𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟷𝟻

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Estou sentada na sala de espera há mais ou menos 30 minutos
O que me parece ser uma eternidade.

Nunca estive tão nervosa.

Meu pai insistiu para que eu fosse com ele,para me "familiarizar" com o lugar.

Palavras de Christopher.

Me sinto intimidada com esse lugar sem cor,sem vida.

Assim como você é por dentro.

Esses pensamentos vinham com frequência. Me atordoando.

Minhas mãos estão úmidas, estou ofegante.

Levo minhas mãos já trêmulas ao meu rosto, tentando afastar as mechas dos meus olhos.

—  Sei como se sente.

Vejo ao meu lado uma menina de cabelos castanhos e com a pele cor de oliva contrastando com seus olhos verdes vívidos.

Me analisando e me lendo.

Com um pequeno sorriso no canto da boca

—  Trouxe para você. - olho para sua mão estendida, segurando um copo de água, imagino. —  Não se preocupe,não há nada aí dentro.

Forço-me a pegar o copo e levar aos lábios secos.

A água serviu como uma boa distração. Fecho meus olhos em busca de calma.

Sem deixar que ela note a minha tremedeira.

— Obrigada pela água.

—  Quer sair daqui?

—  Não... - sussurro.

—  Você está bem? - a garota do qual não sei o nome pergunta.

—  Estou.

—  Você não está. É notório.

Suas mãos tentam alcançar as minhas e por instinto as afasto.

Você sabe que isso é culpa dele

Merda.

Fecho os olhos fortemente tentando esquecer os pensamentos,as memórias. Tudo.

Respiro e inspiro algumas vezes até novamente vê-la mais afastada.

—  Desculpa - me olha, sincera- Sou Ashley,mas pode me chamar de Ash. Imagino que seja a sua primeira vez vindo a um psicólogo,certo?

Assenti para a mesma.

—  É uma sensação horrível,não é?

— É esquisito.

—  Você tem o total direito de se sentir assim, afinal,conversamos com um completo estranho. Isso é,depois você percebe que não é bem assim.

Solto uma risada e ela me acompanha.

—  Como eu faço pra... - começo mas logo sou interrompida por uma voz.

Chamando pelo nome de alguns pacientes.

—  Seja você mesma. - sorriu me dando as costas e indo em direção à porta.

Isso é um péssimo conselho,eu não sei quem sou.

Droga.

—  Fique calma. - meu pai diz,me tranquilizando com um de seus sorrisos que tanto amo.

—  Você não está aqui para conversar com seu terapeuta. Não hoje.

EU QUERIA SER EU [REESCREVENDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora