Estava analisando um caso, numa segunda- feira, ele não parecia o tipo de coisa que eu resolvia, mas ia tentar, e de repente, alguém irrompe pela porta do meu escritório, sem sequer bater.
-você já ouviu falar em bater na porta antes de entrar?- falei pra minha irmã.
-ai Gabi, esqueci foi mal, estava ansiosa pra te contar uma coisa- ela disse afobada.
-fala logo, que eu estou ocupada- disse sem olhar pra ela.
-o Vinícius- a olhei, não queria ouvir aquele nome nunca mais, e ela sabia disso- eu sei, você não quer saber mais nada dele, e traição não tem perdão, mas é que a Rebeca foi entregar um currículo lá na empresa do papai e ela tava com uma marca no braço, na hora eu associei a ele, mas não sei, você não devia falar com ela?
-Laura, você acabou de falar, traição não tem perdão. Ela ficou com ele por que quis. Se ela tá se prejudicando com isso, sinto muito, eu já demiti ela porquê sabia que não conseguiria olhar pra cara dela sem pensar no que aconteceu, e não valeria a pena brigar por aquele idiota, e você acha que seria saudável eu ir perguntar se ela está bem?- falei indignada.
-é que sei lá vocês eram amigas.- ela falou argumentando.
-éramos, não somos mais, ela me decepcionou, quebrou a minha confiança, e você sabe o que eu acho disso- falei séria.
-"confiança é igual a vidro, quebrou não tem volta"- ela disse com a voz afetada, fazendo aspas com as mãos.
-exatamente, agora chega com esse assunto, e se você souber de outra coisa sobre isso, e não se aguentar em guardar, diga a qualquer outra pessoa.- disse querendo pôr um ponto final naquilo.
-tá bom, já entendi.- ela disse, indo em direção a porta- bom trabalho.
-grata.- disse voltando a minha atenção para o meu trabalho.
[...]
Saí do escritório exatamente ás 17 horas, entrei no meu carro, e abri o porta trecos entre os bancos da frente, pra guardar a chave da minha sala, e vi o cartão da oficina do Vítor, sorri lembrando dele, do seu sorriso, dos seus olhos.
Como um cara tão inusitado, numa situação tão inusitada me faz pensar nele de uma maneira tão inusitada.
Adicionei os números, que haviam no cartão que recebi a quatro dias atrás, no celular, caso eu o perdesse, mas pretendia guardar. Até pensei em mandar alguma mensagem, mas resolvi deixar como estava, ele com certeza me acharia uma louca.
Dirigi até a casa da minha mãe, ela tinha me feito prometer que jantaria com ela hoje, e fui. Chegando lá, ela me recebeu, com um abraço e beijinhos na bochecha.
-como está filha?- ela perguntou me puxando pelo braço para dentro de casa.
-um pouco cansada, mas bem.- sorri pra ela.
Conversamos um pouco enquanto esperávamos meu pai chegar. Jantamos juntos, conversamos sobre as empresas e a vida, até que meu pai citou o assunto que eu estava evitando com toda minha vontade.
-e o Vinícius filha?
-acabou né pai, tá doendo muito ainda, mas vai passar. Se eu puder pedir pra a gente excluir esse assunto das nossas conversas.- falei.
-tudo bem- ele disse- o que você fez com o anel?- continuamos no mesmo assunto.
-joguei no meio da estrada- falei grossa, querendo encerrar de vez aquela conversa.
Ninguém disse nada diante do meu pronunciamento, e agradeci mentalmente por isso, não queria prolongar algo que não me fazia bem, e todos ali sabiam disso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
in the middle of my path [ss]
RomanceVocê nunca sabe onde vai encontrar o amor da sua vida, dizem que é quando menos esperamos, por que a vida é cheia de surpresas, a produção se esforça ao máximo. Tudo coopera pra um momento acontecer, você pode não acreditar no destino, mas confesse...