Velhos contatos

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Rosa decifrou na hora quais eram as minhas intenções.
- Que dia você está disponível? - minha amiga me lançou um olhar de cumplicidade.

-Bom, em vista que eu pretendo organizar toda a minha bagunça no campus até no máximo quarta-feira, acredito que estarei livre o restante da semana.

- Ah, eu quero ir com você. Imagino que você não saiba, mas meu hobby atualmente envolve arrumações e designe de interiores. - Rosa não era nada organizada no ensino médio, não sei não essa história ai.

- Ta bom, combinaremos uma hora para ir. - nós conversamos por mais um bom tempo durante o trajeto. Acabamos decidindo ir aos dormitórios na segunda-feira, depois de amanhã, e marcamos o almoço para sexta-feira, um dia depois do natal. Rosa também me passou o contato novo do Lysandre, caso eu arquitetasse algum plano de reconquista (eu sinto que minha amiga se empenhou mesmo no nosso caso, hihi).

Finalmente chegamos na minha casa, me despedi de Rosalya e entrei. Puxa vida, que dia... preciso de um banho e de colocar esse sapato de molho.

- Você está aqui, querida? Nós ainda não nos acostumamos com você em casa novamente. - mamãe ia me recepcionar na porta de casa. Que doçura...

- Não se preocupem, vocês terão bastante tempo para isso. - disse, devolvendo o seu olhar carinhoso.

- E então, como foi reencontrar o antigo amor, hein? Emocionante? - ela se sentou no sofá e fez a sua maior cara de curiosidade.

- Podemos falar sobre isso um outro momento? Eu estou enlouquecida por uma ducha quente.

- Oh, claro. Eu não quero ficar te empatando nem nada. - minha mãe estava visivelmente chateada. Tadinha, ela só quer se reaproximar da filha e eu a afastei. Instintivamente eu a peguei pelos ombros e a fiz ficar de frente para mim :

- Ei, eu prometo te contar todos os detalhes do encontro de hoje e muito mais amanhã, tudo bem? Nós podemos fazer a noite das meninas, que tal?

- Jura? - Seu olhar brilhou igual ao de uma criancinha com um novo presente de natal.

- Com direito à brigadeiro e máscara facial ahaha - a abracei. Eu preciso reviver momentos como este com a minha mãe, também sinto falta do colinho dela. Não demorou muito meu pai veio nos chamar para jantar.

[...] Comi juntamente com a minha família e fui para o meu quarto pensar um pouco nos acontecimentos de hoje. Eu talvez devesse mandar um SMS para o Lysandre, agradecendo a hospitalidade dele. Ora, não seria muito educado da minha parte não dizer ao menos um obrigado, correto? Sem pestanejar, peguei meu aparelho celular e redigi uma mensagem:

"Olá Lysandre, eu gostaria de te agradecer por ter nos recebido tão bem hoje e......... - ficou horrível, delete. Vamos para a segunda tentativa:

"Oi Lys, eu vim....... - "Lys"? Nós não temos intimidade mais, acho que ele não gostaria de que eu o chamasse pelo apelido. Bem, vejamos então, tentativa número três:

"Boa noite Lysandre, obrigada por hoje. Gostei muito de conhecer a fazenda e do seu bolo de milho. Enfim, espero que tenhamos outras oportunidades de viver mais momentos assim.
Atenciosamente, Danielle." - e enviar! Não ficou lá essas coisas, mas me conhecendo como eu bem me conheço, não sairia nada melhor daqui. Vou aguardar por uma resposta, quem sabe?

LYSANDRE POV's

vrrrrrrr
É o meu celular, provavelmente deve ser o Leigh perguntando se Rosa já saiu daqui. Desbloqueei a tela e toquei na notificação. Para a minha surpresa a mensagem veio de um número desconhecido:

"Boa noite Lysandre, obrigada por hoje. Gostei muito de conhecer a fazenda e do seu bolo de milho. Enfim, espero que tenhamos outras oportunidades de viver mais momentos assim.
Atenciosamente, Danielle."

Não acredito, Rosalya deve ter passado meu número para ela. Eu espero não a ver novamente, principalmente depois dessa bagunça que ela fez comigo hoje. Tenho medo de me aproximar demais e depois acontecer tudo de novo, mesmo que no fundo eu queira muito arriscar... talvez eu devesse pedir um conselho sobre o que fazer. Isso, um conselho! Mas para quem eu pediria? Normalmente eu poderia conversar com o Leigh, mas ele não consegue guardar segredos da Rosalya e ela provavelmente iria contar para a Dani. Vejamos, quem eu posso... mas é claro, como eu não pensei nisso antes?
Rapidamente disquei o número no meu celular e aguardei chamar. Uns três ou quatro toques depois alguém atendeu:

- Alô?

- Castiel? Eu gostaria de falar com você.

Um amor de Universidade Onde histórias criam vida. Descubra agora