With love, for u | M. Thuler™

Prólogo

Ao me ver com a possibilidade de mudar completamente de vida, eu jamais seria capaz de recusar, por mais que houvesse muita coisa em jogo, seria burrice minha recusar. É uma oportunidade maravilhosa, que se eu recusasse, provavelmente passaria a vida inteira me perguntando o que teria acontecido se eu tivesse tentado, sempre fui assim, desde pequena. Tentava ao máximo não me apegar nas pessoas, para não me decepcionar com o que eu inventava delas, ao descobrir que elas podem ser cruéis.

Por mais que exista muita coisa em jogo, — como amigos e família, que infelizmente deixarei para trás — vai ser bom para mim respirar novos ares, conhecer pessoas novas, se bem que, depois de tudo que aconteceu, acho melhor é eu me afastar de confusão. Tô querendo ir tranquila e me dedicar ao máximo ao meu trabalho.

E por falar em trabalho, mal posso esperar para conhecer os jogadores! Eu realmente estou vivendo um sonho. Nem nas minhas fanfics diárias em que eu invento coisas inimagináveis eu esperava que algo tão bom fosse me acontecer. É bizarro o fato de que em menos de um mês eu tive que tomar a maior — e melhor — decisão da minha vida, a partir de agora tudo vai mudar; e para melhor!

Gravei algumas pequenas cenas no carro antes de descer e salvei nos rascunhos do Tik Tok.

Desci do Uber vendo meus pais pagarem logo em seguida a viagem. Olhei ao redor, nem parecia ser real, sabe a sensação de estar flutuando ao invés de pisando no chão? Me encontro assim, é uma sensação inexplicável — é como um sonho consciente — mas é uma das melhores sensações.

  — É… acho que agora a ficha tá caindo. — disse o Mateus, enquanto tirava duas das minhas minhas "milhares" de malas.

Segundo ele, eu estava levando umas quinhentas malas.

  — Eu bem que queria te levar na mala. — fiz carinha de cachorro abandonado e deixei os braços abertos pronta para receber um abraço do meu melhor amigo.

  — Ô meu tamburete de amarrar jegue preferido. — fiz uma expressão de irritação, onde já se viu? Que palhaçada! Odeio quando ele me chama assim, e ele sabe — Vem cá! — me abraçou bem apertado — Assim que eu puder..., tá me ouvindo? — afastou um pouco os nossos corpos para poder olhar nos meus olhos — Assim que eu puder eu dou um jeito de ir te ver, nem que eu vá andando. — ri disso.

Ele sempre foi assim, eu vou sentir falta desse maluquinho. Nós dois somos tão iguais, eu me sinto tão bem perto dele que às vezes parece que nós somos almas gêmeas, mas não no sentido de namoro. Ele é meu irmão de alma, amo tanto esse menino que dói saber que vou ter que deixar ele pra trás. Se eu pudesse… se eu ao menos pudesse… levá-lo comigo… talvez as coisas fossem diferentes.

Quem olhasse para nós dois agora, com certeza definiria coisas entre nós dois que não existem. Assim comos os meus fãs sempre assumem.

Tenho mais de duzentos mil seguidores no Tik Tok e cem mil do Instagram, amo cada um daqueles serzinhos, mesmo que eu não conheça eles, eles são minha família e eu faria de tudo por eles. O único problema é que eu não posso postar uma foto que tenha um homem atrás que eles já teorizam que eu vou casar. Riu horrores com as montagens que eles fazem, aquelas criaturas são super criativas.

Peguei a minha mochila colocando-a nas minhas costas, apoiei a mala de mão no meu braço direito e saí arrastando uma mala de rodinhas no braço esquerdo, meus pais traziam duas malas cada um e o Mateus trazia outras duas. Talvez isso seja exagero? Sim, mas a maioria das coisas eram pra casa, acho que só duas ou três delas são com roupa.

O ruim de viajar de avião é que tem que chegar no aeroporto duas horas antes do vôo, o bom é que agora eu moro em Aju, se fosse na época que eu morava no interior seria péssimo, minha antiga cidade é a mais de duas horas daqui. Se eu quisesse chegar no horário, teria que sair de casa umas quatro horas antes, Deus me livre. Sou muito impaciente, baixei três jogos bem diferentes e que funcionam sem internet, baixei alguns livros em PDF, tudo isso para tentar me distrair num vôo de quase cinco horas, nesse quesito, sou quase pior do que criança.