Os Herdeiros dos Marotos e as Relíquias da Morte

A História do Monstro.

Harry acordou muito cedo no dia seguinte. Todos estavam dormindo na sala, espalhados nos sofás, com cobertores e travesseiros. Aurora estava o abraçando, respirando tranquilamente com um braço no peitoral de Harry assim como sua cabeça. Ele a afastou lentamente e se sentou, passando as mãos no rosto e pegando seu óculos, que estava na mesinha de centro.

Olhando em volta, viu Hermione no sofá, enquanto Ron dormia na poltrona com o livro sobre horcruxes no rosto. Já Teddy estava em um saco de dormir, encolhido. Harry olhou um pouco mais pro seu amigo mais novo. Ele estava mal.  Teddy usava de sua habilidade para disfarçar isso, mas agora, enquanto ele dormia, Harry notava quão magro e cansado o garoto estava. O rosto do menino tinha olheiras e lágrimas. Uma raiva contra Remus surgiu no âmago de Harry, ele amava seu tio e ex-professor, mas ele não conseguia achar justo o que ele estava fazendo com Teddy. Nunca Teddy fez nada para merecer esse tratamento, pelo contrário, desde que se conheceram, Teddy se mostrou muito paciente e receptivo ao pai, ignorando os doze anos anteriores em que não tiveram contato.

Levantando, Harry foi até Teddy.
-Harry...Você está bem? -Teddy se levantou e Harry não pode deixar de ver todos os problemas sumirem do rosto do garoto. A habilidade metamorfa de Edward agia rapidamente, cobrindo as olheiras e a magreza com uma aparência falsamente saudável.
-Estou. Vem, vamos ver o que sobrou na casa para comer. -Disse Harry.
-Não estou com fome...-Teddy disse baixo.
-Eu duvido. -Harry sorriu e o puxou.

Na cozinha, Harry notou como a Mansão estava desorganizada. As cadeiras estavam no chão e tudo estava aberto e vazio. Sirius estava certo em ter levado tudo para a outra casa dos Black. Por sorte, encontraram torradas de sal em um pote de vidro e um queijo pela metade.
Harry preparou um café e serviu para os dois. Logo, ambos subiram para explorar a tão bagunçada, nobre e antiga mansão Black. 

Tudo estava em uma grande confusão, mas Harry respirava aliviado em saber que nada realmente precioso havia sido encontrado. Monstro estaria encarregado de cuidar disso.

-Isso é tão triste... Se lembra quando brincamos aqui no quinto ano? -Perguntou Teddy,
-Agora poderíamos aparatar e buscar no aparata-esconde. -Disse Harry.
-Eu provavelmente ganharia. Lufanos são ótimos em encontrar coisas. -Teddy sorriu e Harry revirou os olhos.

No quarto de Sirius, o mesmo caos foi encontrado. Então, Harry se lembra. Ele sente um arrepio e pisca algumas vezes.

-A carta. -Ele disse em choque.
-Que carta, Prongs? -Teddy perguntou enquanto levantava a cadeira da penteadeira.
-A carta da minha mãe. Ela havia escrito uma carta para o Sirius um pouco antes de sermos atacados...Sirius me mostrou! Eu deveria ter pedido para ler novamente...Eu tenho quase certeza que fala algo sobre Batilda Bagshot. E se eu não me engano, mamãe falou sobre...Dumbledore ter pego a capa do meu pai? -Harry se senta na cama de Sirius.

-E daí? -Teddy se sentou na cadeira.
-Em uma situação de vida ou morte, a capa teria sido útil para eles me esconderem ou fugirem, Teddy. Por que Dumbledore a pegou? E além disso, Batilda foi citada pela tia Muriel.-Harry diz.
-Pode ser que Dumbledore estivesse testando alguma coisa para ajudá-los, você sabe como ele era. -Teddy suspirou. -Grande tia Muriel.-O mais novo sorri. -Vi vocês conversando, ela é uma fofoqueira, Harry, tem certeza que pode confiar no que ela te disse?

-Talvez. Mas na carta da minha mãe ela falou que Batilda disse algumas coisas sobre Dumbledore...-Harry força a sua memória.-Acho que ela disse para minha mãe que sobre Grindewald e ele terem sido amigos.

-Amigos? -Teddy arregala os olhos.
-Acho que sim. -Harry morde os lábios. -Acha loucura?

Teddy coloca uma mão no rosto, pensativo.
-Eu não acho que devemos duvidar de Dumbledore, não no sentido das horcruxe, entende? Pode ser que sim, ele fosse amigo de Grindelwald. Mas Harry, pense só, se você e Draco não tivessem se aproximado, você não acharia se eu fosse amigo dele? -Perguntou Teddy.