In Memoriam.

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No começo das férias, Harry e Aurora tiveram que explicar para Sirius que o garoto teria que ir para a rua Alfeneiros N°4 para ajudar os seus tios e que não voltariam para Hogwarts naquele ano, a escola não era mais segura. Claro, o Black compreendeu, embora achasse que os trouxas não merecessem a ajuda de Harry. Antes de irem, separou tudo que precisava levar para a caça as horcruxes, Sirius havia dito que levaria para o banco tudo que eles deixassem para trás.

Dias depois de chegarem no Largo, foi o aniversário de Aurora, que diferentemente dos anos anteriores, não houve qualquer festa.
No entanto, houve uma cerimônia. Harry assistiu, Aurora recebeu o anel de Lady/Lorde Black, sendo assim, nomeada chefe da Casa dos Black. Sirius explicou que planejava passar o manto para ela somente quando ela estivesse pronta e como seguia a tradição, quando se casasse. Mas a guerra demanda medidas extremas, o anel de chefe protegeria Aurora de ataques e maldições, invasões mentais e envenenamentos. Ele era prateado com três esmeraldas, uma grande e duas menores.

-Assim, sangue do meu sangue, aquela que possui a magia dos Black correndo por suas veias, te nomeio Lady Black, chefe da Casa Mui Antiga e Nobre dos Black. Que seus herdeiros sejam saudáveis e que sua liderança nos guie para um futuro próspero, cheio de magia e força. -Sirius disse.
As mãos de ambos estavam unidas e uma magia de cor azulada e escura os rodeava, brilhando em diversos pontos como se fosse um céu noturno cheio de estrelas. Sirius colocou o anel no dedo de Aurora e ela sorriu, sentindo a magia familiar a rodear e a proteger.
-Eu, chefe da Casa dos Black, nomeio, nesse momento, como meu consorte, Harry James Potter. -Aurora disse. Sirius e Harry arregalaram os olhos. Ela virou para a mesa e pegou o anel, que antes pertenceu a Evan, temporariamente. Esse anel era de ouro, liso, possuindo pequenas safiras ilustrando-o. O jornalista estava também sentado, com um sorriso doce em seus lábios. Ele se levantou, guiando Harry até o círculo próximo a mesa do escritório. Evan colocou a mão no ombro do Potter enquanto Sirius colocava no de Aurora.

Aurora pegou as mãos de Harry.
-Te nomeio, te protejo e te espero. Te amarei até o fim e desejo que a minha casa te proteja e te aceite. -E Aurora colocou o anel dele.
Harry sorriu e a beijou.

Quando a magia parou de os rodear, perguntou:
-Por que isso?
-Nenhum Black poderá te atacar de nenhuma forma. -Evan disse.
-Foi um movimento esperto sabendo que Bellatrix tentará o fazer. Se ela levantar a varinha, a magia dela se dobrará como castigo por tentar machucar o consorte de sua chefe.-Sirius diz e sorri. -Mas Harry poderá aceitar o anel de Lorde Potter? Agora que é consorte seu.
-Eu não o nomeei Lorde Black, ele continua sendo Potter, mesmo quando casarmos. Fiz de propósito, nossas famílias não podem desaparecer. -Aurora disse.

Depois que saíram do escritório, Harry andou pela casa, já tão vazia. Sirius achava que por Snape ter o nome do Largo, logo poderia invadi-lo, não que não houvesse as proteções erguidas, mas os comensais eram habilidosos o suficiente para passar por elas.

A Mansão de Veraneio ainda era segura, ninguém além dos Lupin, Weasleys e Black conheciam sua localização. Por isso, foi para onde Sirius levou toda prataria. Já Monstro, ficou, Aurora pediu para que ele protegesse a casa, mas não se arriscasse, se ele soubesse que não era páreo, apenas procurasse proteger alguma coisa da casa e se escondesse. Aurora fez o pedido dele proteger algo, pois pensava que o medalhão estava na casa, mas ela não o encontrou no tempo que estiveram ali.

Enquanto Harry esperava para saírem pra a Rua Alfeneiros, o garoto decidiu ler alguns jornais. Evan desaprovava essa ação. Rita havia tomado toda a redação para si, agora ele cuidava de pequenas partes do Profeta e do Pasquim quase totalmente. O segundo, era ótimo, ele anunciava tudo que estava acontecendo e formas que a população poderia se proteger contra comensais. Mas o primeiro trazia tristeza para ele, que se dedicou tanto para mostrar a verdade e o seu talento para a escrita.

Sirius ajudava o esposo a superar e aguentar firme, eles se diziam que logo tudo aquilo iria passar, o Black gostava de dizer que eles teriam seu próprio jornal. Os dois, assim como Remus e Dora, se casaram assim que os mais novos voltaram da escola. Foi uma cerimônia pequena e bonita em ambas ocasiões. A dos Lupins havia sido a noite e perto de um lago, os membros da Ordem foram e Teddy foi quem organizou tudo com a maior dedicação do mundo, haviam flores bem posicionadas e uma música doce era tocada por violinos sem músicos. Já a dos Black foi na Mansão de Veraneio no salão de baile, essa foi mais animada e Sirius dançou a noite toda com seu esposo, agora, Evan Black.

Harry sorria com tais memórias, ele fora padrinho em ambos ao lado de Aurora. Imaginava que seria seus pais ali, no lugar dele, ele ficava feliz em substituir e realmente se dedicou a fazer um pequeno discurso para seus dois mentores, Remus e Sirius, que se emocionaram muito.

Ao abrir o jornal, na mesa de jantar do Largo, leu o obituário de Dumbledore, com um suspiro. Ali, conta que o pai de Dumbledore foi condenado à prisão de Azkaban por atacar três crianças Trouxas. Mas, Alvo  logo superou a fama de seu pai graças à seu desempenho brilhante em Hogwarts, recebendo muitas honrarias e sendo responsável por muitas bruxas e bruxos ali formados. Três anos mais tarde, o irmão de Alvo, Aberforth se juntou a ele em Hogwarts.

Os dois eram muito diferentes, Aberforth era mais reservado e disposto a resolver divergências através de um duelo, embora Alvo discordasse disso, eles eram amigos. Após terminar a escola, ele planejava viajar pelo mundo com seu amigo Elphias Doge, o autor do obituário, quando sua mãe, Kendra, morreu repentinamente, deixando Alvo como o provedor da família.

Enquanto Elphias viajava pelo mundo, outra tragédia atingiu os Dumbledores: a irmã mais nova de Alvo, Ariana, morreu repentinamente. Depois disso, os irmãos se afastaram e Alvo nunca comentou sobre sua família. Após esse capitulo triste, Alvo conseguiu muitos sucessos notáveis, inclusive descobrindo os doze usos do sangue de dragão e derrotando Grindelwald num duelo épico.

Harry folheou mais o jornal, pensativo e parou em uma parte, era um anúncio de um livro. Ele levantou uma sobrancelha, era uma biografia de Dumbledore escrita por...Skeeter?

"Desfazendo a imagem popular de serena e venerável sabedoria, eu, Rita Skeeter, revelarei a infância perturbada, a juventude rebelde, as rixas intermináveis e os segredos vergonhosos que Dumbledore levou para o túmulo. "

Harry continua a virar  as páginas procurando a entrevista de Skeeter. Assim que encontra, vê que, trabalhando com suas mentiras estilizadas, ela sugere que Dumbledore mexia com Magia das Trevas, que sua irmã Ariana era um Aborto e que Aberforth quebrou o nariz de Albus no funeral de Ariana, afirmando que Albus a matou. E o duelo épico entre Alvo e Grindelwald pode ter sido outra coisa e não o que parece.

Ela sugere que o relacionamento entre Harry e Dumbledore era estranho, até inapropriado, e que Harry foi visto correndo de onde Dumbledore caiu para a morte. E, mesmo que Harry tenha testemunhado contra Snape, era do conhecimento público que os dois tinham uma implicância há muito tempo.

Harry revirou os olhos.

-O que foi?-Aurora tomava café na beirada da mesa.
-Skeeter. Ela está sugerindo que talvez eu esteja mentindo sobre Snape e que eu e Dumbledore tínhamos um relacionamento duvidoso. -Disse ele.
-Ela que vai ter um relacionamento duvidoso com a minha mão na cara dela. -Evan disse irritado. Sirius sorriu.
-Suas palavras doces me encantam, meu amor.-Sirius diz pegando a mão de Evan sob a mesa. -Ignore-a, Harry, é o melhor que pode fazer por enquanto.

Harry assentiu, contrariado.
-Mas...Acham que talvez algumas das coisas que ela diz sejam verdade? Eu realmente não conhecia Dumbledore tão bem...Quanto eu gostaria. -Diz Harry.
-Se eu conheço bem o estilo da Skeeter, sim, talvez tenha alguma verdade no meio das mentiras dela. Ela tende a encantar ou modificar demais algumas coisas para interessar o leitor, mas outras coisas ela distorce demais. Tome cuidado, Harry. -Evan diz.

Harry assente, de acordo. Ele tentaria ver se Skeeter poderia ajudar na caça, se não ajudasse, ele jogaria o tal livro estúpido na cabeça dela por suas mentiras idiotas e sensacionalistas.

Os Herdeiros dos Marotos e as Relíquias da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora