Dia 5

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JAKE

Acordo sentindo um calor um tanto incomum contra mim, abro os olhos e vejo uma cabeleira escura, as memórias da noite anterior voltando em um turbilhão.

O encontro, os beijos, o sexo.

Tom dormia pacificamente agarrado a mim, parecia tão confortável como se já tivesse feito isso várias vezes antes. A noite havia sido um pouco diferente do que eu havia planejado, mas eu não poderia reclamar de nada. Nos demos bem, conversamos, tivemos uma conexão maravilhosa, e toda aquela química...

Olho no relógio e vejo que ainda era cedo, pelo menos para as férias. Passava das sete da manhã, mas eu sabia que não conseguiria dormir mais, então levanto devagar, arrumo a camisa que Tom usava, ela havia subido e estava mostrando coisas demais. Ando até a janela e abro as cortinas, o sol brilhava do lado de fora e os passarinhos cantavam no bosque, fecho os olhos e aproveito aquele calor bom.

Eu nem lembrava da última vez que havia feito isso.

Faço uma pequena prece pedindo para que seja um bom dia e agradecendo pela boa noite, então me dirijo ao banheiro e me olho no espelho. Eu parecia bem, uma expressão relaxada mesmo que tivesse dormido menos que o normal já que ficamos acordados até tarde.

Por curiosidade olho minhas costas no espelho, vejo fracos arranhões por onde suas unhas haviam passado. Eu fiz muito sexo casual, principalmente quando era mais jovem, mas nunca, nunca mesmo, havia convidado alguém para minha casa, pelos menos até a noite anterior.

Minha casa era meu refúgio, apenas quem eu confiava vinha ali, pessoas importantes para mim, eu gostava de manter as coisas assim, não sabia o que as pessoas tinham no coração, as coisas que elas poderiam trazer para meu lar, então sempre preferi não arriscar.

Também sempre preferi preservar minha intimidade.

Então quando me vi convidando Tom para minha casa, foi uma surpresa, eu mal o conhecia, não sabia quase nada sobre ele ou sobre suas intenções, mas aquilo não me importou no momento, eu senti algo em mim que dizia ser certo fazer aquilo, que eu devia me permitir ter aquilo com ele.

Me ocupo em escovar os dentes, iria fazer café para nós dois e perguntar se ele teria planos para o dia, se não tivesse eu o levaria para algum lugar, gostaria de mais um tempo juntos.

Quando volto para o quarto encontro Tom acordado, ou pelo menos alguma parte dele. Senta na cama assim que me vê, os olhos entreabertos, o cabelo bagunçado e uma expressão de sonolência.

── Bom dia, doce. ── Digo, ele murmura algo como "dia" e boceja, me aproximo da cama e sento ao seu lado, Tom volta a deitar e acomoda a cabeça em meu colo, continuo a me sentir surpreso por ele já estar tão confortável comigo. ── Dormiu bem?

── Sim, você quase não ronca. ── Responde, o encaro indignado, seu riso ecoa pelo quarto trazendo um calor gostoso para meu peito. ── Que horas são?

── Sete e vinte e nove. ── Respondo após olhar brevemente no relógio, ele apenas faz um murmúrio de entendimento e fecha os olhos, aproveito essa oportunidade para estudar seu rosto de perto.

Tom tinha uma sobrancelha bagunçada adorável, seu nariz era bonito, sardas clarinhas espalhadas por ele, cílios longos, lábios finos e rosados. Vinte e dois anos recém completados, pelo que havia me falado na noite anterior.

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