CAPÍTULO II

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Um ano depois.

Teresa segurava nos braços a pequena menina que deu a luz há dois meses. Colin voltara de uma patrulha nos arredores da floresta.

Com o passar do tempo eles se acostumaram com sua nova realidade. Teresa deu adeus ao quarto organizado, as manhãs de treinamento e os vestidos brancos de renda, e passou a usar couro starliano ou tecidos grossos, os mesmo tecidos que vira suas criadas costurando para si mesmas. Colin se tornou mais experiente em roubar dos vilarejos discretamente.

Quando Teresa descobriu a gravidez, ficou nervosa ao saber que teria que dar a luz na floresta, se estabelecer em um dos vilarejos próximos sempre foi um risco, sempre tinha soldados do rei a espreita e quando chegavam perto demais da barraca, Colin se encarregava de recolher qualquer traço de moradia ali.

Estavam há quatro meses no mesmo lugar, não viram a necessidade de sair. A barraca roubada, costurada e adornada por Teresa se tornou sua nova casa. Colin enterrou a Reveladora da Verdade em uma vala perto de uma caverna, onde ninguém jamais acharia.

A gravidez nunca impediu Teresa de fazer nada, ela caçava, roubava junto com Colin durante a noite e até enfrentou um urso com cinco meses de gravidez. Derrotou o urso com o uso da magia e se admirou, achava que a essa altura, o rei já teria acabado com toda a magia de Constillatio.

Teresa tinha duas teorias para a demora do uso das espadas sagradas. Um; o rei não teria conseguido roubar nenhuma das três espadas, portanto estaria usando esse tempo para se aprimorar no roubo. Dois; o rei e suas bestas estariam a procura da Reveladora da Verdade para finalizar o ritual.

- Acha que ele vai extinguir a magia? - perguntou Colin.

- Ele só pode fazer três coisas com o poder das espadas: Destruí-las, e isso significaria matar todo o ser com magia. Usá-las para sugar a magia para algum lugar ou captar toda a magia delas para ele.

As sobrancelhas de Colin se ergueram.

- Você sentiria se ele tivesse feito uma das três coisas?

- Provavelmente sim, eu tenho poder puro em meu sangue e qualquer falta dele, mesmo que seja pequena eu sentiria. - e gostava de pensar assim.

Teresa entregou o pequeno pacotinho para Colin que a todo momento gostava de mimar a filha.

- Temos que escolher um nome. - disse Colin, olhando para a pequena e sorrindo - Já tem dois meses, ela precisa de um nome.

- Ela não precisa de um nome - disse Teresa que pegou a caça que Colin trouxe e já estava preparando para assar.

Apesar de serem jovens e uma mãe de apenas dezenove anos, Teresa se sentia muito bem, cuidava da filha, e de Colin. Não eram casados, tinham uma barraca no meio da floresta, dormiam juntos e tinham uma filha, mas não eram casados. Ele não era seu marido e, ela não era esposa. Jamais seria.

- Eu pensei em... Teresa. - disse Colin, a garotinha berrou.

- Não! Ela não vai se chamar Teresa.

- Eu acho esse nome lindo... - Colin falava com o pacotinho vivo em seus braços como se a bebê fosse responder - Ela também acha.

Teresa olhou para trás, onde Colin segurava e conversava com a filha. Aquilo era família, sua família. Ela os amava e sacrificaria a própria vida para que eles ficassem sem segurança.

- Eu acho...

Teresa foi interrompida por um barulho de bomba, um "bum" vindo de um dos vilarejos próximos. Soldados do rei, Teresa sentia a presença das bestas, elas estavam em busca, dela, da Reveladora.

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