𝐨𝐧𝐞.

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Ophelia entrou ao lado de Remus no grande trem que a levaria de volta a Hogwarts, procurando uma cabine vazia para que pudessem se sentar sem serem perturbados e assim pudessem descansar aquilo que não tinham tido tempo pela manhã. Quando acharam, se sentaram lado a lado, Remus escorado na janela enquanto Ophelia se escorava nele, fechando os olhos e caindo em um sono profundo, sem notar que três pessoas conhecidas entravam na mesma cabine que eles. Ophelia sentiu seu corpo sacolejar para todo o lado e abriu seus olhos sonolentas, suprimindo um grito de terror assim que olhou para a porta e viu um enorme dementador abrindo caminho para entrar. A menina sacudiu Remus pedindo por ajuda assim que o dementador conseguiu entrar, mas já era tarde demais. O dementador focou em Harry e Ophelia, sugando qualquer felicidade restante que existia dentro deles e fazendo com que os dois escorregassem do assento e caíssem no chão desacordados. Lupin ao notar que o peso onde antes se encontrava sua amiga cessou, rapidamente abriu os olhos e viu os corpos deitados no chão, puxou sua varinha e gritou "Expecto Patronum" apontando para o dementador. Uma luz prateada saiu da ponta de sua varinha e afastou o ser de dentro da cabine, rapidamente o professor se abaixou perante ao corpo de sua melhor amiga e de seu mais novo aluno, trabalhando em acordá-los. Os dois acordam quase ao mesmo tempo.

- Remmy? O que aconteceu? – pergunta Ophelia com a mão na cabeça ainda sem notar as outras pessoas que estavam na cabine.

- Foi um dementador, Lia. Estavam procurando por Sirius Black. – um barulho foi ouvido e um tablete de chocolate foi entregue para cada pessoa no vagão, fazendo Ophelia ficar vermelha por ter parecido tão frágil na frente de toda aquela gente. – Comam o chocolate e ficarão bem, vou dar uma palavrinha com o maquinista.

E assim Remus deu um último olhar para Ophelia e saiu da cabine. A menina se levantou recusando educadamente a ajuda que lhe foi oferecida, sentando o mais afastada que podia e comendo seu chocolate em silêncio. Ela via o receio dos outros alunos para comer o chocolate e resolveu que ela teria que falar alguma coisa para fazê-los comer e se sentirem melhor.

- Ele não envenenou o chocolate, sabem? Comam e vão se sentir melhor. – a menina se praguejou ao sentir as bochechas vermelhas.

Harry a encarava com um semblante confuso por ter sido a única pessoa que havia desmaiado junto com ele, finalmente comeu um pedaço do chocolate, sentindo todo o seu corpo que antes se encontrava gelado ficar quente. Logo Lupin chegou de volta a cabine e sorriu fraco vendo que Ophelia se encontrava o mais longe que conseguia das outras pessoas.

- Que bom que gostaram do chocolate! Já falei com o maquinista e agora vamos seguir viagem sem mais complicações.

- Professor, você também ouviu alguém gritar? – disse Harry na esperança de não estar ficando louco.

- Ninguém gritou, os dementadores nos fazem viver nossa pior memória enquanto está sugando nossas almas, pode ter sido isso que você escutou. – concluiu o professor e foi se sentar ao lado de Ophelia. – Está tudo bem Lia?

- Tudo sim. – respondeu simples ignorando as caretas confusas de outros colegas ao ver sua proximidade com o novo professor. – Hm, professor?

- Não me chame de professor fora da sala de aula Ophelia! – resmungou baixo para que apenas a menina ouvisse. – Fale. – falou agora mais alto.

- Eu também ouvi gritos.

E com isso, o silêncio reinou na cabine. Lupin abraçou sua melhor amiga e sussurrou que tudo ia ficar bem, Harry ainda tentava entender tudo o que estava acontecendo.

[...]

O grande salão estava como sempre muito cheio, muitas pessoas conversando sobre o que tinha acontecido com o trem e sobre as duas únicas pessoas que haviam desmaiado. Ophelia caminhou de cabeça baixa para a mesa da sala da grifinória, agora sem Remus do seu lado se sentia como um alienígena no meio de um monte de humanos. A menina se sentou calma e isolada, sentindo olhares sobre ela e tentando ignorar tudo. Sentiu alguém sentar ao seu lado e viu que era ninguém menos do que Harry Potter, sentiu suas bochechas corarem por estar perto de pessoas que ela não tinha intimidade e rapidamente procurou Lupin com seu olhar, o encontrando sorrindo para ela.

- Potter, Potter... – Ophelia ouviu uma voz atrás dela que reconheceu ser de Draco Malfoy, a menina se recusou a virar, diferente de Harry. – É verdade que você desmaiou no trem? – perguntou e começou a rir com seus amigos. – E você Fox? Parece que os Grifanos não tem tanta coragem não é mesmo? Responda quando eu falar com você, porra! – e com um movimento rápido Draco puxa o cabelo da menina que nem mesmo tinha se virado, fazendo com que a mesma voasse de seu assento e caísse no chão. As lembranças do dia da morte dos seus pais enchem sua cabeça e a menina deixa lágrimas silenciosas descerem por seu rosto vermelho. – Merda, você está chorando? Pensei que aguentasse um puxão de cabelo, vadia.

- NUNCA MAIS TOQUE EM MIM! – a menina grita com raiva e corre para fora do castelo, indo em direção à floresta proibida.

Remus viu toda a cena e rapidamente se levantou após se apresentar para a escola, seguindo atrás da menina e a procurando por todos os cantos. Ophelia já estava bem adentro da floresta quando ouviu um barulho de galho sendo quebrado atrás de si, com o susto, pegou sua varinha e apontou para onde vinha o barulho, encontrando um grande cachorro de pelo preto e suspirou derrotada. Se sentou no chão encostando as costas nas árvores e desatou a chorar, sentindo que o animal estava se aproximando gradativamente.

- O-Oi lindinho, o q-que está fazendo por aqui, hm? – disse a menina dando alguns soluços em meio a frase, o cachorro senta ao seu lado e deixa uma lambida nas mão da menina, que rapidamente faz carinho por todo seu corpo. – Obrigada por me fazer companhia, não estou tendo um dia bom... Moony vai me matar quando souber que eu vim parar dentro da floresta proibida. – o cachorro pareceu dar um pulo quando citei meu amigo. – Gostou do Moony hm? Ele é meu melhor amigo sabe, é a melhor pessoa que poderia aparecer na minha vida, ele se importa muito comigo e por isso vai ficar chateado de eu ter me arriscado e vindo parar aqui dentro.

O cachorro continuou olhando para Ophelia que agora ja tinha parado de chorar e encarava o cachorro carinhosa. "Você precisa de um banho" ela pensou e logo pensou em algum plano para dar-lhe banho e comida.

- Você mora aqui em Hogwarts, fofinho? – o cachorro pareceu grunhir com o apelido, fazendo Ophelia rir. Logo o animal se levantou e começou a sair de perto, olhando para trás como se pedisse que Ophelia o acompanhasse. E assim a menina o fez, foi lentamente atrás do cachorro que caminhava despreocupado para fora da floresta em direção ao grande salgueiro lutador. – Acho melhor pararmos por aqui, fofinho, essa árvore pode nos machucar. Tenho que encontrar aquele meu amigo e dizer que está tudo bem.

Remus ainda estava procurando pela menina quando a floresta passou pela sua cabeça, o fazendo correr o mais rápido que pode pelos caminhos ja conhecidos, parando bruscamente ao ver Ophelia indo em outra direção acompanhada por um enorme cachorro preto que ele conhecia muito bem. Se fosse mesmo que ele estava pensando, precisava tirar Lia de perto do animal em segurança. Lupin correu até Ophelia gritando seu nome, vendo a menina virar para ele com um sorriso envergonhado.

- Ophelia, por Merlin! Você quer me matar do coração saindo assim do castelo e se enfiando por ai com um animal selvagem?

- Remmy desculpa... Eu não queria chorar na frente de todo mundo e aquele loiro oxigenado me fez lembrar de coisas horríveis. O fofinho não é um animal selvagem, agora ele é meu cachorrinho, não é mesmo fofinho? – Ophelia buscou amparo no cachorro que encarava o adulto estático.

- Não, ele não é seu cachorrinho, você vai deixar esse cachorro pulguento pra lá e vai me prometer não entrar mais na floresta e nem vir perto do salgueiro lutador.

- Mas Remmy, ele esta sujo e com fome! – Ophelia fez um bico e acariciou a cabeça do cachorro que ainda estava parado.

- Não, não faça essa cara para mim, Lia...

- Eu faço o que você quiser por uma semana!

- Sem discussões.

A menina ficou emburrada e saiu a passos pesados de perto dos dois, mas Remus não a acompanhou, deixou que ela entrasse no castelo e ficou seguro o suficiente para se virar novamente para o grande cachorro.

- Não chegue perto da minha Lia nunca mais. – disse e partiu sem olhar para trás, sentia seu coração bater forte e o medo se alastrava por seu corpo, não podia perde-la.


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Já vou começar a postar mores, este é o primeiro cap, me desculpem qualquer erro, amo vcs <3

𝐎𝐏𝐇𝐄𝐋𝐈𝐀 - 𝐨𝐜 𝐗 𝐒𝐢𝐫𝐢𝐮𝐬𝐗𝐑𝐞𝐦𝐮𝐬.Onde histórias criam vida. Descubra agora