Fifteenth

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Maratona 2/3





*

Foi difícil para Josh abrir os olhos, mas quando o fez tudo continuou escuro. Sentia solavancos e seu corpo dolorido, sua mente começando a se lembrar de onde estava e como tinha chegado ali.

Aquele alfa tinha o sequestrado, tentou fugir e ele o nocauteou para que parasse de resistir, acabando dentro do porta malas de um carro.

Notou que suas mãos eram presas juntas por fita adesiva, tentou se soltar mas não tinha força suficiente para isso.

Se encolheu querendo chorar de novo, por que estavam fazendo isso consigo?

Precisava que Noah o achasse, estava com tanto medo.

O carro parou e ficou tenso tentando saber o que acontecia. Ouviu vozes do lado de fora e então o porta malas se abriu de abrupto, lhe dando visão de dois alfas, um sendo o seu sequestrador. Pôde reconhecê-lo por conta da luva vermelha que ele usava em uma das mãos.

— Quem são vocês? - perguntou com a voz trêmula. - Por que estão fazendo isso?

O mais alto, que usava uma luva como o outro, porém da cor azul, se aproximou de si para tirá-lo dali, o colocando por cima do ombro depois de murmurar um "cale a boca".

Cada passo que ele dava machucava seu estômago, mas tentou não fazer nenhum som.

Não conseguiu ver muito coisa durante o trajeto que eles fizeram a pé, mas eles entraram em algum lugar, caminhando mais alguns segundos até entrarem por outra porta.

Não deixou de perceber a pequena delicadeza que o alfa usou para colocá-lo sentado no chão, ficando de joelhos em sua frente.

Olhou em volta rapidamente, vendo uma pequena cama em um canto e nada mais.

— Não tente fugir, eu vou ficar na porta.

A voz grossa dele atraiu sua atenção.

— Não faça nada estúpido, entendeu?

Não tinha entendido o porquê dele estar sussurrando essas coisas, mas acenou positivamente.

— Pietro! - outro alfa o chamou. - O chefe quer falar conosco, vamos.

Ele olhou para si mais um pouco, antes de se levantar e sair com o outro alfa.

Josh ficou de pé, xingando por ainda estar com as mãos presas. Foi até a porta para tentar abri-la, mas obviamente estava trancada.

Achou uma pequena janela mas ela estava muito no alto, quase alcançando o teto, e possuía grades.

Queria gritar por socorro, mas as orientações daquele alfa vieram em sua cabeça. Achou melhor as seguir.

Se sentou hesitante na cama, o que iria fazer?




∆∆


Noah esfregou os olhos, dizendo para sua secretária através do telefone que podia deixar seu pai entrar em seu escritório.

Em seu relógio viu que já se passava de meio dia, provavelmente Marco estaria trazendo seu almoço para que comessem juntos.

Mas quando seu pai entrou não viu nenhuma sacola em suas mãos.

— Achei que já estava planejando sua viagem ao México, o que faz aqui? - sorriu para seu pai.

— Um imprevisto em casa me fez vir aqui.

Franziu o cenho vendo a expressão do outro alfa.

— O que aconteceu?

— Um dos empregados me telefonou algumas horas mais cedo. - ele tomou fôlego antes de continuar. - É o Josh, ele não apareceu para trabalhar e quando foram até seu quarto não o acharam lá, ele também parecia ter posto suas roupas em uma mala e a escondeu debaixo da cama. O mais estranho é que se ele fugiu, por que não levou a mala?

Noah encarou seu pai com descrença por alguns segundos, ponderando antes de falar.

— Eu estava com insônia ontem a noite, então saí para dar um volta do lado de fora. Acabei encontrando o portão destrancado, e o guarda disse que minha mãe tinha mandando que o deixasse assim.

Marco endureceu um pouco as expressões.

— Está acusando sua mãe de ter...

— Não, não estou. - interrompeu. - Estou só dizendo, isso pode ter facilitado a fuga de Josh.

Noah não queria acreditar em suas próprias palavras. Sim, o ômega estava estranho ultimamente, mas não conseguia acreditar que ele fugiria.

Tentou puxar em sua mente qualquer coisa de errado que pudesse ter feito a ele para que algo assim fosse causado.

— Farei algumas ligações para meus contatos na polícia, sumiços não são considerados antes de quarenta e oito horas, mas verei o que eles podem fazer.

Assentiu apenas, apoiando os cotovelos em sua mesa e colocando o rosto entre as mãos.

Ouviu os passos de Marco e então a mão dele em seu ombro.

— Onde eu errei com o Josh, pai?

— Não ponha todo o peso do mundo em suas costas, Noah. Não foi sua culpa.

— Mas e se tiver sido?

Seu pai suspirou, o olhando com compaixão e sem saber mais o que dizer.

— Vamos achar Josh.

Apertou as mãos nervosamente, aquela sensação de aperto em seu peito voltando.

O que iria fazer?


∆∆



Pietro jogou o envelope com o dinheiro que Wendy tinha entregado em cima da mesa de seu chefe, Fuller abriu conferindo o dinheiro e sorriu para os dois.

— Ótimo trabalho, acha que ele está apto para ser vendido?

— É um ômega bem bonito, se me permite dizer, traria lucro.- Ricky riu.

O alfa atrás da mesa riu, coçando a barba branca em seu queixo.

— Tenho outro trabalho para você, Ricky. Pietro ficará vigiando o ômega, os mais novos sempre dão mais trabalho. Estão dispensados.

Os dois saíram da sala, caminhando lado a lado pelo corredor.

— Sempre com sorte, não é? Vai vigiar o ômega enquanto eu trabalho. - Ricky riu.

— Cala a boca.

Revirou os olhos, odiava trabalhar com ele e odiava mais ainda trabalhar para Fuller, mas não é como se tivesse escolha.

Se separou dele indo por outro corredor, até a porta do quarto do ômega. O andar de cima da casa de leilões era quase um labirinto.

Decidiu verificar o interior do cômodo, tirando a chave do bolso e abrindo a porta.

A visão do ômega em pé em cima da cama que deveria estar do outro lado do quarto, tentando alcançar a janela o fez arregalar os olhos.

— Hey!

Ele se virou também alarmado, e o alfa rapidamente entrou no quarto, fechando a porta e indo até ele. Segurou em sua cintura, o puxando e o colocando no chão.

— Me solta!

O ômega gritou, batendo em seu peito para o empurrar. Deixou que ele se afastasse, indo até a cama e a voltando ao seu lugar.

— É um ômega pequeno, mas não passaria por essa janela e nem dos guardas do lado de fora. Como foi que tirou isso do lugar?

Os olhos azuis o encaravam com raiva e ele abraçava o próprio corpo, em uma distância segura de si.

— Qual é o seu nome? - perguntou, se sentando na cama. - Meu nome é Pietro, não vou machucar você, mas também não posso te deixar fugir.

Conseguiu ver a hesitação dele antes que ele falasse.

— Josh. - murmurou. - Onde eu estou? Por que vocês me sequestraram?

— Sequestro? - franziu o cenho. - Você foi vendido, isso é uma casa de leilão.

—Vendido?!

𝐏𝐎𝐎𝐑 𝐎𝐌𝐄𝐆𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora