05¥ Hastet

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O elfo em um pulo só saiu da cama, pegou uma capa pendurada e agarrou uma das luminárias. — Malink! — Ygrite gritou nervoso. — Mas o que..? — Ele se levantou da cama, procurando suas roupas.

O platinado correu pela casa com o coração na boca. Não poderia estar ficando louco! Ele viu! O ser com chifres parado em sua janela, olhando para ele... Estava lá! E dessa vez, ele não iria deixar quem quer que fosse ir muito longe.

Correu enquanto se enrolava na capa, abriu a porta com pressa e correu pela lateral da casa ouvindo ao longe os gritos exasperados de Ygrite. Mas não iria desistir! Pela sagrada mãe natureza, ele iria atrás do ser que viu na janela!

O seu coração aflito já o deixava nervoso, com os sentimentos a flor da pele... E se realmente estivesse ficando louco? Parou no local exato de onde tinha visto a criatura pelo lado de dentro, e o que encontrou lá foi o mais puro e completo vazio. Naquele momento ele sentiu como se seu coração partisse ao meio.

Então, realmente estava ficando louco!? Porque... Como não iria ver o ser andando para longe, fugindo? Era para ele estar ali! Ele devia estar ao menos por perto...

— Malink! — O druida agarrou seu braço direito em uma tentativa inútil de o parar, visto que ele já estava parado. Mas se tratando de Malink era melhor prevenir do que remediar, e segurar seu braço era a melhor maneira de impedir uma eventual nova fuga.

Ygrite fitou atentamente o rosto assustado do elfo, querendo entender tudo aquilo. Quando ele começou a ter esses surtos? Imediatamente o loiro lembrou da conversa que teve com Andora, onde ela deixava nítida sua preocupação com a "mudança de comportamento" do platinado. Ele deu de ombros inicialmente, mas agora, já ponderava sobre o real estado de saúde mental do namorado. — Pelos sete espíritos! O que foi isso?

O elfo o encarou, analisando cada expressão no rosto do druida. Seu coração estava aflito demais, e sua mente muito enevoada... Ele iria dizer tudo o que viu e ouviu nos últimos dias, iria se abrir completamente pra o namorado.

Foi quando mais uma vez aquela voz soou em seus ouvidos.

Não conte...

— Você ouviu? — Ele perguntou já ficando nervoso.

— Ouvi o que ? — Ygrite se espantou. — Está o maior silêncio aqui fora Malink, o que deu em você?

Não conte...

— Eu... — Ele engoliu em seco, nervoso.

Não conte...

— Eu vi algo aqui... — Ele resolveu ignorar em parte os sussurros e apontou na direção da janela, afinal, tinha que ao menos explicar o porquê de ter saído correndo de dentro de casa! — Eu juro por tudo que é mais sagrado, eu vi algo aqui! — O platinado se perguntava o porque de estar enlouquecendo... Não havia outra explicação, a não ser realmente estar enlouquecendo. O sonho que teve, o episódio no banheiro, agora ver algo que não estava ali...

Ygrite se aproximou do local, analisando o chão para ver se tinha algum tipo de pegada, algum vestígio. Se algo estivera ali, evidentemente deixaria rastros! Mas não achou nada... Olhou para o namorado ali ao lado, abraçado aos próprios braços e enrolado na capa tentando inutilmente dissipar a friagem, enquanto segurava a luminária e continuava com os olhos arregalados e perdidos... Seus olhos realmente estavam perdidos, e as olheiras que o adornavam evidenciavam seu cansaço. — Você tem dormido bem?

— Não... — As palavras saltaram automaticamente, enquanto ele tentava organizar os pensamentos e achar alguma lógica para todas aquelas situações.
Sonhos, vozes e visões...

O Chamado da FlorestaOnde histórias criam vida. Descubra agora