2° capítulo - Tom

37 4 4
                                    

Tom sempre foi um garoto quieto e reservado.

Era o mais esperto de sua turminha no 2° ano e isso se estendeu até o Ensino Médio, onde está atualmente.

Fazer amizade não era difícil, o complicado mesmo era manter-lás.

Com 14 anos conheceu uma garota linda e adorável e milagrosamente pôde ter a amizade da menina até os dias atuais. Tinham gostos parecidos, ideias que batiam e a cima de tudo tinham respeito e admiração um pelo outro.

~ Flashback ~

Tom adorava desenhar nos intervalos entre as aulas, e era isso que fazia quando foi atingido por uma bolinha de papel.

-Meu Deus, me desculpe Tom, aqueles imbecis não param de fazer bagunça. - disse uma garota se aproximando de Tom e revezando seu olhar entre o garoto quieto e os bangunceiros da turma.

Antes que Tom pudesse dizer algo para a garota, ela saiu andando, quase correndo em direção aos meninos para bater neles.

Aya. Ele sabia seu nome.

Era uma das meninas mais bonitas e populares de sua sala e devia admitir que já chegou bem próximo de gostar dela. Era simpática, bem-humorada, gentil, inteligente e gostava de doces (descobrira isso ao vê-la comê-los quase todos os dias nos intervalos).

O tempo passou e era a hora da pior aula na visão de Tom; Educação Física.

Ao chegarem na quadra, disse ao professor que não se sentia muito bem e em seguida foi mandado para a enfermeira. Chegando lá...

-Bom dia Tom - Collin cumprimentou o mais novo assim que entrou na sala.

-Bom dia Sra Collin - respondeu pegando seu caderninho, lápis e borracha na mão já se preparando para passar o resto do horário de aulas sentado ali conversando e desenhando.

-Deveria parar de matar aulas desse jeito - recomendou a mais velha ao se sentar ao lado do garoto - Sabe que posso te dedurar, não é?

- Você não faria isso comigo, ou melhor, não faria isso com seu paciente favorito - fala fazendo a cara mais fofa que pôde para logo receber um riso em resposta.

-Você não tem jeito, garoto. Nunca vi um menino tão preguiçoso nessa idade! Não acha que é novo demais para ser um sedentário?

-Primeiro: 14 anos já é considerada idade adolescente, e segundo: Não sou sedentário. Só não gosto de exercícios, esportes e de ficar suado, fedido e grudento - volta seu foco no desenho.

Durante os próximos 2 minutos o silêncio reinou no ambiente, quando foi cortado repentinamente pela porta sendo aberta revelando a figura de seu professor e uma garota apoiada em si mancando.

-Com licença, Sra Collin. Aya torceu o tornozelo na aula de educação física.

-Oh, sente-a aqui - a mulher puxou uma cadeira para que a garota pudesse se sentar, e assim que ela o fez o professor saiu da enfermaria para voltar à quadra.

-Pare de se esconder, ele já foi. - avisou Collin à Tom que se escondia atrás das cortinas.

Quando saiu se seu esconderijo viu Aya, que também o olhava e acenou minimamente para ela.

-Porque estava escondido? - a garota questiona.

-Ele tem medo de ser arrastado devolta para a aula e ficar suado, fedido e grudento - Collin respondeu pelo garoto que estava agora mais corado que o de costume.

-Mas não estava passando mal?

-J-Já melhorei... - foi a vez de Tom responder e bufar após ouvir a mais velha dali rir de sua gagueira de quando ficava nervoso.

-Prontinho - anunciou a enfermeira assim que terminou de enfaixar o tornozelo de Aya à uma bolsa de gelo - Agora descanse aqui conosco até as aulas acabarem - concluiu sorrindo.

-Obrigada Senhora Collin - sorriu devolta para a mulher voltou sua atenção para o garoto que parecia estar desenhando como mais cedo.

Aya tinha curiosidade sobre o que ele tanto desenhava e por quê só fazia aquilo no tempo livre.

Queria se aproximar do garoto, o achava muito isolado e solitário.

-É o mesmo desenho de hoje de manhã? - Aya recebe um aceno positivo de Tom - Posso ver?

O garoto estava surpreso. Era a segunda pessoa que havia pedido para ver seu desenho (Collin foi a primeira).

Se levantou para sentar ao lado da garota na maca branca e enfim mostrou a ela seu desenho não terminado no caderno.

Era ela.

Nossa História Quase ComumOnde histórias criam vida. Descubra agora