yellow - chaennie

quatorze

Ela tinha sentimentos por Jennie.

Rosé olhou para a menina mais velha ao seu lado e mordeu o lábio. Por que não poderia se apaixonar pela garota amigável que sempre sorri para ela no Starbucks? Ou até mesmo a menina de cabelos loiros em sua aula de História da Arte?

Não, ela tinha se apaixonado por Jennie. O tornado confuso que tinha aparecido em sua porta.

Mas, Jennie era tantas outras coisas para Rosé. Adorável, carinhosa, simpática, genuína, pateta, encantadora e amarelo. Amarelo.

Rosé agora entendia o porquê da menina gostar tanto dessa coloração. Jennie era um representante humano para a cor. Brilhante, animadora e alegre. Amarelo também é a cor do sol, o que a menina dos considerava irônico.

Então, para responder sua própria pergunta, sim. Rosé deixaria Jennie beijá-la. Havia apenas um problema: a mais nova não tinha ideia se Jennie sabia o que significava beijar. E se ela quisesse beijar todo mundo que já conheceu?

Era óbvio que Jennie era capaz de amar. Rosé podia afirmar isso pelo jeito que a menina dava o mais gentil dos cuidados por algo tão trivial como uma flor. Jennie amava. Jennie amava todas as coisas.

Mas será que Jennie sabia como amar?

O fato de que Rosé pôde se ver amando Jennie a surpreendeu. Ela nunca havia visto ela mesma se apaixonando. Na verdade, a menina basicamente jurava não querer nenhum relacionamento antes de conhecer Jennie.

Rosé não gostava de pessoas. A maioria delas. Ela gostava da sua família, suas companheiras de apartamento e agora Jennie.

Ela sempre teve medo de alguém tentar ser seu amigo pelas razões erradas, ou que estava sendo legal com ela de sacanagem. Rosé odiava sigilo, mentiras e cada coisa que a maioria das pessoas consideravam ser apenas uma parte normal da vida.

Mas agora, tinha Jennie e ela era pura. Jennie era inocente. Não havia palavras para descrevê-la. Ela era apenas genuinamente Jennie.

Não tinha como saber se a menina menor tinha sentimentos recíprocos por ela, na verdade. Rosé suspirou pesadamente, percebendo que ela apenas teria que esperar e ver o que irá acontecer.

Jennie levantou a cabeça e franziu o cenho quando sentiu a mais nova suspirar.

"Rosie? Você está triste?"

Rosé riu suavemente e negou com a cabeça. "Não, boba," ela enrugou o nariz. "Eu só estou cansada." Jennie bocejou e a mais nova percebeu que a outra menina provavelmente continuava exausta pela noite anterior. Ambas não conseguiram dormir muito.

"Boa noite, Rosie," Jennie murmurou antes de enterrar a cabeça no ombro de Rosé, que mordeu o lábio, tentando não sorrir. A menina mais nova ficou olhando para o teto por um tempo, continuando a pensar na menina que estava bem ali, deitada em seu ombro.

A mão de Jennie se contraiu involuntariamente e Rosé riu, notando que ela já havia adormecido. A menina se remexeu mais um pouco para que pudessem caber no sofá e encostou a cabeça, suspirando baixinho, convidando o sono para alcançá-la. Eventualmente, suas pálpebras ficaram pesadas e ela adormeceu.

Enquanto isso, Lisa e Chaeyoung estavam dispensadas da única aula do dia. A menina tailandesa limpou o suor da testa e tomou um grande gole da garrafa de água.

"Estou acabada," Lisa bufou assim que Chaeyoung pendurou sua mochila no ombro.

"Eu também. Estou morrendo de fome", A menina acariciou seu estômago para dar ênfase e Lisa concordou com a cabeça.

"Ei, por que não encontramos Jisoo no DiClaudio para almoçar e discutir essa situação?" Lisa perguntou, seguindo a amiga pelo corredor até chegar ao estacionamento.