Oiii gaysss KKKKKKK
Brincadeira era para ser guyss*
O dedo indicador enfeitado com anéis e unhas longas deslizou sobre a mesa de madeira, a ômega observou como tudo parecia limpo e organizado.
Aquele garoto ao menos não seria um desperdício de dinheiro.
Noah franziu o cenho ao abrir a porta e encontrar sua mãe em seu escritório, logo cedo.
— O que a senhora está fazendo aqui? - perguntou enquanto ia até sua cadeira.
— Nada, apenas vendo se fizemos a coisa certa e não apenas desperdiçamos dinheiro com aquele ômega.
Noah tinha a impressão de que respirava muito mais quando estava perto de sua mãe. Era um suspiro atrás do outro, numa tentativa de manter a calma. Não revirar os olhos era difícil também.
— Por que a senhora não deixa qualquer assunto que envolva o Josh comigo? Ele é minha responsabilidade.
— Ele não é uma responsabilidade, Noah. - ela cruzou os braços. - Ele é um servo.
— Que seja, apenas... Por favor, não se meta nisso.
No minuto em que disse isso soube pela cara ofendida da ômega que não devia tê-lo feito.
— Eu não estou me metendo, Noah Urrea, estou apenas tentando fazer as coisas nessa casa funcionarem.
— Tudo já funciona perfeitamente bem, mãe, e sinceramente, ele nem tem tanto trabalho assim. Temos empregados para cada tipo de tarefa que existe, desde o início te disse que não precisava de um ômega para me servir. Eu sei me virar sozinho, droga!
O rosto dela se contorceu de raiva e ficou vermelho. Se suas unhas não atrapalhassem teria fechado as mãos em punhos.
— Não importa o que você quer! Você deve ter um servo ômega por que é assim desde o início e não vai mudar apenas porque você quer! Apenas deixe de ser um menino mimado e...
— Eu não sou mimado! - se irritou também, batendo as mãos na mesa. - Ser mimado é querer escravizar uma pessoa sem necessidade, e isso é a última coisa que eu quero!
— Estes ômegas são salvos por nós da alta sociedade, você não entende?! Se não os tirássemos dos buracos de onde eles saem provavelmente viveriam drogados, se prostituindo ou matando e roubando! A maioria ao menos sabe ler e escrever, comprá-los é um favor que fazemos a eles!
— Eu não acredito que você está dizendo isso... - esfregou as mãos no rosto, nervoso.
Odiava brigar com sua mãe, mas parecia inevitável.
—Pode acreditar que estou, e não menti em parte alguma. - ela pareceu saturada da situação quando se virou e bateu os saltos em direção a porta, mas parou quando pegou na maçaneta. - Esse ômega mal chegou e já me trouxe dor de cabeça demais, talvez devêssemos devolvê-lo ou apenas jogar na rua, se os pais dele não o quiserem mais.
— Eu não vou devolver o Josh! - mal percebeu quando se levantou e usou a voz de alfa, quase rosnando.
— Não use sua voz de alfa comigo, garoto! E se não quer que eu suma com aquele ômega, aja como um alfa de verdade e trate ele como um mestre trata um servo!
Foram suas últimas palavras antes de sair do cômodo e fechar a porta em um estrondo.
Noah caiu de volta na cadeira, sentindo a raiva correr por suas veias como a lava de um vulcão.
Pôs o rosto entre as mãos novamente, tentando entender o porquê de ter se sentido tão revoltado com a ideia de se desfazer de Josh.
Realmente não queria um servo ômega desde o começo, mas não largaria o ômega em qualquer lugar agora que já o tinha o comprado.
E não era por causa do dinheiro gasto, não dava a mínima para isso.
Mas quando olhava para Josh, via alguém que apenas queria aceitação, carinho, um lar. Nem mesmo o conhecia direito, mas gostava da presença do ômega, mesmo que ele não parecesse tão a vontade em sua presença.
Abriu uma das gavetas da mesa, pegando um maço de cigarros e seu isqueiro. Seu pai tinha lhe dado várias tarefas para hoje, já que por enquanto trabalhava em casa e ele na empresa, mas não conseguiria fazer nada estressado.
Andou até seu quarto, trancando a porta e indo até a sacada que dava a vista da piscina e do jardim na área dos fundos da casa.
Pegou um cigarro, o pondo na boca e puxando a gola da camisa enquanto a mão com o isqueiro se enfiava por baixo da mesma. Era uma mania que tinha adquirido para acender o cigarro quando estava em um lugar aberto e com vento.
Tomou cuidado para não queimar o tecido, tirando a mão e o cigarro debaixo da roupa depois de aceso.
Começou a tragar profundamente, soltando a fumaça de modo preguiçoso. Era um hábito nada saudável, mas o acalmava.
Quando já estava em seu segundo cigarro uma movimentação chamou sua atenção perto dos canteiros de flores. Espantou a fumaça com uma mão olhando mais atentamente para baixo.
Era Josh que ia em direção as flores, acompanhando de Pascal, o senhor gentil que cuidava das plantas e da pequena horta.
Os cachos brilhavam por conta do Sol e eram revirados pelo fraco vento, fazendo o ômega tentar tirá-los de seu rosto a todo momento.
Sorriu vendo os dois interagirem. Pascal parecia fazer alguma coisa nas flores enquanto falava, e logo em seguida Josh fazia o mesmo. Talvez estivesse ajudando o senhor a cuidar das plantas.
O ômega sorria quando fazia certo e parecia ser elogiado pelo jardineiro, e quando Noah acendeu o terceiro cigarro, os outros dois estavam com os joelhos e mãos sujos de terra, mas satisfeitos com o trabalho de podar as plantas.
Reparou nas adoráveis covinhas do ômega e em como suas bochechas coravam quando ele sorria. Era algo bonito de se ver.
Ele ficou ainda mais adorável quando o senhor Pascal posicionou uma flor sobre a orelha direita de seu "aprendiz", e Noah decidiu que Josh em um cenário cheio de flores era algo que combinava perfeitamente.
Não controlou as próprias ações quando tirou o celular do bolso traseiro, a boa qualidade o ajudando a aumentar a imagem na tela até que conseguiu focar no ômega, batendo uma foto da cena.
>Hoje não vai ter perguntinhas, mas não se esqueçam que amanhã vai sair um novo capítulo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐏𝐎𝐎𝐑 𝐎𝐌𝐄𝐆𝐀
FanfictionEm uma sociedade onde omegas de famílias ricas têm um futuro planejado com bons alfas, os omegas pobres são vendidos como "animais" e "brinquedos" para a alta sociedade. Josh Beauchamp era um omega pobre, vendido para a família Urrea. Ele nunca espe...