de todo mal.

Querem saber como foi que cheguei aqui? Simples, minha mãe morreu quando eu tinha apenas oito anos. Meu anjo sofria com um câncer de pulmão em estágio avançado que mesmo com um tratamento intensivo não foi curado, e devido às inúmeras quimioterapias e medicações que a deixaram fraca ela sofreu uma falência múltipla de órgãos após uma infecção hospitalar e então faleceu, na minha frente, após dizer que me amava e que eu merecia o mundo todo, trágico, não?

Depois da sua perda meu pai se casou novamente com uma bruxa, ela me batia e me humilhava, me fazia de escravo e vivia me trancando no minúsculo cômodo abaixo da escada para que ela e meu pai pudessem usar drogas livremente pela casa, não posso dizer que ela foi a ruína do meu pai, mas posso afirmar que ela contribuiu com a sua atual personalidade extremamente nojenta e desrespeitosa.

Contudo o conto de bruxas do meu pai não durou muito tempo, porque durante os seis anos que eles ficaram juntos criaram muitas dívidas devido o uso constante de drogas e quando meu pai não conseguiu mais bancar os luxos da vadia ela foi embora, levando as nossas últimas economias e a merda do carro.

No dia seguinte do fim do seu relacionamento meu pai começou a beber e se tornou um alcoólatra, a maconha não foi suficiente e ele virou usuário de crack, parou de trabalhar e começou a sumir por dias seguidos. Eu ficava sozinho em casa sem nenhum dinheiro e sem comida, então para não morrer de fome eu mendigava nas ruas e nos becos do centro, e até mesmo “roubava” lanche no intervalo da escola para trazer para casa, contudo o pior dos meus problemas era quando ele voltava.

Era apavorante vê-lo passar pela porta, ele sempre chegava transtornado e sempre me batia, ele descontava em mim a perda das duas mulheres e me culpava por isso. Assumo que sofri muito, tê-lo como companhia era apavorante e eu tinha medo de ficar em casa, meu pai se tornou um monstro e sem saída eu aprendi a lidar com ele, passando a me humilhar e a acatar todas as suas ordens, eu o chamava de senhor e fazia a sua comida, limpava os seus vômitos e lavava as suas roupas, eu literalmente me tornei um escravo.

Quando fiz dezessete anos comecei a trabalhar como caixa em um posto de gasolina nos períodos noturnos, pois nossa condição financeira era crítica e eu precisava de dinheiro para nos sustentar, contudo não fiquei muito tempo trabalhando, porque o meu pai sempre aparecia drogado e tentava roubar as mercadorias da conveniência, ele era um idiota.

Após algumas semanas eu acabei pedindo demissão e me desculpando por todos os infortúnios causados por ele, meu chefe entendeu e me desejou boa sorte, depois desse dia eu me dediquei à casa e ao meu pai, eu tentava mantê-lo comigo o maior tempo possível, pois assim ele não saia e se drogava, contudo ele sempre conseguia fugir e quanto mais viciado ele ficava mais eu sofria as consequências.