— Tudo bem senhor Hill ? — Joham perguntou ao ver que o homem estava com o pensamento distante...
Estático com as ferramentas em mãos e olhando para pedra, o velho Hill se colocava a lembrar do passado tenebroso, e quando voltou a sua realidade, lembrou o motivo de tantos pensamentos.
— Estou sim, meu filho! — O homem de olhos tristes tentou sorrir, olhou para as ferramentas em suas mãos e voltou sua atenção a pedra. — Eu só te digo isso Joham, não lute contra algo que você não pode impedir! — Sua voz saia cortante em sua garganta, a medida que seus pensamentos voltavam ao passado. — Não tente mudar o imutável! Não procure brigas com pessoas que podem te destruir com uma simples palavra, e acima de tudo... Não entre naquela maldita floresta!
Joham suspirou pesadamente... Olhou para o velho amigo e sorriu. — Não irei Hill! Não irei... — Ele disse mais para acalmar o amigo do que como verdade... Porque estranhamente, ele achava deveria ir até o local!
O jovem não percebeu, mas muito mais vivido, e com muita experiência, Hill reconheceu o tom que o jovem amigo utilizou... Conhecia muito bem aquela falsa afirmação.
"Eu prometo! Prometo que não irei parar em lugar algum"
"Não irei Hill! Não irei"
As duas afirmações eram falsas, e o velho homem se entristeceu novamente, revirando o passado na mente enquanto suas mãos ágeis corriam pela pedra dura.
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Hill se levantou com toda fúria, fugindo dos dedos delicados de Nancy que tentavam inutilmente forçar o grande homem a parar. Ele não experimentava de um sentimento novo, pelo contrário... ele sabia muito bem o que era aquela angústia sufocante, a dor que apertava seu coração,transformando-o em uma formiguinha, a inquietação e a sensação nauseante!
Tamanhas sensações negativas já o afligiram quando foi informado da morte do primo... Saber que Finis tinha sido preso, foi com toda certeza, um dos piores dias de sua vida! Um dos piores... Porque ver o jovem que considerava um irmão, morrer tão brutalmente, tinha ganhado o posto de seu pesadelo vivo!
— Se acalme, meu amigo! Se acalme! — Roger segurou em seus dois ombros, contendo o jovem furioso. — Agir de cabeça quente pode ser a pior coisa que você fará, por favor, se acalme! Não tem como mudar o passado...
Hill torceu as sobrancelhas e encarou o amigo com uma fúria lasciva. — Mas eu posso tirá-la de lá! — Ele sussurrou as palavras, atirou-as com frieza e fúria, fazendo o amigo se assustar, mas não a ponto de retirar as mãos de seu ombro. — Me largue, Roger! — Ele bufou com ódio, aproximou o rosto do amigo e encarando no fundo de seus olhos. — Me largue agora para o seu próprio bem!
Roger engoliu em seco, reforçando o aperto, tremendo levemente aflito e apavorado. — Eu não vou te soltar, Hill! Eu não posso fazer isso! Não posso permitir que você acabe com a sua...
Uma mão em seu pescoço assustou o loiro e o impediu de prosseguir com a fala. Com toda sua força revigorada, Hill apertou mais ainda o pescoço do amigo. Empurrou-o sem dificuldade, até o corpo do jovem se chocar com a parede.
Roger soltava gemidos dolorido com o impacto forte, enquanto lutava desesperadamente em busca de ar. — Eu te disse para sair da minha frente, ROGER! — Furioso, ele bradava e descontava toda sua dor e fúria em alguém que realmente só queria o seu bem, mas Hill estava cego demais para ver isso!
Em nenhum segundo o aperto de suas mãos no pescoço do loiro foram afrouxados, teimando com a verdade, Hill enforcava Roger cada vez mais forte, mesmo que o homem inocente já estivesse ficando roxo... — Para Hill! Por favor! Para! — Nancy gritava e chorava assustada, atraindo um pouco da atenção do homem que evidentemente estava fora de si. — O Roger só quer o seu bem! Para de machucar o seu amigo!
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O Chamado da Floresta
Fantasy"O medo é o ladrão que faze-nos temer o amanhã e acaba roubando-nos o agora" Em um mundo distópico de mistérios e magia... Uma inimizade entre dois povos distintos foi a muito tempo semeada. Povos que foram criados para viver em paz e harmonia passa...