A Cabra Teimosa.

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Em Hogsmeade, a sensação de conforto e saudade foi roubada por um medo frio. As janelas das lojas estavam cobertas por grossas tábuas e panos escuros e a única luz que chegava a eles era a das janelas do Três Vassouras, que era o único estabelecimento ainda aberto, embora não parecesse estar em seus melhores dias em aparência. Harry se lembrava de como tudo estava diferente de um ano antes, quando ele e Aurora trouxeram um fraco Dumbledore para...Para enfrentar a sua própria morte, apesar de não saberem disso. A mão de Teddy apertou na sua, o fazendo lembrar de outras memórias, mais aconchegantes, como o seu passeio com a sua garota após o baile ou a reunião escondida dos membros da ADM.

Quando começaram a relaxar com os pés pousados nos paralelepípedos do vilarejo, um grito tão arrepiante quanto o de Voldemort em suas visões rompeu com a quietude da noite. A porta do bar foi aberta e dela saíram uma dúzia de comensais. A chegada deles havia os alertado de alguma forma, perceberam de imediato. Ron levantou sua varinha, mas Harry empurrou sua mão para baixo, eram muitos e enfrentá-los apenas os atrasariam, não podiam perder tempo agora.

Um dos comensais gritou:
-Accio Capa. - Fazendo com que Harry colocasse a mão em sua capa para segurá-la. Entretanto, o objeto não pareceu sequer se mover, provavelmente o feitiço não funcionava com a sua preciosa posse, pensou Harry aliviado, soltando as bordas do tecido.
-Ele não deve estar de baixo da capa. -Disse outro comensal.
-Potter! Sabemos que está aí! -Disse o que havia tentado usar o feitiço convocatório. -Espalhem-se! Vamos encontrá-lo!

Seis comensais vieram na direção deles, Teddy puxou seus amigos para uma rua lateral, fazendo-os errar por pouco onde estavam. Esperaram em silêncio os passos se distanciarem.

-Vamos embora. Agora! -Hermione sussurrou.
-É melhor...-Ron disse pegando a mão dela.

-Não há como escapar, Potter! Saía ou nós o acharemos! -Gritou um comensal.

-Provavelmente fizeram uma barreira antiaparatação. Não temos como ir. -Teddy disse, se lembrando de quando ele tentou recuperar o corpo de Alastor.
-Eles estavam esperando por nós, Hogwarts provavelmente está naqueles lugares que o Moony disse que estavam sendo vigiados.- Afirmou Harry.
-Mas como que eles souberam que chegamos?-Ron sussurrou.

-E os dementadores? Podemos os mandar, o encontrariam mais rapidamente do que nós.-Ouviram um comensal dizer por perto.
-O Lorde disse que somente ele pode tocar no Potter....-Disse o comensal.
-Um dementador não conseguiria matá-lo. E além disso, o Lorde só pediu ele vivo, não falou nada sobre a alma dele. -Disse o outro. E outros comensais pareceram concordar que seria mais fácil pegar um Potter beijado.

Harry sentiu um arrepio passar pelo seu corpo, se produzissem um patrono, entregariam suas posições.

-Temos que ir...-Hermione disse. -Pelo menos tentar desaparatar.

Um frio se espalhou pela rua e uma escuridão começou a se erguer pelas ruas, as poucas luzes acesas pareceram morrer diante tanta infelicidade e até mesmo as estrelas desapareceram. Hermione tentou aparatar com seus amigos, mas o ar parecia estar sólido. Teddy negou com a cabeça, Harry o sentia tremer, sabendo que seu amigo era mais afetado pelos dementadores do que eles, o de olhos verdes tateou a parede e tentou puxar os três em busca de um caminho até a segurança.

Na esquina, viram cerca de dez dementadores, planando silenciosamente com suas capas pretas. Eles sabiam onde estavam, com suas mãos de sombra se erguendo na direção deles. Pareciam vir cada vez mais velozes em busca de suas almas, Harry, aterrorizado não só por si, mas pelos seus amigos, ergueu sua varinha. No entanto, Ron foi mais rápido, se pondo na frente e dizendo:
-Expecto Patronum!- E um cavalo prateado saiu da ponta de sua varinha, afastando as criaturas.

Os Herdeiros dos Marotos e as Relíquias da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora